DEUS É O DIABO


Palavras zen-juízzo:
"...Mas o que eu queria dizer à Bisteca é que, segundo o que li nesse capítulo, a Morte em si não existe, existe a palavra que é a negação da vida, o contrário. Conforme o que foi dito no ínicio, a luz contém em si a sombra, e é a sombra que dá relevo à luz, portanto, a morte não existe!!!"

Logo, o bem e o mal fazem parte do mesmo todo, se complementam! Posso afirmar, Deus é o Diabo, ou vice-versa. Vou ler o livro do Leloup, obrigada pela dica, zen! Este aqui também é muito bom. Fala da morte nua e crua, sem filosofias...

Na última sessão do cineclube 14 Bis, assisti a "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, marco do chamado cinema novo brasileiro. Acho, digo acho, que um dos motivos é a inauguração de uma temática social e dos movimentos da câmera, que a partir desse filme ganhou liberdade de ação (que os cinéfilos me desculpem a ousadia de simplesmente, achar). Filme longo, em preto e branco e, mesmo assim, superinteressante. Pena que só 2 pessoas chegaram ao final... Dia 28 completou 70 anos da morte do revolucionário Lampião. Homens como ele (e mulheres como Maria Bonita) não podem ser esquecidos. Inconformados com o sistema, eles encontraram uma maneira própria de demonstrar insatisfação. Já Frei Betto utiliza palavras em vez de armas:

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto'? 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite'! Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega Aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!

Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais.


Sábado, 2, haverá sessão do cineclube, às 18h, com FOTOFILMES, dramaturgia elaborada a partir de fotos fixas. Deve ser bem legal. Entrada franca, vamos agitar esse cineclube!



No próximo Acontece, entrevista com Ricardo Bicalho, verdadeira enciclopédia musical. Todos podem conferir o trabalho dele na Comunitária (87FM), o Conexão Alternativa Especial, toda quinta-feira, a partir das 11 até umas 13h. Ele manda bem, aborda fatos interessantes relacionados a diversas canções, inserindo-as dentro do contexto social de quando e onde foram geradas. Também entrevistei Maria Tauil Abrão, uma polêmica educadora: dirigiu a APAE de Guaxupé durante 10 anos. Foi "demitida" antes de completar seus projetos, como levantar uma casa-lar pra abrigar portadores de necessidades especiais sem parentes.

"Viver é perigoso"
(Guimarães Rosa)


Portanto, não adianta fugir. Basta aproveitar enquanto estamos vivos. Mas o que significa esse aproveitar? Viver tudo intensamente, como se não houvesse amanhã? Ou procurar ser intenso em todos os momentos?

"Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive."
(Fernando Pessoa/Ricardo Reis)


Sexta-feira, 1, tem niver do Itamar no Bar do Valdir. Valeu, Ita!
Ah, estou capitaneando uma "vaquinha" pra comprar um presente pra ele. Se vc quiser contribuir, entre em contato comigo.



Singela Homenagem

A noite da última terça foi bastante especial, conversas, cantorias, risos e comida saborosa! Foi um grande encontro. Adianto uma frase do Claiton Abrão, já na listagem do bocaAboca 3:
Só morre quem quer, quem não quer continua vivo.



O Claiton não conseguiu tocar essa música porque ninguém sabia a letra:

Resposta ao Tempo
Nana Caymmi

Composição: Aldir Blanc/Cristovão Bastos

Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho
Pra ter argumento

Mas fico sem jeito
Calado, ele ri
Ele zomba
Do quanto eu chorei
Porque sabe passar
E eu não sei

Num dia azul de verão
Sinto o vento
Há fôlhas no meu coração
É o tempo

Recordo um amor que perdi
Ele ri
Diz que somos iguais
Se eu notei
Pois não sabe ficar
E eu também não sei

E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona
Eu liberto
Que ele adormece as paixões
Eu desperto

E o tempo se rói
Com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor
Pra tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder
Me esquecer

Comentários

...apenas comecei a leitura desse livro. É um livro colorido, pois fala das cores como sempre imaginei escrever...

FiZZeram antes de mim.... Vou continuar a leitura, assim que a Bruna uma Zubrinha zen me emprestar....rs!

BeiZZos ZZen!!!

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