duas histórias
Encerrando a temporada atual da Coluna Minha História, duas mulheres de vida difícil: Tereza Pinho Garcia e Palmira de Jesus Silva. Ambas moradoras do Lar São Vicente, estas duas mulheres percorreram um árduo caminho até chegar aqui.
UMA SENHORA SOLITÁRIA
Tereza Pinho Garcia nasceu em 06.12.1933, em Curvelo, uma dos vinte e um filhos de Raymundo de Freitas e Agostinha Correia dos Santos. Dona Tereza tem um jeito todo peculiar de se expressar, podendo confundir ouvintes desatentos. Em vez de pescador, diz que seu pai foi marinheiro e enquanto sua família viveu na região da capital mineira tiveram uma vida boa. Desde então, passou por fazendas do interior de São Paulo, Paraná e Minas. Depois de viúva, trabalhou nas colheitas de café para terminar de criar os nove filhos. Há sete anos no Lar São Vicente, é conhecida por todos e, ao mesmo tempo, não é apegada a ninguém.
“Quando vim pra Guaxupé deixei dezoito irmãos vivos no Paraná, perto de São Pedro do Ivaí. Desde pequena, comecei a trabalhar com meu pai, que era marinheiro em Curvelo e Corinto (cidades próximas a BH, onde passa os rios, das Velhas, Bicudo, Rio de Janeiro, Lavado e uma grande quantidade de córregos importantes). Eu ajudava limpando os peixes.
Nossa casa ficava dentro do rio, quando ele subia, tinha um quarto que ficava cheio de peixes. Eles andavam bestando, a gente pegava na mão para brincar e depois soltava no rio. Pra pescar, meu pai tinha registro na delegacia, o negócio era sério. Os peixes vinham de caminhão para Ribeirão Preto, onde eram vendidos. Tinha peixe do tamanho de um homem.
No tempo da seca, meu pai ia fazer casa para ganhar dinheiro. Eu ia com minha mãe e meus irmãos para a lavoura. Nóis tinha que bater arroz e socar no pilão. Limpava a terra para plantar. Meu pai tinha mais de dois mil pés de mandioca. Fazia farinha e biju pro nosso gasto e pra vender. Naquele tempo ninguém vendia terra, não. Fazia casa na beira do rio e plantava.
A gente tocava a vida muito bem assim. Mas meu pai foi muito bobo, caiu na conversa dos outros, disseram que pra cá tinha dinheiro a rodo. Viemos para São Paulo de trem. Na hora de tirar as malas, meu pai foi assaltado, levaram todas as nossas coisas. Fiquemos três meses morando num barracão da prefeitura, até conseguir novos documentos pra todo mundo. Nenhum dos casais que vieram com a gente, incluindo meus pais, tinha registro de casamento.
Depois fomos pra fazenda Santa Embrede, perto de Guaimbê, na região de Marília, Garça, Cafelândia, Júlio Mesquita. Nessa fazenda meu pai ficou doido, precisou fazer tratamento de saúde. Lá conheci meu marido, Francisco Garcia, também lavrador, que trabalhava no sítio Mundo Novo, com os primos. A gente se casou em 22.12.51, em Júlio Mesquita.
Meus pais achavam que no Paraná o ganho tava mió, então, como meu marido era muito amigo do meu pai, fomos todos juntos para São Pedro do Ivaí. As mulheres trabalhavam na lavoura de algodão, milho e amendoim. Os homens, na plantação de raminho e hortelã de fazer óleo para avião.
Alguns anos depois, meu marido, meus filhos e eu viemos para a fazenda Pessegueiro, em Mococa, para colher café. Mas meu marido enfartou e tivemos que voltar pra trás, porque os papéis pra ele receber aposentadoria ficaram no Paraná. Depois retornamos a Mococa, onde meu marido morreu.
