paciência
Semana passada não foi publicada a coluna Minha História, no Correio, por acordo entre as partes. Mas já estava pronta a entrevista com Nair Ribeiro Ferraz, que sairá na próxima edição. Nair, uma tranquila senhora centenária, do alto da sua sabedoria vaticina que é preciso ter paciência. Como o Lenine, na música homônima, manja? Confesso que estou ten-tan-do aprender ou apreender tal virtude. É complicado nesses tempos modernos, em que a vida parece passar tão rápido e a gente sente escorrer nosso poder como areia entre os dedos... Como a centenária, vamos tecendo aos poucos nossa colcha de retalhos. Pedaços de experiências que compartilhamos, ou não. Desculpe, mas se o Saramago afirmou que filosofar ajuda a melhorar o mundo, quem sou eu pra discordar?
Enfim, também no final de semana o casal Ana Lia e Rodolfo trará dois amigos estrangeiros (talvez belgas ou franceses?), mãe e filho, que conheceram na Argentina, durante a Marcha Mundial pela Paz. Ambos são músicos e retornam aos países que participaram da marcha com um acervo de fotos do evento. A Associação Viralatas do Samba vai facilitar um encontro com essa turma, na Casa da Vó Maria. Poderá acontecer de sexta à segunda, sem data definida. É só um toque pra quem quiser ficar ligado: se as luzes estiverem acesas... Olha só que evento de vanguarda, vai acontecer mas não se sabe quando. Isso reforça a transitoriedade da vida, dos fatos. Tenho uns amigos que não gostam de marcar encontros, preferem deixar por conta do destino... Isso é ter paciência.
Duas matérias publicadas no último Correio:
Incêndio ameaça bambuzal preservado
Na segunda-feira, 9, um incêndio criminoso ou acidental queimou uma grande área na esquina da Rua Alcides Baldini com a Rua Mancini. As labaredas chegaram a 5 metros de altura, causando grande transtorno e apreensão aos moradores e comerciantes das imediações. Por pouco o fogo, que começou próximo à ponte do Taboão, não causou danos à rede elétrica.
Enquanto aguardava o auxílio dos caminhões-pipas das usinas de Itaiquara e Guaranésia, funcionários do São João Supermercados acionaram um hidrante localizado no andar superior do supermercado, recebendo o auxílio de outros moradores que utilizaram mangueiras para molhar o mato próximo às construções. O fogo ameaçava ficar fora de controle caso chegasse aos bambuzais. Os focos de incêndio foram apagados com a chegada dos caminhões dos municípios vizinhos. O multiação da prefeitura foi chamado, mas um funcionário da prefeitura, Carlinhos da Silva, informou que o mesmo não estava em condições de uso. A Secretaria de Obras é o órgão responsável pela manutenção desse carro. “Todo incêndio por menor que seja é preocupante. Vou pedir que reforcem a manutenção do multiação para que não aconteça mais isso”, relata Mozart Faria (foto), Secretário de Desenvolvimento e Meio Ambiente.
Há tempos o mato vem crescendo desleixadamente neste local. Mesmo tendo acabado com o habitat de cobras, aranhas, mosquitos, entre outros animais peçonhentos, o dano ao meio ambiente foi bem maior que o benefício. Grande parte do bambuzal que separa o terreno baldio dos fundos das propriedades da Avenida Conde Ribeiro do Valle foi queimado.
Jarbas Correa Filho, proprietário do São João Supermercados, informou que pouco tempo atrás solicitou à prefeitura o corte desses bambus, mas seu pedido foi negado: “Mozart Faria alegou que o bambuzal é preservado pelas leis ambientais.”
A região afetada é chamada de APP – Área de Preservação Permanente – que abrange até 30 metros do leito do Rio Guaxupé. Tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, a fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Neste caso, o terreno situado às margens do rio é propriedade particular. O proprietário não mora no município. O mesmo acontece com a área da Polenghi. A prefeitura não pode assumir a responsabilidade de revitalização deste e de outros terrenos na mesma situação ainda que para evitar possíveis danos ambientais. De acordo com Mozart Faria, o Codema - Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental - é o órgão competente: “A prefeitura não pode limpar uma APP sem autorização do Codema e anuência do IEF - Instituto Estadual de Florestas.”
