quem é que paga o pato?

Foie gras, termo francês, que em português se pronuncia "fuá gra", é uma pasta elaborada com fígado de ganso (ou pato) superalimentado, ou seja, o bicho é obrigado a se empanturrar de comida contra a própria vontade (segundo a wikipedia: o processo de produção desta iguaria francesa envolve ingestão ou alimentação forçada durante os últimos 12 a 15 dias de vida para patos e 15 a 18 dias para gansos. Durante essa fase, os patos são geralmente alimentados seis vezes por dia, e os gansos oito vezes. A alimentação é ministrada por um tubo de 20 a 30 cm de comprimento, introduzido forçadamente até o esôfago do animal). Bem, nem preciso dizer que protetores dos animais do mundo todo lutam pelo fim dessa crueldade, saiba mais aqui, ou aqui...

Já não é de hoje que as novelas vêm me entediando com tanta mesmice. Mas além da falta de criatividade e da repetição de personagens, o que mais me incomoda são os valores e princípios éticos propalados. E os atores levam a fama dos seus personagens. Fiquei ressabiada com a Fernanda Torres quando ela chutou um gato preto numa cena lamentável de uma série global (Os Normais) assinada pela Fernanda Young. Na mesma hora enviei e-mail para a emissora. No dia seguinte, recebi uma "simpática" mensagem em que a produção se eximia da culpa repassando a mesma para os roteiristas.

Ontem, mais uma vez, fiquei pasma. Desta vez com uma cena da nova novela das 19h (Cheias de Charme), que retrata o estilo de vida das empregadas domésticas e suAs patroas (sob análise minuciosa, o conteúdo está recheado de clichês preconceituosos, não é à toa que faz lembrar contos da carochinha, como Cinderela). Uma personagem-madame telefonou para o bufê responsável pela festa de casamento da sua filha e trocou o cardápio por outro mais em conta. Daí, o dono do bufê ficou aborrecido, pois já havia comprado, a um bom preço, o foie gras que seria servido aos convidados.

Com milhões de telespectadores, as emissoras de TV abertas poderiam ter mais cuidado com os conteúdos veiculados, procurando informar positivamente os cidadãos para fomentar o surgimento de uma nova cultura. Em vez disso, deixam a programação mais inteligente restrita a canais acessados por uma minoria já consciente. E as novelas, artigo tão popular, que deveriam ser mais inteligentes, com enredos mais dignificantes, muitas vezes envergonham, sendo pejorativos a toda humanidade.

E minha consciência dói por muitos outros motivos. Inclusive porque andei meio ausente deste blog viralata que tanto curto. Mas confesso que não tenho estado muito inspirada para escrever. Só que não poderia deixar escapar a oportunidade de defender meus amigos de quatro patas, guelras, penas e/ou asas. Até breve.

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