ATITUDES, CIGARRO E CERVEJA

No próximo Acontece, a história de Maria Jesuína Zavagli, educadora aposentada e católica atuante: "Fazendo o impossível para ajudar sempre." Aliás, a frase dela me lembra outra que aprecio muito: Não sabendo que era impossível ele foi lá e fez.
Dona Jesuína faz parte das minhas lembranças do ginásio, quando eu e minhas amigas nos apertávamos numa 'baia' do banheiro da escola para fumar. Entre as amigas, Adriana, a filha caçula de dona Jesuína. A gente tinha um lema, 3 tragos para cada e o cigarro mudava de mãos, até o bira, que também era disputadíssimo. O cheiro e a fumaça não deixavam margens para dúvidas. E dona Jesuína ameaçava avisar nossos pais, e dispersava a turma de fumantes. Hoje em dia, fumar não é um hábito comum dos adolescentes. Talvez porque a publicidade de cigarros foi abolida há anos. Naquela época, uma das propagandas mais bacanas era do Hollywood, "Ao Sucesso", com uma trilha sonora de dar água na boca de qualquer jovem aventureiro. Pois é, fui iludida pela propaganda enganosa. Ainda não tinha 14 quando pedi um cigarro pra irmã de uma amiga. Ela me deu as orientações de uso, eu parti pra prática. Não tossi nenhuma vez. Foi amor à primeira tragada. Eu era daquelas radicais, que empunhava o pito e dizia com a boca cheia: "Adoro fumar, nunca vou parar". Até que, numa bela noite, sozinha no meu ap em Sampa durante uma gripe forte (e eu ainda sofria de bronquite) me vi envolta pela fumaça e pensei, "Gosto mais do cigarro ou de mim?". Venci a parada, deixei de fumar. Não engordei, nem fiquei ansiosa, foi uma experiência fortalecedora. Me senti superpoderosa, 10x0 contra o tabaco.

Agora estão tentando proibir propagandas de cerveja. Álcool é um vício como outro qualquer, ou melhor, é uma das drogas que mais causam dependência. Os publicitários já se uniram para impedir mais essa arbitrariedade, como eles mesmo rotulam tal proibição. Mas pergunto: será? E não pense que sou careta, também acho que é proibido proibir, às vezes... Não me importo que fumem ao meu lado e adoooro uma cerveja. Mas penso que muitos jovens não têm tanta força de vontade, e droga é droga. Sou a favor da descriminalização da maconha. Talvez, até da cocaína. Mas sou contra enaltecer qualquer tipo de droga. É o que faz a publicidade, aumentar o consumo do produto, vender e ganhar festivais publicitários milionários. Oh, dúvida cruel, qual atitude tomar? Por isso, hoje vou de cachaça.... rs

Se a gente não fizer nada que faça mal à saúde, quais contravenções iremos praticar? Melhor atentar contra si mesmo que contra os outros. Adianta ser saudável, porém limitado? Hoje ouvi de uma amiga: "Minha filha tá naquela idade que prioriza só o cabelo. Inteligência zero." Vai para o Bocaaboca...


Também fiz reportagem com Aryel Fávero Greco, sobre treinamento para habilitados. Boa dica para quem é inseguro para dirigir, mesmo portando carteira de motorista. Como Fátima, ao lado de Aryel na foto, que sofreu um acidente e ficou traumatizada. E entrevistei João dos Reis da Silva (foto), jardineiro, para a coluna "gente que faz bem-feito".

Comentários

Anônimo disse…
Querida, concordo totalmente com você. A decisão sobre o que consumir quase nunca deixa de ser influenciada. Mas a publicidade eleva este poder de sedução à enésima potência, glamourizando, direta ou indiretamente, o uso de drogas que podem ser usadas ou não com parcimônia, especialmente por adolescentes. O ato de deixar de fumar não foi tão fácil assim para mim. Sofri muito para me livrar da dependência psicológica, mais que da química. Acho que a propaganda subliminar (por exemplo: ídolos do cinema como Humphrey Bogard ou James Dean, másculos, rebeldes e charmosos, sempre com um cigarro na boca) é ainda mais prejudicial, por ser difícil de ser identificada pelos consumidores. O mesmo acontece com filmes e clipes em que se associa sexo, amor,liberdade, ação e rock and roll ao uso de bebidas alcoólicas. Quem não gostaria de poder comprar essas emoções e sensações em garrafas? Tão fácil...
bisteca disse…
Aparentemente, todas as pessoas que "pensam" e são descoladas são boêmias, fumam, bebem, cheiram, etc. São pessoas mais apaixonadas, que se entregam, dão a cara pra bater e, conseqüentemente, também aprendem, crescem... E não são apenas os ídolos do cinema, mas da música, artes plásticas, etc etc etc
Mas isso é uma ilusão. O aprendizado pode vir de diferentes situações, já que "tudo vale a pena se a alma não é pequena..."

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