a vida é uma comédia sem sentido
Descobri Policarpo Quaresma assistindo a um filme nacional na TV, baseado no livro do escritor Lima Barreto. Confesso, ruborizada, que não li o livro no tempo de escola e, ainda, admito alguma afinidade com o famigerado personagem e seu triste fim. Interpretado por Paulo José, Policarpo Quaresma era um idealista. Acreditava que ao se libertar de Portugal, o Brasil deveria abandonar a língua portuguesa e adotar um idioma nacional, o Tupi. Foi ridicularizado e dado por louco. O filme (1998) é uma comédia. Como dizem que toda brincadeira tem um fundinho de verdade ou onde há fumaça há fogo, é válida a afirmação: "Quem muda o mundo é o sonhador".
E o carnaval, Aline?
Realmente, não teremos Viralatas do Samba na Avenida de Guaxupé. Concordo com você que sem nosso bloco o carnaval fica meio sem graça. Dizem que o carnaval organizado pela Prefeitura Municipal irá abranger todos os gostos, mas na minha opinião, não é bem por aí. Enquanto os músicos "da casa" tocarão no coreto, com um equipamento de som mais humilde, os convidados (e bem pagos) irão brilhar num grande palco com infraestrutura especial, de som e luz, e em horários nobres. Tenho certeza de que a intenção é das melhores, mas isso vem sendo feito em Guaxupé há anos. Como disse uma amiga, por que não colocar as rodas de samba num palco bacana, com som e luz adequados, e continuar pela madrugada adentro? A receptividade do público poderia surpreender.
Tempos atrás, grandes bandas agitavam o carnaval da cidade. Não havia bandas ou trios elétricos como hoje, os cidadãos ficavam divididos entre o Clube Guaxupé e o Clube Operário. Mas nosso carnaval tinha a tradição de ser animado, dava orgulho convidar os amigos para participar. Atualmente, mesmo que todos juntos e misturados, reproduzimos os estilos de outras cidades vizinhas. Perdemos o rumo e nossa tradição cultural. Me animaria demais ver e ouvir uma banda como o Monobloco ou outras de qualidade que certamente existem na região. Em 1999 ou 2000, se não me engano, eu fui uma das poucas guaxupenses que ficou na cidade para curtir a Officina do Son nos quatro dias de folia (talvez 5). Enquanto isso, saíram para o litoral paulista dezenas de ônibus lotados de desiludidos com nosso carnaval. Em frente às casas, piscinas improvisadas, marmanjos de shorts bebiam ao som alto de "bumchibumchibumbumbum" ou "dói um tapinha não dói", verdadeiro suplício às nossas vistas e nossos ouvidos cansados... A história não pode ser esquecida.
Enquanto puder, continuarei assistindo ao desenrolar dessa história. Dei minha contribuição como voluntária nos últimos sete anos para ajudar na recuperação do prestígio do carnaval guaxupeano (lembra-se do Carnaval de Todas as Cores e de todas as Tribos, em 2005?). Além da herança cultural que recebi da minha família. O bloco Os Bicancas, fundado em 1947, desfilou durante 25 anos ininterruptos. Depois, com a morte de alguns dos seus integrantes, não se apresentou durante alguns anos, realizando seu último desfile em 1981. Esta música vai para a querida tia Nádia, que infelizmente não está mais entre nós. Foi com o auxílio dela que fundei o Viralatas do Samba, em 2006. Ela sempre me ajudava a confeccionar a bandeira do bloco, cheia de entusiasmo. À Nádia Cury, nossa eterna porta-bandeira, de olhos verdes expressivos e sonoras gargalhadas, também dedico esta postagem. Hoje completa um mês da sua morte. Quem poderia ser seu sucessor, Caetano Cury?
E o carnaval, Aline?
Realmente, não teremos Viralatas do Samba na Avenida de Guaxupé. Concordo com você que sem nosso bloco o carnaval fica meio sem graça. Dizem que o carnaval organizado pela Prefeitura Municipal irá abranger todos os gostos, mas na minha opinião, não é bem por aí. Enquanto os músicos "da casa" tocarão no coreto, com um equipamento de som mais humilde, os convidados (e bem pagos) irão brilhar num grande palco com infraestrutura especial, de som e luz, e em horários nobres. Tenho certeza de que a intenção é das melhores, mas isso vem sendo feito em Guaxupé há anos. Como disse uma amiga, por que não colocar as rodas de samba num palco bacana, com som e luz adequados, e continuar pela madrugada adentro? A receptividade do público poderia surpreender.
Tempos atrás, grandes bandas agitavam o carnaval da cidade. Não havia bandas ou trios elétricos como hoje, os cidadãos ficavam divididos entre o Clube Guaxupé e o Clube Operário. Mas nosso carnaval tinha a tradição de ser animado, dava orgulho convidar os amigos para participar. Atualmente, mesmo que todos juntos e misturados, reproduzimos os estilos de outras cidades vizinhas. Perdemos o rumo e nossa tradição cultural. Me animaria demais ver e ouvir uma banda como o Monobloco ou outras de qualidade que certamente existem na região. Em 1999 ou 2000, se não me engano, eu fui uma das poucas guaxupenses que ficou na cidade para curtir a Officina do Son nos quatro dias de folia (talvez 5). Enquanto isso, saíram para o litoral paulista dezenas de ônibus lotados de desiludidos com nosso carnaval. Em frente às casas, piscinas improvisadas, marmanjos de shorts bebiam ao som alto de "bumchibumchibumbumbum" ou "dói um tapinha não dói", verdadeiro suplício às nossas vistas e nossos ouvidos cansados... A história não pode ser esquecida.
Enquanto puder, continuarei assistindo ao desenrolar dessa história. Dei minha contribuição como voluntária nos últimos sete anos para ajudar na recuperação do prestígio do carnaval guaxupeano (lembra-se do Carnaval de Todas as Cores e de todas as Tribos, em 2005?). Além da herança cultural que recebi da minha família. O bloco Os Bicancas, fundado em 1947, desfilou durante 25 anos ininterruptos. Depois, com a morte de alguns dos seus integrantes, não se apresentou durante alguns anos, realizando seu último desfile em 1981. Esta música vai para a querida tia Nádia, que infelizmente não está mais entre nós. Foi com o auxílio dela que fundei o Viralatas do Samba, em 2006. Ela sempre me ajudava a confeccionar a bandeira do bloco, cheia de entusiasmo. À Nádia Cury, nossa eterna porta-bandeira, de olhos verdes expressivos e sonoras gargalhadas, também dedico esta postagem. Hoje completa um mês da sua morte. Quem poderia ser seu sucessor, Caetano Cury?
Comentários
Prefiro a rodinha do Itamar no galo de ouro que não tem equipamentos de som e é feita no "gargalo" as atrações da marcenaria que tocam com equipamentos de som, iluminação e palco.
O nosso carnaval tem perdido a essência.
O último carnaval que curti com marchinhas e fantasiada foi na minha infância, com uns 6 anos.
Logo depois começaram os bailes fechados nos clubes e as festas nas cidades vizinhas que trocaram as fantasias por abadás e as marchinhas por músicas que, convenhamos, são pééééééééééssimas!
Uma pena não termos os Viralatas do Samba na avenida esse ano.
Quem sabe um dia irão reconhecer a GRANDE população de Guaxupé que gosta de música boa e não dos modismos?
Bom, aguardo ansiosamente.
No carnaval a gente se encontra. Enquanto isso me diga, vc sabe o que quer dizer ruborizada? Dizem que ninguém sabe, só os "matusalém".
hahahahaha
beijos
Sheila