Cabei de criar meus nove filhos na enxada, colhendo café. Cheguei a viver uns cinco anos com Valdeci, que havia sido colega do meu marido. Minha filha, Hilda, incentivou nosso relacionamento. Ela morreu nova, na mesa de parto, junto com o filho que ia dar à luz. Em São Sebastião da Grama trabalhei na fazenda do Zé Taramelo e, em Guaxupé, na Bom Jardim dos Machados.
Antes de vir para o asilo, morei numa casinha na cidade. Comecei a beber de desgosto, depois que um filho, Benedito Donizete, morreu atropelado na estrada. Quando fiquei ruim das pernas, a assistente social da Prefeitura e o Henrique (Bonfim) me puseram aqui. Tenho vontade de voltar a morar sozinha, mas todo mundo fala que é perigoso. Dizem que de noite estão até matando pra roubar.
Todo dia vou à gruta do Lar rezar. Tenho seis filhos vivos, mas não sei quantos netos. Celso, o caçula, mora em Guaxupé e vem sempre me ver. Aparecido, que trabalha na fazenda Limeira, faz oito meses que não vejo, mas soube que ele também vai se casar.”
Dona Tereza gosta de fazer consertos em suas roupas, diz que costura muito bem. Usa habitualmente um lenço amarrado na cabeça, mas para aparecer no jornal, fez questão de tirá-lo, mostrando os cabelos que mantêm presos e pintados com a tinta que o filho sempre compra para ela. Voz destoante dos demais entrevistados, diz que não precisa estar no “asilo”, prefere morar sozinha.
Foto:
Tereza faz orações diárias na capela da gruta do Lar São Vicente.
UMA SENHORA VAIDOSA
Palmira de Jesus Silva nasceu em 25.02.38, em Juruaia, filha de João Liberato e Brasilina Francisca de Jesus. Há quase dez anos no Lar São Vicente, ela tem diversos problemas de saúde, entre eles, a falta de memória: “Vem encarreando bem a semana, até que esqueço tudo, minha cabeça não é boa, não.” Mas nem por estes motivos Palmira perde a vaidade, está sempre bem arrumada, com o cabelo pintado. Também gosta de usar colares, brincos e pulseiras.
“Meu pai trabalhava na roça com meus irmãos, Orlando e João. Eu ficava com minha mãe e as irmãs mais velhas, Orminda, Maria Geralda, Maria e Dervina. Dos filhos fui a derradeira. Meu pai morreu moço por causa da picada de uma cascavel, tomou tudo quanto era remédio, mas não adiantou. Minha irmã, Orminda, tinha problemas de saúde.
Fui criada com um povo rico, pra frente de Muzambinho, na fazenda do Cristiano e da Mariana. Eu fui pra casa deles pequenininha, mais ou menos com sete anos. Lá tinha escola, pelejei pra aprender leitura, mas minha cabeça não ajudou.
Eu era criança ainda, mas, aos poucos, fui aprendendo a cuidar da casa. Brincava com as outras crianças da fazenda no terreiro de café, andava de carrinho, soltava papagaio. Depois que fiquei mocinha passei a trabalhar demais, fazia de tudo. Quando a dona da fazenda morreu, minha mãe foi me visitar com meus dois irmãos e me achou muito inchada. Era de tanto mexer com água fria.
Voltei a morar com ela e meus irmãos, na fazenda Santa Maria, em Guaxupé. Eu ajudava nos serviços de casa enquanto minha mãe ia pra roça. Também moramos nas fazendas São Domingos, Três Barras e Aliança.
Não sei quando viemos pra cidade, alugamos uma casa na rua da barreira. Minha mãe arrumou emprego pra mim de lavadeira, no Hotel Central. Trabalhei vários anos pra dona Estér. Me contaram que a lavadeira que trabalhou depois de mim morreu em cima do tanque.
Tinha um vizinho chamado José Pedro da Silva, que gostava de mim. Como eu também gostava dele, começamos a namorar. Alguns anos depois, noivamos.
