um passarinho no chão

É o nome de "uma novela carregada de poesia", como descreveu Elias José no prefácio deste livro de Esmerino Ribeiro do Valle Filho, de 1979. Algo me diz que foi leitura indicada na minha época de ginásio, que não despertou meu interesse. Agora, a filha do escritor, Bia Antonelli, sabendo do meu gosto por histórias de vidas, me emprestou o único exemplar que ela guarda a sete chaves. Desta vez, a narrativa do menino Zezinho e de seu companheiro, um matuto da roça, Zequinha Josa, me emocionou muito, como previu Elias no já referido prefácio:

"Uma poesia simples que brota da terra e tem marcas da infância do interior, cercada de elementos humanos mais autênticos, de animais e com presença forte da natureza dominando tudo. Impossível para o leitor permanecer frio, com uma leitura apenas intelectual. O livro mexe fundo com a gente, com o que temos de mais puro e mais menino.
...
Leitura acabada, ficará no leitor, tenho certeza, uma vontade de retomar algumas partes, de reler coisas aqui e ali, como quem segura um tempo e um espaço que se transformaram violentamente e só a literatura pode recriá-lo com poesia e cheiro de terra e frutos."

Feliz do autor que teve um prefácio tão bem escrito, por um conhecedor da magia das palavras e seu poder de fazer o leitor viajar no tempo e espaço sem sair do lugar.

O título que Elias escolheu para seu texto foi: Esmerino e o lirismo das coisas simples. Concordo plenamente, há beleza, poesia e paixão nas coisas simples, na gente simples. Algo que emociona. As fotos a seguir, embora não tiradas na roça, mas num abrigo para idosos na cidade, contém, também, o toque poético da história de Esmerino.
















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