palhaços de preto

As campanhas políticas estão à solta, e o que é pior, gastando gasolina, jogando CO2 na atmosfera e ferindo ouvidos sensíveis, ou melhor, até os insensíveis, rs. Achei muito engraçada a proposta que Caetano Cury fez pela Comunitária, realizar uma votação pra eleger o pior jingle. Daí brinquei que estava com saudades de São Paulo. Lá, a poluição é uma constante já incorporada no dia-a-dia do paulistano. Agora aqui, na nascente da qualidade de vida, rs, se ver a todo momento incomodada com um som alto, tocando músicas de gosto duvidoso (porque toda unanimidade é burra) e pedindo voto. Ou seja, não acrescentando nada ao eleitor. Porque eleitor consciente não vai se deixar impressionar por esse tipo de mídia. Vai?

Por isso os ipês florescem, pra disfarçar dissabores. Genebaldo (ou seria Genibaldo?) morreu. Ex-bicanca, dedicado funcionário do conselho tutelar, dançarino, professor de fanfarra, filho do Pedro Beia, pai da Lísia, do Geninho (são 3 filhos), e, às vezes, hoteleiro. Deixou o clube da melhor idade mais triste. E eu, também. Gostaria de ter entrevistado essa polêmica figura. Mas perdi a chance, pelo menos nesse round, rs. O Hotel Central será vendido. O imóvel não foi tombado pelo patrimônio histórico, Genebaldo lutou muito contra o tombamento. Para ele, o imóvel perderia o valor comercial. Na Europa, prédios supermodernos emergem de fachadas seculares. Sabem o valor do trabalho dos seus antepassados. Na maioria das cidades mineiras não se respeita nem os paralelepípedos, assentados por mãos minuciosas e calejadas, que batiam as pedras, uma por uma, com martelo para ficar bem-feito. Itinha Prósperi, minha última entrevistada, assistiu ao trabalho dos calceteiros na Travessa João Cruvinel. Itinha também deu aulas no Grupo Barão quando este funcionou no prédio do Hotel Central, escola de muitos guaxupeanos em torno dos 70 anos.

OS PALHAÇOS DE PRETO

Em 2002, uma turma de adolescentes se reunia em frente ao antigo Fórum da Comarca de Guaxupé. Segundo depoimentos, eles queriam mesmo era "causar", ou seja, rebeldes com diferentes anseios para extravasar. Ficavam lá conversando, cantando, sentados nas calçadas ou nas escadarias. Raramente bebiam. Gostavam de se vestir de preto, ouvir rock e falar de bruxaria. Pervertidos? Assassinos seriais? Excomungados pela Igreja Católica ou perseguidos da Inquisição? "Nós somos jovens, jovens, jovens, somos do exército, do exército do surf", nooossa, lembrei-me dessa música das Frenéticas. Retomando a linha, fazia de forma singular o que jovens de várias épocas fizeram de forma diferente, rs. Ou, pelo menos, os mais criativos, revolucionários, inconformados, artistas, sei lá mais. Uma pessoa pela qual tenho estima (ai, é antigo) é Ana Paula: divertida, esperta e do bem. Atualmente, ela se veste amiúde de preto, é uma artista. Eu também, desde sempre. Eu pergunto, será que todos nós formamos guetos, naturalmente, e não queremos sofrer preconceitos por isso? Ou os guetos são perigosos dentro de uma comunidade porque ousam ser diferentes? Vixe, isso é profundo...



Na Floricultura Orquídea tem exposição permanente de flores dos orquidófilos guaxupeanos. Semanalmente eles trocam as flores e as enviam para Exposições de Orquídeas que acontecem em todo o Brasil. O núcleo de orquidófilos de Guaxupé, atualmente presidido pelo Peixinho, tem filiados de pouco mais de 20 anos até 80. Todos eles ficam contentes ao terem plantas classificadas. O prêmio nunca vem em dinheiro: um porta-retrato da planta vitoriosa, uma mudinha ou outro suvenir. "O que a gente mais gosta é de ganhar mudas de orquídeas", afirma Peixinho (na foto com Beto, proprietário da floricultura, Penha e Rosa).