Consegui emprego no armazém do Olavo, para escolher café. Almoçava em casa e saía a pé para o trabalho, descalça, debaixo de chuva ou sol. Fiquei ainda mais inchada. Meu noivo ficou com dó de mim e me deu de presente uma sombrinha e uma capa de chuva. Quando recebi o décimo terceiro, no Natal, comprei um par de chinelos. Eu usava meu dinheiro nas despesas de casa, nessa época, minha mãe estava doente.
Eu tinha uma grosseira nas pernas e no corpo, desde criança. Um dia, no caminho do armazém, uma senhora crente, que eu conhecia de vista, me perguntou se queria que ela curasse minhas pernas e eu aceitei. Colocou umas folhas com uma pomada amarela nas feridas, nunca mais tive nada.
Minha família não queria que eu me casasse, mas casei mesmo assim, em 04.05.63. Depois de casada, parei de trabalhar no armazém para cuidar da nossa casa. No início, moramos com minha mãe. Depois, ela e meu irmão solteiro, João Cecílio, se mudaram e meu marido e eu ficamos na casa.
Zé Pedro trabalhava na roça. Moramos vários anos no sítio do seo Natal Sandroni. Com os anos, meu marido constipou das pernas de tanto trabalhar no brejo e, também, por causa de uma hérnia. Fez tratamento, mas não adiantou. Minha saúde também piorou, eu estava muito acabada, no restinho. Fomos morar na Vila Vicentina, tava em tempo de nóis dois morrer por falta de acompanhamento médico.
Como eu tava ruim, mesmo, chorando de dor, trouxeram nóis dois para o Lar, em maio de 2002. Eu estava com os braços fininhos, de tão magra. Tomo remédio direto, tenho problema no estômago. Seis anos depois, meu marido morreu e eu fiquei sozinha no mundo.
Para passar o tempo, faço aulas de desenho com a Tatieli (terapeuta ocupacional). Aos sábados, vou à missa. Ando um pouco pelo Lar com minha amiga, Margarida, grande companheira que chegou faz pouco tempo. Assim, vou levando a vida.”
Viúva há três anos, Palmira não tem parentes vivos. Diz que recebe a visita de algumas mulheres, mas não tem muito que fazer. A não ser descansar e não pensar em nada.
Foto:
Aos sábados, Palmira se arruma para assistir às missas na capela do Lar.
Apoio Cultural:
UMA SENHORA SOLITÁRIA
Tereza Pinho Garcia nasceu em 06.12.1933, em Curvelo, uma dos vinte e um filhos de Raymundo de Freitas e Agostinha Correia dos Santos. Dona Tereza tem um jeito todo peculiar de se expressar, podendo confundir ouvintes desatentos. Em vez de pescador, diz que seu pai foi marinheiro e enquanto sua família viveu na região da capital mineira tiveram uma vida boa. Desde então, passou por fazendas do interior de São Paulo, Paraná e Minas. Depois de viúva, trabalhou nas colheitas de café para terminar de criar os nove filhos. Há sete anos no Lar São Vicente, é conhecida por todos e, ao mesmo tempo, não é apegada a ninguém.
“Quando vim pra Guaxupé deixei dezoito irmãos vivos no Paraná, perto de São Pedro do Ivaí. Desde pequena, comecei a trabalhar com meu pai, que era marinheiro em Curvelo e Corinto (cidades próximas a BH, onde passa os rios, das Velhas, Bicudo, Rio de Janeiro, Lavado e uma grande quantidade de córregos importantes). Eu ajudava limpando os peixes.
Nossa casa ficava dentro do rio, quando ele subia, tinha um quarto que ficava cheio de peixes. Eles andavam bestando, a gente pegava na mão para brincar e depois soltava no rio. Pra pescar, meu pai tinha registro na delegacia, o negócio era sério. Os peixes vinham de caminhão para Ribeirão Preto, onde eram vendidos. Tinha peixe do tamanho de um homem.
No tempo da seca, meu pai ia fazer casa para ganhar dinheiro. Eu ia com minha mãe e meus irmãos para a lavoura. Nóis tinha que bater arroz e socar no pilão. Limpava a terra para plantar. Meu pai tinha mais de dois mil pés de mandioca. Fazia farinha e biju pro nosso gasto e pra vender. Naquele tempo ninguém vendia terra, não. Fazia casa na beira do rio e plantava.
