democracia e liberdade

Governo democrático ou governo do povo é aquele regido pela vontade popular. Carnaval é a festa mais popular do Brasil. Logo, faz parte das obrigações das secretarias, departamentos e ministérios da cultura fomentar as atividades carnavalescas. Em Guaxupé, a Prefeitura irá investir cerca de 500 mil reais no carnaval. Destes, 64 mil serão divididos entre 7 grupos carnavalescos, a Banda do Zé Cabeção (3.250), Bloco do Espaço (8.250), Viralatas do Samba (8.250), Unidos das Vilas (11.250), Feijão Queimado (11.250), XV de Novembro (11.250) e Cores da Casa da Criança (11.250). Para Bia Monteiro, do Feijão, quem faz a festa acontecer são os blocos e escolas que desfilam na avenida. Em contrapartida, o maior investimento público vai para os trios elétricos, que além de altamente dispendiosos emitem gases poluentes. Infelizmente, o interior de Minas está sendo dominado pela cultura baiana em detrimento da cultura regional. Bia afirma, ainda, que se o carnaval da cidade tiver apenas os trios, e as escolas e blocos decidirem não desfilar, o povo vai chiar. Tivemos exemplos que comprovam a teoria dela, como no final dos anos 90 e início dos anos 2000. Sem blocos e escolas nosso carnaval perdeu notoriedade e atrativos, literalmente espantando os turistas para Guaranésia e Muzambinho. O resgate dos carnavais de outrora recomeçou timidamente, em 2005. Mas ainda está distante do ideal. Ouvimos prefeitos e dirigentes da cultura afirmarem que escolas e blocos não deveriam receber dinheiro público. Os dirigentes das agremiações carnavalescas discordam. Nenê Granjeiro, também do Feijão, ficou indignado com a entrevista do Bacurau, publicada no Correio Sudoeste do último final de semana. O ex-presidente da Ala Jovem afirma que a sua escola não se mantinha com subsídios públicos, mas sim com livros de ouro e eventos. É controversa esta afirmação, pois há 20 anos ou mais os desfiles chegaram a receber quantias públicas bem mais vultosas que as atuais, até mesmo a Ala Jovem. A diminuição desta verba foi um dos principais fatores que desmotivaram os antigos carnavalescos, afinal, quem é que não precisa de se sentir valorizado? Em todas ou na maioria das cidades da região os desfiles recebem verba municipal. Isto não implica que as agremiações não devam se organizar, ter identidade jurídica e procurar, também, investimentos das empresas privadas. Tudo associado forma um conjunto para dar legitimidade e força ao carnaval. É penoso constatar que muitos acham que os carnavalescos saem às ruas para se divertir e, portanto, não devem receber dinheiro em troca. Esta é a realidade da grande maioria dos dirigentes de hoje, que batalham para por seu "bloco" na rua, a despeito de inúmeras dificuldades. Como alguém pode ter a cara de pau de pedir que esses mesmos dirigentes trabalhem o ano inteiro para angariar fundos se a festa é de todos? Concordo com a Bia, os blocos e escolas fazem um show na avenida e devem ser valorizados e pagos para tal. Pergunte para um músico que ama o que faz se ele faz show de graça? Não no carnaval de Guaxupé. Ninguém faz graça, é trabalho. Por isso defendo que blocos e escolas recebam uma fatia maior de um evento orçado em 500 mil, não apenas 15%. E que os comerciantes e empresários da cidade se conscientizem da parte que lhes cabe nessa história. É humilhante solicitar patrocínios e ser recebido como indigente, estelionatário ou coisa pior. O carnaval é um produto que vende e faz vender.
O Viralatas do Samba irá investir 12.500 reais no desfile de 2010. Destes, 8.250 vêm da Prefeitura e, 4 mil, da venda de "kits". Este ano, o bloco recebeu uma colaboração adicional do Centro Educacional Anchieta. Esperemos que todo esse esforço valha a pena, que a população prestigie os desfiles que acontecerão no sábado e na segunda, a partir das 20h. Aos "viralatas" caberá se divertirem e fazer o público se divertir. Afinal, todos fazem parte desse espetáculo.














LIBERDADE


Ano passado os "viralatas" formaram um "barracão" na Rua João Pessoa, 43, ponto de encontro dos integrantes do bloco. Homens pagaram 100 reais e mulheres 50, funcionando como um "open bar" durante os 5 dias de festa.
Este ano, uma nova proposta, discutida exaustivamente por uma "diretoria" formada pelos integrantes mais assíduos, onde todos opinaram, democraticamente. O "bar" da casa foi tercerizado para os "canaia" (Lena & esposo) e todos os integrantes do bloco poderão entrar. É um neobarracão viralata, com a finalidade de oferecer mais liberdade aos participantes, que poderão escolher quando frequentar, quanto e o que consumir.
Para garantir música ao vivo e de qualidade durante as madrugadas será cobrado um couvert artístico de 5 reais, para os "viralatas", e de 10 reais para os demais. A diversidade do repertório e dos músicos não foi definida, pois grupos ainda poderão ser formados, a turma está aberta para novas sugestões.




























Nas próximas postagens, cobertura dos ensaios de outros grupos carnavalescos de Guaxupé, que com muito samba no pé, esforço e criatividade, ajudam a perpetuar a tradição do samba de rua e das marchinhas de carnaval, típicas do interior de Minas Gerais.

Comentários

Anônimo disse…
É...além da prefeitura fazer essa divisão desequilibrada dos recursos para o carnaval, criou um decreto que considero abusivo.

Proibir a realização dos barracões, e autorizar o funcionamento apenas mediante autorizações pagas, é um absurdo. Realmente, nos ultimos anos, os barracões causaram certos transtornos à população, pois o pessoal acaba abusando.

Porém, aqueles que sempre se valeram de lugares apenas de concentração de amigos durante o dia de carnaval, pois antes, pela noite, todos se divertiam nos bailes do Clube Guaxupé, ficam prejudicados.

Além disso, é um absurdo, a criação de regras para este tipo de festa particular, que não pode nunca ser considerada de médio ou grande porte, como coloca o decreto municipal.

Ainda, colocam no julgamento de uma secretaria municipal, a autorização ou não do evento.

Para fazer os barracões serem tranquilos, basta verificar aqueles que realmente estiverem incomodando o bem estar de todos. Nao criar regras abusivas como essas.

O pouco que restou do carnaval da cidade, estava nos amigos que se aproveitam do carnaval para se reunir, dos blocos carnavalescos, pois o Clube Guaxupé deixou de existir, e o carnaval da cidade, só traz mais transtornos ainda à população.

A tradição do carnaval da cidade, está sendo deixada de lado. Os Bailes Carnavalescos, visitados por pessoas de vários cantos do país, onde em poucas cidades isso sobrevive.

A folia saudável, transparente, que simplesmente reflete o espírito do carnaval, está sendo deixada de lado.

Não sei o que Guaxupé tá esperando. Pois, o Carnaval, com certeza, sempre foi uma das coisas que mais divulgavam a cidade.

Deixo aqui, minha insatisfação, e principalmente tristeza, que a cada dia, tentam derrubar mais ainda mais as estruturas de amizades, de origens familiares, que sempre sustentaram o espiríto festivo de Guaxupé.

Passar o Carnaval em Guaxupé, era algo marcante na vida de cada um que teve oportunidade de aproveitar os áureos tempos, avós, pais e filhos, todos juntos, comemoravam o carnaval.

Onde iremos chegar assim?

Parabéns Vira-Latas, por ainda lutarem pela essência do carnaval de Guaxupé.

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