POUCAS PALAVRAS
Vc sabia que a USP tem curso de Tanatologia (estudo sobre a morte)? "Trata-se de educar a sociedade para cercar o ato de morrer dos melhores cuidados possíveis", diz a matéria da revista Galileu: "Aprender a morrer, a lição final."
Mas vamos falar de vida, neste momento não tô para papo fúnebre. Aliás, não tô pra papo nenhum, nem de vira-lata, rs. Apenas dicas de filmes pescadas das conversas com amigos:
A intérprete - O perfume - Estrada para Perdição - Corações e Mentes - A culpa é do Fidel. Ainda não assisti a nenhum deles, mas as sugestões vêm de pessoas inteligentes.
Uma miniconto bonito que o Alysson me enviou há algum tempo:
História Sem Retorno nº2
Um cachorro, Campeão. Vivia só com ele e começou a me incomodar. Levei-o ao bosque, deixei-o amarrado com uma corda que pudesse romper com um pouco de perseverância e voltei para casa.
Em um par de dias estava arranhando a porta; deixei entrar.
Ficou intolerável; levei-o a um bosque mais distante e o amarrei a uma árvore com uma corda mais grossa (sabia que o defeito não estava na corda, mas na fidelidade do animal; tinha, talvez, a esperança secreta que desta vez não pudesse se soltar e morresse de fome).
Voltou alguns dias depois.
Então soube que o cachorro voltaria sempre. Não me atrevia a matá-lo por temor aos remorsos; e pensei que ainda que conseguisse efetivamente perdê-lo, num bosque mais distante ainda, viveria com o temor constante de seu regresso; atormentaria minhas noites e turvaria minhas alegrias; me amarraria mais sua ausência do que sua presença.
Então duvidei apenas um instante frente à majestade do bosque compacto que se alçava diante de meus olhos – sombrio, imponente, desconhecido –; resolutamente, comecei a entrar, e continuei entrando até que, finalmente, me perdi.
[ Mario Levrero, do livro La Maquina de Pensar em Gladys, 1ª ed, Tierra Nueva, 1970, Montevideo - 2ª ed., Arca, 1998, Montevideo, trad. JRT ]
Entrevistei Caetano Cury e Kutiula (Wilson Affini, pra quem nunca soube) pro próximo Acontece. Numa única imagem, esta pequena homenagem aos dois. Primeiro, porque sou fã do trabalho do Caetano, tanto na Comunitária quanto por suas ilustrações. Kutiula é o ponto dos perdidos na noite. Já saciou minha fome em muitas madrugadas. Fome de amigos e do bauru com aquela pimentinha no "ponto".
Comentários
O autor é padre e teólogo ortodoxo, doutorado em psicologia e filosofia. Já escreveu várias obras, inclusive é copiado tematicamente por Leonardo Boff em muito de suas obras.
A obra é sobre a morte e a "arte de morrer". Excelente livro para terapeutas e afins - aqueles que gostam de boas prosas e filosofia.
Vele a pena!!!
Falei pra mim: "hoje vai ter coisa boa lá pra ler!"
...então, cadê?
Aliás, fico estudando a etimologia da palavra cadê sempre quando a uso....rs! Cadê é o que, heim?
abstrações, abstrações...
obrigada pelo elogio, jeff!
aliás, esse seu jeito de falar me lembra o amigo zitos... será?
vou até escrever algo com a deixa do meu amigo zen, aí... mas tou atrasada, mesmo, desculpas...