palácio das águias vivo
- Estou completamente sem inspiração.
- Mas você poderia escrever um texto sobre a Mostra 14 Bis de Audiovisual...
E aí, o que a gente faz quando as palavras não saem? Lembro-me, mais uma vez, de um trecho do poeta Maiakóvsky, declamado por Gil: "... mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo, todo coração." E coração não fala com palavras. Mas como os jovens do núcleo de audiovisual me surpreenderam com seus trabalhos, que bem sei, foram carregados de energia, suor, ousadia e muita criatividade, não poderia deixar de registrar a emoção que senti. No excelente documentário Casa Vazia, de encher olhos e ouvidos, os atores utilizaram diversas técnicas de dramaturgia para expressar (e despertar) sentimentos inusitados. Destaque à preciosa trilha sonora escolhida por Pedro Simões, também diretor do vídeo. Guaxufadas, uma animação curta e engraçadinha criada por Fábio Araújo e Taciana Monteiro, é, orgulhosamente, a primeira do gênero produzida localmente por guaxupenses. Outro doc bem elaborado abordou a batalha de Marcos Paulo dos Santos em conquistar seu espaço como desenhista e ilustrador profissional, prestigiado por sua mãe presente na plateia. Parabéns a todos! Principalmente, ao Instituto 14 Bis, que ao criar e manter a mostra de vídeo durante todos esses anos (talvez, dez ou onze) colaborou, efetivamente, com a formação de um novo público - mais crítico e participativo, realizador e apreciador - das artes audiovisuais.
Outro mérito do documentário Casa Vazia é provocar reflexões. A começar pelo cenário escolhido, o antigo "palácio das águias", atualmente degradado por anos de abandono. Este imóvel, pertencente à família Puntel, possui uma arquitetura singular e preciosa, das décadas de 1930/1940, digna de ser preservada às futuras gerações como ícone municipal histórico, artístico e cultural. Mas está fadado ao esquecimento, já que os proprietários aguardam sua ruína total, possivelmente na esperança de valorização da área. E a Prefeitura Municipal não demonstra interesse em fazer um investimento desse porte, de compra, revitalização e restauração do imóvel. Em São Pedro da Aldeia, RJ, o Instituto Casa da Flor tem uma parceria com a Prefeitura Municipal para preservação de um imóvel que possui características semelhantes ao guaxupeano. Atualmente, a Casa da Flor é valorizada e divulgada como ponto turístico daquele município. Guaxupé seria uma cidade diferenciada, referência estadual, caso reconhecesse e preservasse esse patrimônio, onde poderiam acontecer, futuramente, encontros literários, exposições artísticas, exposições, workshops de dança, entre outros eventos ligados à educação, arte e cultura, três pilares fundamentais para a construção da cidadania e de uma cidade mais inteligente e sustentável. Seria, ainda, mais surpreendente conquistar adeptos que abraçassem essa causa e criassem o Movimento Palácio das Águias VIVO.
Se você acredita nesta proposta, passe adiante este texto para formar uma corrente a favor do Palácio das Águias. Ou se acomode como os paralelepípedos...
E a mostra de audiovisual também contemplou a fotografia. Duas exposições foram montadas no hall do cinema. Uma, dos "buracos de luz", com fotos feitas por integrantes do Projeto Vizinhança, realizado durante 2013 pelo Núcleo 14 Bis de Audiovisual em parceria com os artistas baianos Mariana Terra e Eduardo Rosa (E se você deixar surgir uma dança num lugar que encontrar por aí?). Outra, da jornalista Sheila Saad (eu, eu mesma e a Sheila), com imagens de doze eventos culturais que rolaram em Guaxupé nos últimos anos. Para ambas foram criadas "instalações" que reuniram tecnologia e natureza, tornando as fotos muito mais interessantes de se ver. Valeu, Rodolfo Bonifácio, valeu a todos do 14 Bis!
