INsegurança


No último dia 20, em cerimônia no Planalto, o presidente Lula anunciou que até 2.012 serão investidos 6,7 bi de reais em segurança pública, para colocar em prática as diretrizes do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, nessa área.
Serão construídos 160 novos presídios com 400 'vagas' cada um, em conjunto com políticas socioeducativas e sociais. De acordo com Lula, "é fundamental urbanizar a favela com infra-estrutura de Educação, Saúde e Lazer, do contrário não será possível resolver a questão da criminalidade".
Hà mais de 10 anos, numa mesa de bar, ouvi um amigo dizer que o problema de segurança pública só seria tratado com a devida seriedade pelo povo brasileiro quando ameaçasse a tranquilidade das cidades do interior. Com ou sem profecias, a violência se alastrou pelas artérias do País e a maioria das casas dos pacatos municípios interioranos ganharam cercas elétricas e sistemas de seguranças.
Como Einstein, acredito que para solucionar um problema é preciso um pensamento novo, diferente daquele que existia quando o problema surgiu. Quando as cadeias foram construídas não se pensou no crescente avanço da criminalidade. No interior, então, criminoso era ladrão de galinha. Em Guaxupé, por exemplo, a cadeia pública fica no centro da cidade, ao lado de 3 igrejas católicas muito frequentadas e do hospital municipal. O prédio, construído no início do século XX, em estilo arquitetônico romano, é tombado pelo patrimônio histórico. Abriga mais detentos do que sua capacidade comporta, cena comum nas cadeias públicas brasileiras, infelizmente. É preciso colocar em prática políticas socioculturais e educativas dentro e fora dos presídios. Gerar novas possibilidades de socialização para esses detentos e pessoas mais vulneráveis socialmente é também esperança de futuro melhor para toda a comunidade. A mudança precisa acontecer com urgência no interior, para não repetir o erro dos grandes centros urbanos: superlotação das casas de detenções e crescimento da criminalidade. Porque a violência generalizada já é uma triste realidade.

(Igreja Ortodoxa, a segunda do Brasil, vizinha à cadeia de Guaxupé, fotografada por Marcos David)

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