transfiguração
Talvez a passagem dos anos esteja causando um grande rebuliço na minha vida interior. Até então não era dada a reminiscências. Mas nos últimos tempos tenho feito viagens constantes ao meu passado, limpado algumas poeiras. Outras precisam mesmo ser queimadas, dizem que o fogo purifica.
Ao procurar a foto do João Daniel Tikhomiroff para a postagem anterior, boas e más recordações ("quero viver meu presente, me lembrar tudo..."). Depois que pedi demissão do Banco do Brasil, fiquei dois anos sem emprego fixo. Até que o namorado da minha vizinha Valéria Hartt me convidou para ser fotógrafa do jornal Ad Business, publicação direcionada ao mundo da publicidade e adjacências. Quando Felipe Pugliesi passou a editor da Revista Propaganda, da Editora Referência, fui com ele e lá fiquei por dois anos.
O big boss da editora, Armando Ferrentini, era homem de atitudes peculiares: permitia que determinado funcionário (já indesejado) tirasse férias, para surpreendê-lo na volta com a demissão. Assim foi com a fotógrafa anterior a mim. Depois, novamente com outro funcionário do qual não me lembro bem. Minhas férias estavam vencidas e eu já não curtia muito o ambiente da redação, sem grandes amizades ou estímulo financeiro. Foi aí que tomei uma decisão errada, não pelos fins que me moveram, mas pelos meios.
Aconteceu em 1999, na inauguração do Credicard Hall, com show de Caetano e João Gilberto, o lugar lotado de celebridades da publicidade e anunciantes poderosos. Havia muitos artistas também, mas só me lembro, agora, do Frejat. Eu, muito metida, resolvi me sentir convidada e decidi não trabalhar, guardei minha câmera na bolsa. Pensando bem, acho que foi mais insegurança que presunção. Eu ficava sempre muito ansiosa, sem saber o que esperar da minha analógica totalmente manual. E tanta "gente bacana" reunida me deixou aturdida. Confesso que nem consegui curtir a noite, talvez peso na consciência por não estar sendo responsável. Estava tão atordoada, que no clímax do evento, quando João Gilberto meteu o pau na qualidade do som da casa e Caetano precisou contemporizar (http://joaogilberto.org/arthur2.htm, entre outros), me encontrava no banheiro. Perdi o melhor da festa! E, pra finalizar, na saída roubei um litro de Red Label que estava intacto numa das mesas. Na ocasião, achei muito natural levar uma bebida daquele lugar cheio de gente que eu imaginava ser metida à besta, pra curtir com os amigos num momento mais aconchegante...
Hoje não agiria dessa forma. Pelo menos, tiraria algumas fotos, rs, brincadeirinha... O fato é que em novembro daquele mesmo ano minhas sonhadas férias foram concedidas. O resto você já pode imaginar.
Especialmente para um amigo que curtiu a história do DKV, outro episódio, desta vez na inauguração dos estúdios de jornalismo da Rede Globo, em 99. Minha incumbência era fotografar FHC, então presidente do Brasil. Estava apreensiva, pois o ambiente era imenso, havia muitos fotógrafos de diversos veículos de comunicação, superequipados, e eu estava munida da minha Canon AE1, câmera analógica com apenas uma objetiva de 50mm. Pra piorar, meu flash demorava cerca de 15 segundos pra recarregar, tempo incomensurável numa coletiva de imprensa. Quando o presidente acompanhado do diretor das organizações Globo, Roberto Marinho, se aproximaram para falar com os jornalistas, uma multidão de fotógrafos tampou minha visão. Sem pensar muito, agachei-me e fui ganhando espaço entre pernas até perceber uma luminosidade diferente que indicava a presença dos ilustres. Fiquei de pé, bem nas costas do "doutor" Roberto. Daí, comecei a cutucá-lo, "doutor Roberto, doutor Roberto". A cada toque, um gesto de desagrado dele sobre os ombros, tentando se livrar dos meus dedos. Só sei que quando ele e FHC se viraram para serem fotografados comecei a gritar, enlouquecida, "presidente, presidente", e saiu esta foto. Suadíssima!
Coletiva para imprensa no lançamento da boneca da Thaís Araújo (98/99)
Fernando Torres e Fernanda Montenegro, no Prêmio Cláudia, concedido anualmente a mulheres de grandes atitudes, anônimas ou não.