A gente tocava a vida muito bem assim. Mas meu pai foi muito bobo, caiu na conversa dos outros, disseram que pra cá tinha dinheiro a rodo. Viemos para São Paulo de trem. Na hora de tirar as malas, meu pai foi assaltado, levaram todas as nossas coisas. Fiquemos três meses morando num barracão da prefeitura, até conseguir novos documentos pra todo mundo. Nenhum dos casais que vieram com a gente, incluindo meus pais, tinha registro de casamento.
Depois fomos pra fazenda Santa Embrede, perto de Guaimbê, na região de Marília, Garça, Cafelândia, Júlio Mesquita. Nessa fazenda meu pai ficou doido, precisou fazer tratamento de saúde. Lá conheci meu marido, Francisco Garcia, também lavrador, que trabalhava no sítio Mundo Novo, com os primos. A gente se casou em 22.12.51, em Júlio Mesquita.
Meus pais achavam que no Paraná o ganho tava mió, então, como meu marido era muito amigo do meu pai, fomos todos juntos para São Pedro do Ivaí. As mulheres trabalhavam na lavoura de algodão, milho e amendoim. Os homens, na plantação de raminho e hortelã de fazer óleo para avião.
Alguns anos depois, meu marido, meus filhos e eu viemos para a fazenda Pessegueiro, em Mococa, para colher café. Mas meu marido enfartou e tivemos que voltar pra trás, porque os papéis pra ele receber aposentadoria ficaram no Paraná. Depois retornamos a Mococa, onde meu marido morreu.
Cabei de criar meus nove filhos na enxada, colhendo café. Cheguei a viver uns cinco anos com Valdeci, que havia sido colega do meu marido. Minha filha, Hilda, incentivou nosso relacionamento. Ela morreu nova, na mesa de parto, junto com o filho que ia dar à luz. Em São Sebastião da Grama trabalhei na fazenda do Zé Taramelo e, em Guaxupé, na Bom Jardim dos Machados.
Antes de vir para o asilo, morei numa casinha na cidade. Comecei a beber de desgosto, depois que um filho, Benedito Donizete, morreu atropelado na estrada. Quando fiquei ruim das pernas, a assistente social da Prefeitura e o Henrique (Bonfim) me puseram aqui. Tenho vontade de voltar a morar sozinha, mas todo mundo fala que é perigoso. Dizem que de noite estão até matando pra roubar.
Todo dia vou à gruta do Lar rezar. Tenho seis filhos vivos, mas não sei quantos netos. Celso, o caçula, mora em Guaxupé e vem sempre me ver. Aparecido, que trabalha na fazenda Limeira, faz oito meses que não vejo, mas soube que ele também vai se casar.”
Dona Tereza gosta de fazer consertos em suas roupas, diz que costura muito bem. Usa habitualmente um lenço amarrado na cabeça, mas para aparecer no jornal, fez questão de tirá-lo, mostrando os cabelos que mantêm presos e pintados com a tinta que o filho sempre compra para ela. Voz destoante dos demais entrevistados, diz que não precisa estar no “asilo”, prefere morar sozinha.
Foto:
Tereza faz orações diárias na capela da gruta do Lar São Vicente.
UMA SENHORA VAIDOSA
Palmira de Jesus Silva nasceu em 25.02.38, em Juruaia, filha de João Liberato e Brasilina Francisca de Jesus. Há quase dez anos no Lar São Vicente, ela tem diversos problemas de saúde, entre eles, a falta de memória: “Vem encarreando bem a semana, até que esqueço tudo, minha cabeça não é boa, não.” Mas nem por estes motivos Palmira perde a vaidade, está sempre bem arrumada, com o cabelo pintado. Também gosta de usar colares, brincos e pulseiras.