“Como o próprio nome diz, uma área protegida permanentemente não convém fazer limpezas periódicas. O ideal é ter mata ciliar, mas o mato auxilia para evitar erosão e desbarrancamento. Quanto menos você mexer na área próxima ao rio, mais favorece a regeneração natural da vegetação”, explica Luiz Ricardo Zavagli, Engenheiro Florestal do IEF. Para arrancar o mato é preciso apresentar um projeto de revitalização, que prevê o plantio de mudas adequadas pra recomposição da mata ciliar e um programa pra cuidar dessas árvores. “Não adianta só plantar, tem que dar manutenção, como capinar, adubar e combater formigas”, alerta o engenheiro. Segundo ele, uma forma de prevenção é fazer aceiros, faixas de terra de 3 a 15 m de largura, sem vegetação, mantidas limpas para que o fogo não invada as propriedades.
Rio e pontes abandonados
A ponte do Taboão e a ponte da Rua Mancini não oferecem segurança aos transeuntes. “Já caíram animais e bêbados dentro do rio. Qualquer hora pode acontecer com uma criança causando uma lesão mais grave. Será possível que só vão agir depois do fato consumado?”, questiona Geralda Goulart, moradora da Rua João Pessoa.
O Secretário de Meio Ambiente se comprometeu a conversar com o Secretário de Obras, Marcos Vilhena, que é engenheiro civil, a respeito de se fazer uma mureta de proteção no local.
Há tempos o Rio Guaxupé não possui mata ciliar nas margens urbanizadas. Esta vegetação ofereceria uma proteção natural, desestimulando o descarte de lixo nessa área protegida. Hoje em dia diversos tipos de lixo, de papel e garrafa pet à material de construção, poluem as margens e o leito do rio (foto).
De acordo com Mozart, a partir de setembro, haverá uma intervenção no trecho do Parque Mogiana e Estádio Carlos Costa Monteiro para limpeza e recuperação da mata ciliar, já autorizada pelo IEF.
Ainda, segundo o secretário, o projeto para construção da ETE – Estação de Tratamento de Esgoto já está em Brasília. Se for aprovado, o Governo Federal deverá investir 22 milhões de reais na obra, que prevê a construção de emissários nas margens do Rio Guaxupé para a captação do esgoto até chegar na ETE.
Intercâmbio estudantil e cultural
Fazer um intercâmbio internacional representa não só um diferencial na vida profissional. É uma oportunidade para aprimorar um idioma, conhecer novas culturas e, de quebra, adquirir autoconhecimento. Os destinos mais procurados por estudantes de idiomas e do ensino regular são os Estados Unidos, o Canadá e a Inglaterra. Porém, Austrália e Nova Zelândia, na Oceania, oferecem alguns diferenciais, como natureza exuberante e clima tropical.
Definido o idioma que se deseja aprimorar, a dificuldade está na escolha do destino. Alguns cuidados ajudam a evitar surpresas desagradáveis: Qual país oferece um custo de vida menor; como é o clima e o estilo de vida; É possível escolher onde e com quem morar; Qual a escola adequada? No Brasil há várias agências especializadas neste setor, que facilitam a resposta destas questões. É preciso assegurar-se de que a empresa seja séria e comprometida, para evitar aborrecimentos desnecessários.
Planejar com antecedência mínima de seis meses, afirma Marina Lima Soeiro, 30, empresária recém-chegada do Canadá, ajuda a economizar no preço das passagens aéreas, a conseguir uma hospedagem mais próxima da escola e a evitar eventuais contratempos com documentação. Ela sugere: “Tem que ficar atento com o que é oferecido dentro do pacote de viagem escolhido.”
Thaís Nasser Parlatore, 17, morou onze meses nos EUA, em kokomo, Indiana, de agosto de 2009 a julho de 2010, onde cursou a 2ª série do colegial. De acordo com a estudante, a burocracia que antecede à viagem é grande, sendo fundamental o serviço de uma empresa conceituada e experiente neste ramo: “Pesquisei bastante, fui com meus pais a feiras de intercâmbio, conversamos com pessoas que já haviam passado por essa experiência. Demorei um mês só pra preencher a ficha de apresentação. É bem detalhada. Foi a parte mais chata do programa, mas valeu muito a pena.”