Regina Casé, na festa de uma das revistas da Editora Globo, na Tom Brasil.
Xuxa, numa coletiva de um lançamento da Arisco.
O baixinho da Kaiser, muito simpático por sinal, na festa dos 30 anos da DPZ, no Palace, em 99.
01.12, DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS
Sou a favor do "antes tarde do que nunca". Nem todo clichê é desprezível, ou pelo menos, nem sempre, rs. Assisti a dois documentários no Canal Futura (gosto do slogan "o canal que liga você") sobre movimentos de combate e prevenção a AIDS na África do Sul, Filipinas, Índia, entre outros: O Diário de Kelly e Ritmo Solidário. Ambos muito bons. É triste demais saber que nesse mundo há tanta tristeza e dor, enquanto continuamos lutando por causas próprias, na maioria, banais. Segundo um texto que li na internet, há 33 milhões de pessoas convivendo com o vírus da AIDS no mundo, sendo 630 mil no Brasil.
Em Guaxupé, a AVV (Associação Viva a Vida), se não me engano era este o nome correto, encerrou suas atividades alguns anos atrás. Uma das informações que tive, era que aumentou o número de mulheres casadas infectadas no município. Esta informação é preocupante. Sem a AVV os portadores do HIV em Guaxupé ficaram ainda mais vulneráveis. Quem são esses seres invisíveis, circulam entre nós, fazem parte do nosso convívio? O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) não se transmite pelo contato social cotidiano, como pela respiração, objetos (pratos, talheres, etc), alimentos, assentos de sanitários ou insetos. Ele está presente no sangue, sêmen e fluido vaginal das pessoas infectadas, por isto, o uso de preservativos é fundamental.
E a gente tem que ficar ligada, mesmo. Porque não tem essa de confiança mútua, todos estamos sujeitos, afinal, quem nunca transou sem camisinha com alguém, por diversos motivos, uma bebedeira, oportunidade única, tesão incontrolável, sei lá?
Ao procurar a foto do João Daniel Tikhomiroff para a postagem anterior, boas e más recordações ("quero viver meu presente, me lembrar tudo..."). Depois que pedi demissão do Banco do Brasil, fiquei dois anos sem emprego fixo. Até que o namorado da minha vizinha Valéria Hartt me convidou para ser fotógrafa do jornal Ad Business, publicação direcionada ao mundo da publicidade e adjacências. Quando Felipe Pugliesi passou a editor da Revista Propaganda, da Editora Referência, fui com ele e lá fiquei por dois anos.
O big boss da editora, Armando Ferrentini, era homem de atitudes peculiares: permitia que determinado funcionário (já indesejado) tirasse férias, para surpreendê-lo na volta com a demissão. Assim foi com a fotógrafa anterior a mim. Depois, novamente com outro funcionário do qual não me lembro bem. Minhas férias estavam vencidas e eu já não curtia muito o ambiente da redação, sem grandes amizades ou estímulo financeiro. Foi aí que tomei uma decisão errada, não pelos fins que me moveram, mas pelos meios.
Aconteceu em 1999, na inauguração do Credicard Hall, com show de Caetano e João Gilberto, o lugar lotado de celebridades da publicidade e anunciantes poderosos. Havia muitos artistas também, mas só me lembro, agora, do Frejat. Eu, muito metida, resolvi me sentir convidada e decidi não trabalhar, guardei minha câmera na bolsa. Pensando bem, acho que foi mais insegurança que presunção. Eu ficava sempre muito ansiosa, sem saber o que esperar da minha analógica totalmente manual. E tanta "gente bacana" reunida me deixou aturdida. Confesso que nem consegui curtir a noite, talvez peso na consciência por não estar sendo responsável. Estava tão atordoada, que no clímax do evento, quando João Gilberto meteu o pau na qualidade do som da casa e Caetano precisou contemporizar (http://joaogilberto.org/arthur2.htm, entre outros), me encontrava no banheiro. Perdi o melhor da festa! E, pra finalizar, na saída roubei um litro de Red Label que estava intacto numa das mesas. Na ocasião, achei muito natural levar uma bebida daquele lugar cheio de gente que eu imaginava ser metida à besta, pra curtir com os amigos num momento mais aconchegante...