“Meu pai trabalhava na roça com meus irmãos, Orlando e João. Eu ficava com minha mãe e as irmãs mais velhas, Orminda, Maria Geralda, Maria e Dervina. Dos filhos fui a derradeira. Meu pai morreu moço por causa da picada de uma cascavel, tomou tudo quanto era remédio, mas não adiantou. Minha irmã, Orminda, tinha problemas de saúde.
Fui criada com um povo rico, pra frente de Muzambinho, na fazenda do Cristiano e da Mariana. Eu fui pra casa deles pequenininha, mais ou menos com sete anos. Lá tinha escola, pelejei pra aprender leitura, mas minha cabeça não ajudou.
Eu era criança ainda, mas, aos poucos, fui aprendendo a cuidar da casa. Brincava com as outras crianças da fazenda no terreiro de café, andava de carrinho, soltava papagaio. Depois que fiquei mocinha passei a trabalhar demais, fazia de tudo. Quando a dona da fazenda morreu, minha mãe foi me visitar com meus dois irmãos e me achou muito inchada. Era de tanto mexer com água fria.
Voltei a morar com ela e meus irmãos, na fazenda Santa Maria, em Guaxupé. Eu ajudava nos serviços de casa enquanto minha mãe ia pra roça. Também moramos nas fazendas São Domingos, Três Barras e Aliança.
Não sei quando viemos pra cidade, alugamos uma casa na rua da barreira. Minha mãe arrumou emprego pra mim de lavadeira, no Hotel Central. Trabalhei vários anos pra dona Estér. Me contaram que a lavadeira que trabalhou depois de mim morreu em cima do tanque.
Tinha um vizinho chamado José Pedro da Silva, que gostava de mim. Como eu também gostava dele, começamos a namorar. Alguns anos depois, noivamos.
Consegui emprego no armazém do Olavo, para escolher café. Almoçava em casa e saía a pé para o trabalho, descalça, debaixo de chuva ou sol. Fiquei ainda mais inchada. Meu noivo ficou com dó de mim e me deu de presente uma sombrinha e uma capa de chuva. Quando recebi o décimo terceiro, no Natal, comprei um par de chinelos. Eu usava meu dinheiro nas despesas de casa, nessa época, minha mãe estava doente.
Eu tinha uma grosseira nas pernas e no corpo, desde criança. Um dia, no caminho do armazém, uma senhora crente, que eu conhecia de vista, me perguntou se queria que ela curasse minhas pernas e eu aceitei. Colocou umas folhas com uma pomada amarela nas feridas, nunca mais tive nada.
Minha família não queria que eu me casasse, mas casei mesmo assim, em 04.05.63. Depois de casada, parei de trabalhar no armazém para cuidar da nossa casa. No início, moramos com minha mãe. Depois, ela e meu irmão solteiro, João Cecílio, se mudaram e meu marido e eu ficamos na casa.
Zé Pedro trabalhava na roça. Moramos vários anos no sítio do seo Natal Sandroni. Com os anos, meu marido constipou das pernas de tanto trabalhar no brejo e, também, por causa de uma hérnia. Fez tratamento, mas não adiantou. Minha saúde também piorou, eu estava muito acabada, no restinho. Fomos morar na Vila Vicentina, tava em tempo de nóis dois morrer por falta de acompanhamento médico.
Como eu tava ruim, mesmo, chorando de dor, trouxeram nóis dois para o Lar, em maio de 2002. Eu estava com os braços fininhos, de tão magra. Tomo remédio direto, tenho problema no estômago. Seis anos depois, meu marido morreu e eu fiquei sozinha no mundo.
Para passar o tempo, faço aulas de desenho com a Tatieli (terapeuta ocupacional). Aos sábados, vou à missa. Ando um pouco pelo Lar com minha amiga, Margarida, grande companheira que chegou faz pouco tempo. Assim, vou levando a vida.”
Viúva há três anos, Palmira não tem parentes vivos. Diz que recebe a visita de algumas mulheres, mas não tem muito que fazer. A não ser descansar e não pensar em nada.
Foto:
Aos sábados, Palmira se arruma para assistir às missas na capela do Lar.
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