Lais Segura de Araújo (Lila), 16, que está cursando o 2º semestre do colegial numa escola pública de Whangarei, na Nova Zelândia, desde 12.07, viajou por intermédio da mesma agência da Thaís. “Foi indicação de amigos. Primeiramente, procuramos outra, mas meus pais e eu não ficamos satisfeitos com o atendimento. Até agora, está tudo de acordo com o contratado”, informa Lila.
Em março deste ano, por meio de uma empresa de Ribeirão Preto, Djalma Alexandre Pinto, 30, graduado em administração de empresas e pós-graduado em Especialização em Logística, fez um curso de inglês (General English), também na Nova Zelândia, para aprimorar o idioma.
Antes de definir a agência brasileira e a escola internacional, ele visitou duas feiras de intercâmbio, uma em BH e outra em São Paulo. “A vantagem dessas feiras é ter contato direto com as escolas estrangeiras. É preciso pesquisar e conversar muito com pessoas que já tiveram essa experiência antes de definir o pacote de viagem”, indica Djalma.
Os dois lados da moeda
Mesmo tomando todos esses cuidados Sonia Mara Nasser Parlatore, mãe da Thaís, ficou insatisfeita com o desempenho da agência escolhida. “Minha filha não se adaptou à família que a hospedou. Não só por uma questão de afinidade. A mãe (host mother) estava mal informada sobre o funcionamento do intercâmbio e a encarregada da agência, em Cocomo, era inexperiente”, conta.
Durante dois meses, Thaís e sua companheira de hospedagem, uma intercambista coreana, tiveram problemas de adaptação. “Os americanos são muito diferentes dos brasileiros, têm uma disciplina muito rígida. Para facilitar a adaptação, a agência de viagens sugere às famílias hospedeiras que estimulem o contato com os pais apenas uma vez por semana. E a mãe americana quis cumprir esta e outras regras à risca”, explica José Carlos Parlatore, pai da Thaís.
Embora a família do intercambista não tenha como recusar a família que vai hospedá-lo, Sonia e José Carlos sugerem aos pais que sejam mais críticos e menos crédulos, isto é, questionem os detalhes antes de fechar contrato. Thaís, sozinha, solucionou o problema entrando em contato com a mãe de uma das colegas da escola. Conseguiu hospedagem para ela e para a companheira da Coréia. “Achei muito estranho resolver sem meus pais, mas consegui lidar bem com isso, apesar do estresse inicial”, relata a estudante.
“No próximo intercâmbio que pretendo fazer, talvez não escolha a mesma agência, nem a Nova Zelândia”, relata Djalma, que não ficou satisfeito com a hospedagem em casa de família (home stay). “Se tivesse um filho menor de idade me sentiria mais seguro com esse sistema. Mas para o adulto é muito ruim, não oferece liberdade”, afirma.
Marina tem a mesma opinião: “Fiquei hospedada numa casa de filipinos, o estilo de vida é muito distante do nosso. Num próximo intercâmbio pretendo alugar um apartamento para ter mais autonomia. O investimento é praticamente o mesmo.”
No clima do lugar
Muito mais do que aperfeiçoar o idioma, o intercambista conhece diferentes culturas e, distante das origens, tem a oportunidade de apreender novos valores. “Inicialmente, queria estudar em Amsterdã, por ter mais identidade com o estilo de vida holandês. Sofri um pouco pra me adaptar à cultura americana, mas foi bom ter ido para os EUA. Voltei sabendo muito mais sobre mim do que sobre o mundo”, revela Thaís.
Além do contato com filipinos, nas aulas de inglês, Marina interagiu com japonês, coreano, chinês, mexicano, venezuelano, árabe, italiano e tailandês: “O sistema de ensino da escola que escolhi estimula a troca de experiências entre os alunos. Além de treinar o idioma, a gente conhece a cultura e os costumes de cada um.”
Marina sempre quis conhecer o Canadá, pela qualidade de vida, pelo nível cultural e pelas belezas naturais. “Passei um mês em Vancouver. Era tudo que eu esperava e um pouco mais, fiquei plenamente satisfeita”, relata.
“Não sabia como seria recebida pelos neozelandeses. Eles foram supersimpáticos e interessados. Fazer amizade com outros intercambistas foi fácil, porque eles querem as mesmas coisas que eu. Mas os quiwis* são mais fechados, não são de puxar papo, a gente precisa ir atrás deles”, conta Lila.