- Mas você poderia escrever um texto sobre a Mostra 14 Bis de Audiovisual...
E aí, o que a gente faz quando as palavras não saem? Lembro-me, mais uma vez, de um trecho do poeta Maiakóvsky, declamado por Gil: "... mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo, todo coração." E coração não fala com palavras. Mas como os jovens do núcleo de audiovisual me surpreenderam com seus trabalhos, que bem sei, foram carregados de energia, suor, ousadia e muita criatividade, não poderia deixar de registrar a emoção que senti. No excelente documentário Casa Vazia, de encher olhos e ouvidos, os atores utilizaram diversas técnicas de dramaturgia para expressar (e despertar) sentimentos inusitados. Destaque à preciosa trilha sonora escolhida por Pedro Simões, também diretor do vídeo. Guaxufadas, uma animação curta e engraçadinha criada por Fábio Araújo e Taciana Monteiro, é, orgulhosamente, a primeira do gênero produzida localmente por guaxupenses. Outro doc bem elaborado abordou a batalha de Marcos Paulo dos Santos em conquistar seu espaço como desenhista e ilustrador profissional, prestigiado por sua mãe presente na plateia. Parabéns a todos! Principalmente, ao Instituto 14 Bis, que ao criar e manter a mostra de vídeo durante todos esses anos (talvez, dez ou onze) colaborou, efetivamente, com a formação de um novo público - mais crítico e participativo, realizador e apreciador - das artes audiovisuais.
Outro mérito do documentário Casa Vazia é provocar reflexões. A começar pelo cenário escolhido, o antigo "palácio das águias", atualmente degradado por anos de abandono. Este imóvel, pertencente à família Puntel, possui uma arquitetura singular e preciosa, das décadas de 1930/1940, digna de ser preservada às futuras gerações como ícone municipal histórico, artístico e cultural. Mas está fadado ao esquecimento, já que os proprietários aguardam sua ruína total, possivelmente na esperança de valorização da área. E a Prefeitura Municipal não demonstra interesse em fazer um investimento desse porte, de compra, revitalização e restauração do imóvel. Em São Pedro da Aldeia, RJ, o Instituto Casa da Flor tem uma parceria com a Prefeitura Municipal para preservação de um imóvel que possui características semelhantes ao guaxupeano. Atualmente, a Casa da Flor é valorizada e divulgada como ponto turístico daquele município. Guaxupé seria uma cidade diferenciada, referência estadual, caso reconhecesse e preservasse esse patrimônio, onde poderiam acontecer, futuramente, encontros literários, exposições artísticas, exposições, workshops de dança, entre outros eventos ligados à educação, arte e cultura, três pilares fundamentais para a construção da cidadania e de uma cidade mais inteligente e sustentável. Seria, ainda, mais surpreendente conquistar adeptos que abraçassem essa causa e criassem o Movimento Palácio das Águias VIVO.
Se você acredita nesta proposta, passe adiante este texto para formar uma corrente a favor do Palácio das Águias. Ou se acomode como os paralelepípedos...
(clique nas imagens para ler matéria publicada no jornal Atitude, em 2002) |
E a mostra de audiovisual também contemplou a fotografia. Duas exposições foram montadas no hall do cinema. Uma, dos "buracos de luz", com fotos feitas por integrantes do Projeto Vizinhança, realizado durante 2013 pelo Núcleo 14 Bis de Audiovisual em parceria com os artistas baianos Mariana Terra e Eduardo Rosa (E se você deixar surgir uma dança num lugar que encontrar por aí?). Outra, da jornalista Sheila Saad (eu, eu mesma e a Sheila), com imagens de doze eventos culturais que rolaram em Guaxupé nos últimos anos. Para ambas foram criadas "instalações" que reuniram tecnologia e natureza, tornando as fotos muito mais interessantes de se ver. Valeu, Rodolfo Bonifácio, valeu a todos do 14 Bis!
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