seis histórias ou o teatro de sombras

Antes de falar sobre seis temas referentes à terrinha, um desabafo:

Acabei de saber pela TV que Aldo Rebelo, autor do polêmico projeto de reforma do código florestal brasileiro, foi nomeado Ministro dos Esportes. Ele vai negociar com empresas e instituições para realização das Olimpíadas e da Copa do Mundo. Muito conveniente, imagine o montante envolvido, é como se o deputado recebesse um prêmio em espécie por sua força política, demonstrada na aprovação do referido Código, meses atrás. Pra mim, mais uma vergonha no nosso cenário político, já tão desacreditado.

Voltando para assuntos mais felizes, de 29.10 a 02.11, acontece o terceiro evento promovido pela Casa da Cultura, o Aconteceu em Guaxupé, Reviva! Oportunidade boa para recordar amigos e lembranças vividas na terrinha, outrora bem mais animada que agora, pode crer. Este ano, "com total animação, antigomobilistas estão preparando uma belíssima participação" na abertura do Reviva, sábado, às 19h30, no Parque Mogiana, depois, às 23h, show-baile no Clube Guaxupé, relembrando os antigos festivais. Na Casa da Cultura haverá, ainda, uma mini-fazenda e um museu, com objetos e fotos que fizeram história.



O Reviva deste ano envolveu diversas instituições, a Associação Vira-latas também iria participar, mas por vários motivos, só poderá oferecer seu apoio na divulgação e desejar sucesso a todos, pois a festa promete!



CONSERVEM A PEDRA NO MEIO DO CAMINHO

"Dentro do carro, sobre o trevo, a cem por hora o meu amor, só tens agora, os carinhos do motor..." Belchior cantando esta música é pérola aos poucos, emociona, ainda mais quando se mora no oitavo andar... rs. Não sei por que lembrei-me desta música, quase furei meu vinil por ela, anos atrás. Mas por hora o tema é outro, porém, não menos vergonhoso que o primeiro. As ruas de paralelepípedos do centro da cidade estão em estado deplorável, com pedras soltas, e os moradores das proximidades, tapando os buracos como podem.






ENQUANTO ISSO, NAS PRAÇAS...

Bancos, postes e pontos de ônibus estão sendo pintados de amarelo e vermelho, duas cores ótimas para a bandeira de um bloco de carnaval, como é o caso do Vira-latas do Samba. Várias pessoas comentaram que não gostaram de ver as cores naturais dos bancos de pedra serem substituídas. Aliás, li comentários sobre isto há semanas, sobre a Praça da Saudade. Na ocasião, não dei atenção. Mas, ao sair na porta de casa e me deparar com este espetáculo, tive que rever minha atitude. Fotografei, mas estas fotos não captam o mau gosto do conjunto, embora minha mãe tenha gostado do colorido.




PAVIZERO

Outro motivo para espanto aconteceu no dia em que renovaram o asfalto da minha rua. Os funcionários da Pavidez saíram arrancando pedaços das árvores com um facão para o trator passar rente às calçadas. Há dois anos, precisei arrancar uma árvore, em frente de casa, e tive que pedir autorização da prefeitura. Com a autorização em mãos, paguei uma pessoa para cortar a árvore. Plantei duas no lugar. Comprei as mudas em local especializado (embora tenham me garantido que dariam flores e, até o momento, nada). Enfim, pago uma pessoa para fazer podas regulares nestas duas árvores, baixas, mas com copas enormes. Daí chega um sujeito, sem avisar ninguém, pelo menos por gentileza, e sai quebrando os galhos sem habilidade ou consideração. Tentei argumentar, mas, infelizmente, esses trabalhadores não estavam abertos ao diálogo. E a culpa não é deles, sim da empresa que não oferece orientações ou treinamento adequado.







DEUS E O CACHORRO

Para Lourenço Mutarelli, no conto homônimo do livro O Teatro de Sombras, Deus é cachorro ao contrário... (guaxupense) ... Claro que na língua inglesa, dog e god. Mas eu acredito, mesmo, que Deus está no cachorro, no rio, no bêbado e no equilibrista, no tigre, no homem que ama e que mata. Deus está em todas as formas vivas porque todos somos um. Quem respeita Deus deve respeitar todas as criaturas.

Por esta crença e por ser protetora dos animais convicta, fiquei consternada ao receber um texto de um colega jornalista, denunciando que padre Reginaldo da Silva, recém-chegado a Guaxupé, declarou aos fiéis seu ódio pelos cachorros durante a missa de Nossa Senhora Aparecida, na manhã de 12 de outubro. Leia um trecho:

"...A esperada celebração de amor, por parte do pároco Reginaldo da Silva, transformou-se em uma declaração de ódio aos cães.
Um vira-lata entrou na igreja e se manteve quieto e afastado. O padre interrompeu a missa para declarar: “Eu já fui mordido por cachorro e eles me perseguem. Eu odeio cachorro, odeio...”, reforçou duas vezes a expressão de ódio. Diante dessa manifestação inesperada, alguns fiéis até se retiraram da missa. Outros tantos continuaram perplexos diante dessa ofensa desnecessária, agressiva e fora de hora.
Por acreditar que o pároco fosse se retratar numa próxima missa, devotos aguardaram por mais de uma semana. Não houve retratação, aumentando a indignação de muitos fiéis diante de um representante da palavra de Deus, que contradiz as tantas mensagens de amor pregadas quase diariamente e publicadas. Um cão também é filho de Deus, alegam os indignados..."


Como não consegui falar com nenhum fiel que tenha presenciado a cena, esta tarde fui a Catedral conversar com padre Reginaldo (foto). Ele nega veementemente ter ódio dos cachorros, já que deixou um pit bull no quintal da casa da sua mãe. Disse, ainda, que no final da missa, estava entregando balas às crianças quando um cachorro amarelo entrou na igreja abanando o rabo e ele falou, em tom de brincadeira, que não gosta de cachorro dentro da igreja ou dentro de casa: "É minha opinião, não vejo problema algum em dizer o que penso." O pároco, que veio de Poços de Caldas, afirmou, também, que acha um absurdo o número de cachorros abandonados nas ruas de Guaxupé.

Proponho uma reflexão sobre estes fatos. Não é maltratando ou eliminando esses animais que o problema será resolvido. Pedi ao padre Reginaldo que converse com seus fiéis sobre a importância da posse responsável, já que o homem domesticou os cães para lhe servir. E que desfaça o mal entendido. O número de animais abandonados só vai diminuir com a conscientização da população, com cada um fazendo sua parte. Nenhum local mais oportuno que a escola e a igreja para levar esta missão adiante.


RIQUEZAS EM CRESCIMENTO

E por falar em escola, esta semana começou a ser distribuída a revista institucional da Escola Interativa. Já é o sétimo ano que sou a jornalista responsável por esta produção, elaboro os textos junto com os professores, fotos (algumas são tiradas pelos professores da escola) e projeto gráfico. Fazer revista é uma das minhas atividades prediletas. Esta, especialmente, porque trabalha com Educação e me dá oportunidade de entrar em contato com uma turminha fofa, adoro quando alguns me reconhecem, me beijam e abraçam. Os mais pequeninos, aqueles que ainda não perderam a espontaneidade genuína da idade, são os mais carinhosos. Claro que de acordo com a personalidade de cada um.










Comentários

Postagens mais visitadas