Ela ressalta que os hábitos alimentares na NZ também são muito diferentes. As refeições são invertidas, o jantar é a refeição principal. No almoço, lanche. “Comem muita batata, cozida, frita, assada, purê. O arroz é unidos venceremos. A comida não tem muito gosto. To sentindo falta do feijão”, confessa Lila.
A Nova Zelândia e Austrália também são destinos ideais para os amantes da natureza. O clima tropical, igual ao Brasil, facilita a adaptação, reforça Lila: “Esse foi o principal motivo da minha escolha. Estou na ilha norte, que é mais quente do que a sul, tem muito vento. Estou adorando, tudo aqui é muito lindo.”
A comunicação é totalmente em inglês. Thaís tinha um inglês fluente antes de viajar: “Na escola de Indiana estudei Literatura Americana e Redação. Aprendi a escrever muito bem.” Lila estava no curso intermediário e está melhorando a cada dia: “Meu inglês é bom, eu os entendo e eles me entendem. Às vezes tenho que fazer mímica ou falar alguma coisa parecida.” Djalma confessa que travou na 1ª semana: “Tem que ser desinibido para não ter vergonha de se comunicar, falando errado ou gesticulando.”
O tamanho do investimento
O investimento financeiro para estudar no exterior gira em torno de 10 mil dólares, variando conforme o país, a escola e a estada. Os pais de Thaís afirmam que o intercâmbio de onze meses nos EUA é um dos mais econômicos, a metade do valor se comparado ao Canadá, Inglaterra ou Nova Zelândia. “Pagamos para a agência 6.500 dólares, incluindo passagens aéreas, seguro saúde e demais burocracias. Além dos envios mensais para as despesas pessoais”, conta Sonia.
O valor das passagens aéreas e o custo de vida variam de acordo com cada país. Ou seja, antes de escolher o destino de viagem e a escola é preciso definir quanto se tem para investir. De acordo com os entrevistados, o gasto com despesas pessoais durante um mês varia de 300 a 600 dólares.
Por estes motivos o planejamento é essencial. “A gente tem uma ideia de quanto precisa guardar para usar mês a mês”, conclui Marina.
* Quiwis – como são chamados os habitantes da Nova Zelândia.
Fotos:
1) Marina (centro), na sala de aulas, com professor e colegas de diversas nacionalidades.
2) Thaís com os pais, que aproveitaram pra passear nos EUA no final do intercâmbio.
3) Laís e sua host family: o intercambista alemão, host mother e host father.
4) Djalma não indica a home stay para intercambistas adultos.
Enfim, também no final de semana o casal Ana Lia e Rodolfo trará dois amigos estrangeiros (talvez belgas ou franceses?), mãe e filho, que conheceram na Argentina, durante a Marcha Mundial pela Paz. Ambos são músicos e retornam aos países que participaram da marcha com um acervo de fotos do evento. A Associação Viralatas do Samba vai facilitar um encontro com essa turma, na Casa da Vó Maria. Poderá acontecer de sexta à segunda, sem data definida. É só um toque pra quem quiser ficar ligado: se as luzes estiverem acesas... Olha só que evento de vanguarda, vai acontecer mas não se sabe quando. Isso reforça a transitoriedade da vida, dos fatos. Tenho uns amigos que não gostam de marcar encontros, preferem deixar por conta do destino... Isso é ter paciência.
Duas matérias publicadas no último Correio:
Incêndio ameaça bambuzal preservado
Na segunda-feira, 9, um incêndio criminoso ou acidental queimou uma grande área na esquina da Rua Alcides Baldini com a Rua Mancini. As labaredas chegaram a 5 metros de altura, causando grande transtorno e apreensão aos moradores e comerciantes das imediações. Por pouco o fogo, que começou próximo à ponte do Taboão, não causou danos à rede elétrica.
Enquanto aguardava o auxílio dos caminhões-pipas das usinas de Itaiquara e Guaranésia, funcionários do São João Supermercados acionaram um hidrante localizado no andar superior do supermercado, recebendo o auxílio de outros moradores que utilizaram mangueiras para molhar o mato próximo às construções. O fogo ameaçava ficar fora de controle caso chegasse aos bambuzais. Os focos de incêndio foram apagados com a chegada dos caminhões dos municípios vizinhos. O multiação da prefeitura foi chamado, mas um funcionário da prefeitura, Carlinhos da Silva, informou que o mesmo não estava em condições de uso. A Secretaria de Obras é o órgão responsável pela manutenção desse carro. “Todo incêndio por menor que seja é preocupante. Vou pedir que reforcem a manutenção do multiação para que não aconteça mais isso”, relata Mozart Faria (foto), Secretário de Desenvolvimento e Meio Ambiente.
