como assim?

Minha dileta colega de profissão, Silvinha de Sá, me contou que na Praça Benedito Calixto, em Sampa, abriram um comércio chamado Como Assim? A gente riu muito. Este termo é sempre usado por ela quando quer dar uma chance para seu interlocutor se expressar melhor ou, realmente, a pessoa disse ou fez algo muito estúpido para ser assimilado. Agora, peço emprestado esta expressão para questionar algumas questões relevantes para Guaxupé, neste momento.

ETE - Estação de Tratamento de Esgoto
Não entendi por que os consumidores vão bancar a construção da ETE no município. É o que vai acontecer com o aumento de 60% sobre a tarifa de água (em um ano, 40%, até chegar aos 60%). Nem por que o governo não aprovou o projeto de 22 milhões que a Prefeitura de Guaxupé esperava que fosse aprovado pelo PAC para construção da ETE municipal, conforme relatou Mozart Faria, em entrevista ( http://www.papodeviralata.com/2010/08/paciencia.html ) quando era secretário de Meio Ambiente (cargo, aliás, que foi criado e logo extinto). Se assim fosse, nenhum aumento de tarifa seria repassado ao consumidor final, visto que o dinheiro dos cofres públicos vêm dos cidadãos em dia com seus impostos. A discussão sobre a renovação do contrato com a Copasa vem se arrastando há anos. Agora, parece que os vereadores irão votar a favor. A empresa se comprometeu a assumir uma dívida de 500 mil para preservação das matas ciliares, mais 4 milhões para reforma das tubulações sob o antigo mercado municipal (negócio rentável este, hein!). Como assim? É preciso mais. Por enquanto, a renovação com a Copasa é interessante (apesar de 30 anos de contrato ser tempo demais, mas tratando-se da construção de uma ETE, é compreensível). Mas seria importantíssimo garantir que a Copasa invista em um projeto para recuperação das nossas ruas de paralelepípedos. Uma de nossas principais rotas, a Avenida Conde Ribeiro do Valle, após reforma das tubulações, ficou com um "rastro de tatu", à direita, que incomoda muito os motoristas. Este é apenas um exemplo entre muitos semelhantes. Outra ação fundamental, que caberia à empresa em parceria com o poder público, refere-se à educação e conscientização da comunidade sobre a importância do uso correto da água, para evitar desperdícios, e o cuidado com nossos rios e mananciais, para coibir a poluição dos mesmos. Se houver respeito entre todos os envolvidos, é muito justo os mineiros pagarem uma taxa menor de água em relação aos outros estados, afinal, Minas é considerado a caixa d'água do País.

Terminal Rodoviário Urbano
Li no Correio Sudoeste que a Prefeitura irá devolver 380 mil reais ao estado por não ter sido aprovada a construção de um terminal urbano na Avenida Conde Ribeiro, em frente à Ótica Jussara, como alguns defendiam. Como assim? Se essa verba está vinculada à construção de uma obra que vai oferecer maior comodidade e vantagens à população deve ser agarrada com unhas e dentes. Realmente, um terminal rodoviário urbano na avenida central não é o espaço ideal. Outros defendiam a construção do terminal na antiga sede da Casa da Cultura. Este espaço seria mais viável se obedecesse a um projeto arquitetônico e paisagístico que preservasse as árvores e plantas na área externa, bem como a fachada do prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal. Outra possibilidade seria no terreno ocioso, coberto de mato, entre as ruas Mancini e João Pessoa. Mas, provavelmente, a obra não seria aprovada pelo governo porque o terreno fica em área de APP. Neste caso, deveria prevalecer o bom senso entre as partes, incluindo o proprietário do terreno em prol do bem-estar comum, mas este é papo para idealista ingênuo. No projeto da obra constaria uma área adequada para reconstrução da mata ciliar aliada a um paisagismo que integrasse natureza e concreto, a la Oscar Niemeyer. De quebra, o terminal teria passagem para duas ruas com mãos diferenciadas.

Guaxu SOS Animal
A Prefeitura foi questionada sobre o porquê de não continuar honrando o convênio firmado com a Guaxu SOS Animal. A resposta, simplista e vaga, apontou um desvio de verba ou repasses irregulares à entidade em 2008. Como assim? Coincidentemente, eu participava da diretoria da Guaxu, nesta época, quando, pela primeira vez, foi realizada parceria com a prefeitura por meio do prefeito Abrão Calil Filho. Vale lembrar que a Guaxu SOS, fundada em 1999, sempre utilizou recursos próprios para fazer seu trabalho, até então. Posso afirmar que esta denúncia é, se não leviana, maldosa. Pode, sim, ter ocorrido alguma falha no preenchimento da prestação de contas, pois a diretoria da associação, sem familiaridade com esse tipo de burocracia, talvez tenha gasto dinheiro com remédios enquanto a verba seria destinada apenas a castrações ou algo do gênero. Até os administradores públicos de primeira viagem sabem que irregularidades como esta são comuns. Eu diria a eles, atirem a primeira pedra quem nunca pecou... Enfim, estou por fora das atividades atuais da Associação, mas sei que tem várias pessoas corretas na sua diretoria. É fato, também, que mal a prefeitura reformou o canil municipal, logo pos tudo abaixo em virtude das malfadadas buscas por material tóxico. Por todas estas questões quem, mais uma vez, leva a pior são os animais. Muitos idealistas estão bancando os custos do atendimento veterinário a animais abandonados por proprietários irresponsáveis, de Guaxupé e cidades vizinhas. Já está mais que na hora de dar um basta a tanto descaso. É preciso implantar uma política pública séria, inteligente e responsável nesta área, abrangendo conscientização, castrações em massa, cadastramento dos animais e de seus proprietários, garantia de punição aos infratores da Lei 9.605/98 e acordo de cooperação entre os municípios da AMOG. Na época das eleições, em outubro de 2008, o prefeito Roberto Luciano demonstrou apoio à causa ao fazer campanha eleitoral no Agito Animal (foto). Pergunto, agora, como fica esta situação? Qual a solução alternativa para controle de zoonoses que o poder público pretende implantar? (ler matéria publicada na página 12, do Correio Sudoeste de 25.06). Aproveito para denunciar que na Praça do Rosário (Governador Benedito Valadares) há carrapatos contaminados e três cachorros da vizinhança foram afetados pela Erliquiose. Um deles, recolhido das ruas em outubro de 2002, morreu na última quinta-feira. Só quem ama os animais como ao próximo pode entender a gravidade dessa situação.

Comentários

Jota Araujo disse…
Terminal Urbano
Não se constuindo o terminalk na avenida principal e sim no local indicado na matéria, seria realmente uma boa solução.
O que não se sabe, se a prefeitura teria verba suficiente para adquirir o citado terreno.
bisteca disse…
É, Juracélio...

O local já deveria ter sido definido faz tempo, desde quando souberam que a verba viria para construir um terminal rodoviário na cidade. Não entendo o motivo da demora, parece brincadeira ou enrolação, mesmo.

Enfim, não sei quanto vale o referido terreno, do Cléber Matioli e família, mas soube que ele estava disposto a vendê-lo. Não sei se a Prefeitura ao menos tentou fazer um acordo com ele, já que grande parte do terreno, ou todo ele, foi enquadrado como APP.

abç, companheiro.
henry vitor disse…
gata Não te esqueci A história da Orquídea me arrepiou Uauah

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