Hoje não agiria dessa forma. Pelo menos, tiraria algumas fotos, rs, brincadeirinha... O fato é que em novembro daquele mesmo ano minhas sonhadas férias foram concedidas. O resto você já pode imaginar.
Especialmente para um amigo que curtiu a história do DKV, outro episódio, desta vez na inauguração dos estúdios de jornalismo da Rede Globo, em 99. Minha incumbência era fotografar FHC, então presidente do Brasil. Estava apreensiva, pois o ambiente era imenso, havia muitos fotógrafos de diversos veículos de comunicação, superequipados, e eu estava munida da minha Canon AE1, câmera analógica com apenas uma objetiva de 50mm. Pra piorar, meu flash demorava cerca de 15 segundos pra recarregar, tempo incomensurável numa coletiva de imprensa. Quando o presidente acompanhado do diretor das organizações Globo, Roberto Marinho, se aproximaram para falar com os jornalistas, uma multidão de fotógrafos tampou minha visão. Sem pensar muito, agachei-me e fui ganhando espaço entre pernas até perceber uma luminosidade diferente que indicava a presença dos ilustres. Fiquei de pé, bem nas costas do "doutor" Roberto. Daí, comecei a cutucá-lo, "doutor Roberto, doutor Roberto". A cada toque, um gesto de desagrado dele sobre os ombros, tentando se livrar dos meus dedos. Só sei que quando ele e FHC se viraram para serem fotografados comecei a gritar, enlouquecida, "presidente, presidente", e saiu esta foto. Suadíssima!
Coletiva para imprensa no lançamento da boneca da Thaís Araújo (98/99)
Fernando Torres e Fernanda Montenegro, no Prêmio Cláudia, concedido anualmente a mulheres de grandes atitudes, anônimas ou não.
Regina Casé, na festa de uma das revistas da Editora Globo, na Tom Brasil.
Xuxa, numa coletiva de um lançamento da Arisco.
O baixinho da Kaiser, muito simpático por sinal, na festa dos 30 anos da DPZ, no Palace, em 99.
01.12, DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS
Sou a favor do "antes tarde do que nunca". Nem todo clichê é desprezível, ou pelo menos, nem sempre, rs. Assisti a dois documentários no Canal Futura (gosto do slogan "o canal que liga você") sobre movimentos de combate e prevenção a AIDS na África do Sul, Filipinas, Índia, entre outros: O Diário de Kelly e Ritmo Solidário. Ambos muito bons. É triste demais saber que nesse mundo há tanta tristeza e dor, enquanto continuamos lutando por causas próprias, na maioria, banais. Segundo um texto que li na internet, há 33 milhões de pessoas convivendo com o vírus da AIDS no mundo, sendo 630 mil no Brasil.
Em Guaxupé, a AVV (Associação Viva a Vida), se não me engano era este o nome correto, encerrou suas atividades alguns anos atrás. Uma das informações que tive, era que aumentou o número de mulheres casadas infectadas no município. Esta informação é preocupante. Sem a AVV os portadores do HIV em Guaxupé ficaram ainda mais vulneráveis. Quem são esses seres invisíveis, circulam entre nós, fazem parte do nosso convívio? O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) não se transmite pelo contato social cotidiano, como pela respiração, objetos (pratos, talheres, etc), alimentos, assentos de sanitários ou insetos. Ele está presente no sangue, sêmen e fluido vaginal das pessoas infectadas, por isto, o uso de preservativos é fundamental.
E a gente tem que ficar ligada, mesmo. Porque não tem essa de confiança mútua, todos estamos sujeitos, afinal, quem nunca transou sem camisinha com alguém, por diversos motivos, uma bebedeira, oportunidade única, tesão incontrolável, sei lá?
Comentários
então, dia 25 vai ter "um pé de quê?" especial sobre o Burle Marx, no Futura. A Regina é quase tudo de bom, né? rsrsrsrs
Digo quase porque tudo é relativo...
Enfim, não postei estas fotos porque as considero especiais. Nem curto a Xuxa, confesso. Elas estão aqui porque foram momentos de muito aprendizado na minha vida profissional. E não podia deixar passar em branco, afinal, todo mundo deve se revelar...
rsssssssssss
kkkk
Brincadeirinha, viu... Hoje sonhei isso quando vinha vindo de Passos, no ônibus, subindo, descendo...sonhando com Jeffrey...rs!