Há tempos o mato vem crescendo desleixadamente neste local. Mesmo tendo acabado com o habitat de cobras, aranhas, mosquitos, entre outros animais peçonhentos, o dano ao meio ambiente foi bem maior que o benefício. Grande parte do bambuzal que separa o terreno baldio dos fundos das propriedades da Avenida Conde Ribeiro do Valle foi queimado.
Jarbas Correa Filho, proprietário do São João Supermercados, informou que pouco tempo atrás solicitou à prefeitura o corte desses bambus, mas seu pedido foi negado: “Mozart Faria alegou que o bambuzal é preservado pelas leis ambientais.”
A região afetada é chamada de APP – Área de Preservação Permanente – que abrange até 30 metros do leito do Rio Guaxupé. Tem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, a fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Neste caso, o terreno situado às margens do rio é propriedade particular. O proprietário não mora no município. O mesmo acontece com a área da Polenghi. A prefeitura não pode assumir a responsabilidade de revitalização deste e de outros terrenos na mesma situação ainda que para evitar possíveis danos ambientais. De acordo com Mozart Faria, o Codema - Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental - é o órgão competente: “A prefeitura não pode limpar uma APP sem autorização do Codema e anuência do IEF - Instituto Estadual de Florestas.”
“Como o próprio nome diz, uma área protegida permanentemente não convém fazer limpezas periódicas. O ideal é ter mata ciliar, mas o mato auxilia para evitar erosão e desbarrancamento. Quanto menos você mexer na área próxima ao rio, mais favorece a regeneração natural da vegetação”, explica Luiz Ricardo Zavagli, Engenheiro Florestal do IEF. Para arrancar o mato é preciso apresentar um projeto de revitalização, que prevê o plantio de mudas adequadas pra recomposição da mata ciliar e um programa pra cuidar dessas árvores. “Não adianta só plantar, tem que dar manutenção, como capinar, adubar e combater formigas”, alerta o engenheiro. Segundo ele, uma forma de prevenção é fazer aceiros, faixas de terra de 3 a 15 m de largura, sem vegetação, mantidas limpas para que o fogo não invada as propriedades.
Rio e pontes abandonados
A ponte do Taboão e a ponte da Rua Mancini não oferecem segurança aos transeuntes. “Já caíram animais e bêbados dentro do rio. Qualquer hora pode acontecer com uma criança causando uma lesão mais grave. Será possível que só vão agir depois do fato consumado?”, questiona Geralda Goulart, moradora da Rua João Pessoa.
O Secretário de Meio Ambiente se comprometeu a conversar com o Secretário de Obras, Marcos Vilhena, que é engenheiro civil, a respeito de se fazer uma mureta de proteção no local.
Há tempos o Rio Guaxupé não possui mata ciliar nas margens urbanizadas. Esta vegetação ofereceria uma proteção natural, desestimulando o descarte de lixo nessa área protegida. Hoje em dia diversos tipos de lixo, de papel e garrafa pet à material de construção, poluem as margens e o leito do rio (foto).
De acordo com Mozart, a partir de setembro, haverá uma intervenção no trecho do Parque Mogiana e Estádio Carlos Costa Monteiro para limpeza e recuperação da mata ciliar, já autorizada pelo IEF.
Ainda, segundo o secretário, o projeto para construção da ETE – Estação de Tratamento de Esgoto já está em Brasília. Se for aprovado, o Governo Federal deverá investir 22 milhões de reais na obra, que prevê a construção de emissários nas margens do Rio Guaxupé para a captação do esgoto até chegar na ETE.
Intercâmbio estudantil e cultural
Fazer um intercâmbio internacional representa não só um diferencial na vida profissional. É uma oportunidade para aprimorar um idioma, conhecer novas culturas e, de quebra, adquirir autoconhecimento. Os destinos mais procurados por estudantes de idiomas e do ensino regular são os Estados Unidos, o Canadá e a Inglaterra. Porém, Austrália e Nova Zelândia, na Oceania, oferecem alguns diferenciais, como natureza exuberante e clima tropical.