Helena Magalhães Gomes está participando como jovem jornalista do 4º Congresso Mundial da Juventude, em Quebec, Canadá. Ela atualiza diariamente seu blog http://comcienciaambiental.blogspot.com com notícias do evento. Está colhendo depoimentos de empreendedores sociais de diferentes origens na tentativa de descobrir quais as características esses jovens têm em comum. Bacana.

Sexta tem Ministério do Samba (Rafa, Washington e Tom) no Araújo's.

Sábado, 14h, Batismo de Sangue, no cineclube 14 Bis, que contará com a presença do nosso ilustríssimo Padre Olavo.

Sábado tem Malkavianos (Caio, Léo e Marco) na Marcenaria. Hoje fiquei sabendo que o nome da banda veio de um jogo de RPG, um grupo de vampiros muito pirados. Pra ser um deles, é preciso ter um parafuso a menos. Parafuso a menos?


Amigas da Escola Interativa, no intervalo: Maísa, Mariana e Vivi.

Comentários

fABiN disse…
Oi!
Palhaços de Preto??? aehuaehuaehue

Poxa... a gente só queria beber, tocar e jogar truco... mas acho que nossa felicidade incomodava alguns. rs
Tenho até hoje o recorte da homenagem que fizeram pra gente no jornal da época.
Valeu!
Me lembrei das "entrevistas" de sexta a noite:
"Que tipo de palhaço vc eh?"

Fabin - Palhaço até a morte.
bisteca disse…
humm, não participei dessas entrevistas, mas que tipo de palhaça eu sou?

Sheila - contraditória? às vezes morro de rir, ou choro de rir, faço chorar de rir, morrer de rir??

Hoje ouvi uma conversa entre Priscila e Caetano, na Comunitária. Ela afirmou que foi a idealizadora do nome da banda Malkavianos. Vai, Priscila, conversa mais sobre esses vampiros, por que e como surgiu sua inspiração??
Carolina Zaiat disse…
eu tbm fui uma "palhaça de preto"!!
hahahaha... foi ótimo! uma época mto boa!!!!

tbm me lembro do jornal!!!
a sheila adorou a historia!

causamos!
fABiN disse…
Ouvi falar que a Marcenaria encheu no sábado. Agora os Palhaços de Preto podem entrar lá???

Que tipo de palhaço eu sou:
- Sou um palhaço que ri das verdades em que as pessoas acreditam que sejam piadas.
bisteca disse…
hahahahaha, fabin!
qualquer palhaço fica colorido com dinheiro!

E o que podemos fazer além de rir das nossas desgraças? Sim, porque verdades que parecem piadas podem até ser engraçadas, a princípio, mas escondem muitas tristezas... nenão?
Angelina Gurgel disse…
Eu também fui um "palhaço de preto", e foi uma época fantástica na minha vida!!
Éramos adolescentes muito autênticos!!
Saudades dos amigos daquela época que acabei perdendo o contato!!!
Rafael Ribeiro disse…
Eu sou um Palhaço de Preto até hj...não sou vagabundo, não era vagabundo, pago minhas contas ouço o meu rock e não que dar satisfação pra ninguem. O incrivel é que o hj tem a Marcenaria e ninguem fala nada da balburdia que acontece ali onde os palhaços de preto "atuavam".

"Palhaçços de Preto até a Morte."
Anônimo disse…
Oi, Zé, mas sem revolta... rs

Infelizmente, a vida é assim mesmo, cheinha de injustiças. A gente tem mesmo que por a boca no mundo e continuar lutando.

Concordo plenamente com sua reivindicação. Mas acho que a culpa das grades no fórum é dos palhaços de preto... hahahahaha

Brincadeirinha de mau gosto, assim como as grades e as garagens.

Obrigada por comentar.
Sheila

Postagens mais visitadas