Definido o idioma que se deseja aprimorar, a dificuldade está na escolha do destino. Alguns cuidados ajudam a evitar surpresas desagradáveis: Qual país oferece um custo de vida menor; como é o clima e o estilo de vida; É possível escolher onde e com quem morar; Qual a escola adequada? No Brasil há várias agências especializadas neste setor, que facilitam a resposta destas questões. É preciso assegurar-se de que a empresa seja séria e comprometida, para evitar aborrecimentos desnecessários.
Planejar com antecedência mínima de seis meses, afirma Marina Lima Soeiro, 30, empresária recém-chegada do Canadá, ajuda a economizar no preço das passagens aéreas, a conseguir uma hospedagem mais próxima da escola e a evitar eventuais contratempos com documentação. Ela sugere: “Tem que ficar atento com o que é oferecido dentro do pacote de viagem escolhido.”
Thaís Nasser Parlatore, 17, morou onze meses nos EUA, em kokomo, Indiana, de agosto de 2009 a julho de 2010, onde cursou a 2ª série do colegial. De acordo com a estudante, a burocracia que antecede à viagem é grande, sendo fundamental o serviço de uma empresa conceituada e experiente neste ramo: “Pesquisei bastante, fui com meus pais a feiras de intercâmbio, conversamos com pessoas que já haviam passado por essa experiência. Demorei um mês só pra preencher a ficha de apresentação. É bem detalhada. Foi a parte mais chata do programa, mas valeu muito a pena.”
Lais Segura de Araújo (Lila), 16, que está cursando o 2º semestre do colegial numa escola pública de Whangarei, na Nova Zelândia, desde 12.07, viajou por intermédio da mesma agência da Thaís. “Foi indicação de amigos. Primeiramente, procuramos outra, mas meus pais e eu não ficamos satisfeitos com o atendimento. Até agora, está tudo de acordo com o contratado”, informa Lila.
Em março deste ano, por meio de uma empresa de Ribeirão Preto, Djalma Alexandre Pinto, 30, graduado em administração de empresas e pós-graduado em Especialização em Logística, fez um curso de inglês (General English), também na Nova Zelândia, para aprimorar o idioma.
Antes de definir a agência brasileira e a escola internacional, ele visitou duas feiras de intercâmbio, uma em BH e outra em São Paulo. “A vantagem dessas feiras é ter contato direto com as escolas estrangeiras. É preciso pesquisar e conversar muito com pessoas que já tiveram essa experiência antes de definir o pacote de viagem”, indica Djalma.
Os dois lados da moeda
Mesmo tomando todos esses cuidados Sonia Mara Nasser Parlatore, mãe da Thaís, ficou insatisfeita com o desempenho da agência escolhida. “Minha filha não se adaptou à família que a hospedou. Não só por uma questão de afinidade. A mãe (host mother) estava mal informada sobre o funcionamento do intercâmbio e a encarregada da agência, em Cocomo, era inexperiente”, conta.
Durante dois meses, Thaís e sua companheira de hospedagem, uma intercambista coreana, tiveram problemas de adaptação. “Os americanos são muito diferentes dos brasileiros, têm uma disciplina muito rígida. Para facilitar a adaptação, a agência de viagens sugere às famílias hospedeiras que estimulem o contato com os pais apenas uma vez por semana. E a mãe americana quis cumprir esta e outras regras à risca”, explica José Carlos Parlatore, pai da Thaís.
Embora a família do intercambista não tenha como recusar a família que vai hospedá-lo, Sonia e José Carlos sugerem aos pais que sejam mais críticos e menos crédulos, isto é, questionem os detalhes antes de fechar contrato. Thaís, sozinha, solucionou o problema entrando em contato com a mãe de uma das colegas da escola. Conseguiu hospedagem para ela e para a companheira da Coréia. “Achei muito estranho resolver sem meus pais, mas consegui lidar bem com isso, apesar do estresse inicial”, relata a estudante.
“No próximo intercâmbio que pretendo fazer, talvez não escolha a mesma agência, nem a Nova Zelândia”, relata Djalma, que não ficou satisfeito com a hospedagem em casa de família (home stay). “Se tivesse um filho menor de idade me sentiria mais seguro com esse sistema. Mas para o adulto é muito ruim, não oferece liberdade”, afirma.
Marina tem a mesma opinião: “Fiquei hospedada numa casa de filipinos, o estilo de vida é muito distante do nosso. Num próximo intercâmbio pretendo alugar um apartamento para ter mais autonomia. O investimento é praticamente o mesmo.”
No clima do lugar
Muito mais do que aperfeiçoar o idioma, o intercambista conhece diferentes culturas e, distante das origens, tem a oportunidade de apreender novos valores. “Inicialmente, queria estudar em Amsterdã, por ter mais identidade com o estilo de vida holandês. Sofri um pouco pra me adaptar à cultura americana, mas foi bom ter ido para os EUA. Voltei sabendo muito mais sobre mim do que sobre o mundo”, revela Thaís.
Além do contato com filipinos, nas aulas de inglês, Marina interagiu com japonês, coreano, chinês, mexicano, venezuelano, árabe, italiano e tailandês: “O sistema de ensino da escola que escolhi estimula a troca de experiências entre os alunos. Além de treinar o idioma, a gente conhece a cultura e os costumes de cada um.”
Marina sempre quis conhecer o Canadá, pela qualidade de vida, pelo nível cultural e pelas belezas naturais. “Passei um mês em Vancouver. Era tudo que eu esperava e um pouco mais, fiquei plenamente satisfeita”, relata.
“Não sabia como seria recebida pelos neozelandeses. Eles foram supersimpáticos e interessados. Fazer amizade com outros intercambistas foi fácil, porque eles querem as mesmas coisas que eu. Mas os quiwis* são mais fechados, não são de puxar papo, a gente precisa ir atrás deles”, conta Lila.
Ela ressalta que os hábitos alimentares na NZ também são muito diferentes. As refeições são invertidas, o jantar é a refeição principal. No almoço, lanche. “Comem muita batata, cozida, frita, assada, purê. O arroz é unidos venceremos. A comida não tem muito gosto. To sentindo falta do feijão”, confessa Lila.
A Nova Zelândia e Austrália também são destinos ideais para os amantes da natureza. O clima tropical, igual ao Brasil, facilita a adaptação, reforça Lila: “Esse foi o principal motivo da minha escolha. Estou na ilha norte, que é mais quente do que a sul, tem muito vento. Estou adorando, tudo aqui é muito lindo.”
A comunicação é totalmente em inglês. Thaís tinha um inglês fluente antes de viajar: “Na escola de Indiana estudei Literatura Americana e Redação. Aprendi a escrever muito bem.” Lila estava no curso intermediário e está melhorando a cada dia: “Meu inglês é bom, eu os entendo e eles me entendem. Às vezes tenho que fazer mímica ou falar alguma coisa parecida.” Djalma confessa que travou na 1ª semana: “Tem que ser desinibido para não ter vergonha de se comunicar, falando errado ou gesticulando.”
O tamanho do investimento
O investimento financeiro para estudar no exterior gira em torno de 10 mil dólares, variando conforme o país, a escola e a estada. Os pais de Thaís afirmam que o intercâmbio de onze meses nos EUA é um dos mais econômicos, a metade do valor se comparado ao Canadá, Inglaterra ou Nova Zelândia. “Pagamos para a agência 6.500 dólares, incluindo passagens aéreas, seguro saúde e demais burocracias. Além dos envios mensais para as despesas pessoais”, conta Sonia.
O valor das passagens aéreas e o custo de vida variam de acordo com cada país. Ou seja, antes de escolher o destino de viagem e a escola é preciso definir quanto se tem para investir. De acordo com os entrevistados, o gasto com despesas pessoais durante um mês varia de 300 a 600 dólares.
Por estes motivos o planejamento é essencial. “A gente tem uma ideia de quanto precisa guardar para usar mês a mês”, conclui Marina.
* Quiwis – como são chamados os habitantes da Nova Zelândia.
Fotos:
1) Marina (centro), na sala de aulas, com professor e colegas de diversas nacionalidades.
2) Thaís com os pais, que aproveitaram pra passear nos EUA no final do intercâmbio.
3) Laís e sua host family: o intercambista alemão, host mother e host father.
4) Djalma não indica a home stay para intercambistas adultos.
Comentários
Já passei seu recado pra Thaís,
que deverá entrar em contato.
saudações,
Sheila