histórias
Ontem, na Casa da Cultura, Rodrigo Reis realizou, pelo 3º ano em Guaxupé, um recital de piano. No programa, composições de Debussy, Bach, Chopin, Villa-Lobos, entre outros nomes consagrados. Ainda, apresentou um improviso sobre temas de Luiz Gonzaga mesclados com instrumentais clássicos.
Além de tocar com sensibilidade, desenvoltura e habilidade, entre uma música e outra, Rodrigo forneceu informações e curiosidades de caráter histórico e cultural sobre os compositores e a época em que viveram, enriquecidas com imagens apresentadas por meio de um data show.
Estiveram presentes, no recital, diversas professoras de piano, de Guaxupé e São José do Rio Pardo. Hoje, o artista realizou um workshop para estudantes de piano.
“É preciso ressaltar que, infelizmente, mesmo entrando em contato com a Casa da Cultura alguns meses antes, o piano estava desafinado, comprometendo a qualidade do evento", ressalta Rodrigo.
De acordo com Silvana Pereira, secretária da instituição, o piano foi afinado no final de 2009, época em que acontecem diversos recitais. “É preciso trazer um profissional de fora, a Casa da Cultura não tem verba para esta finalidade, fica caro. Além disto, o piano é muito pouco utilizado e até agora ninguém havia reclamado”, explica Silvana.
Aniversário de Guaranésia
Na quarta, 15, aconteceu em Guaranésia show com os Demônios da Garoa, dentro da extensa programação de comemoração dos 109 anos de emancipação política do município durante o mês de setembro. As praças Dona Sinhá e Coronel Paula Ribeiro ficaram lotadas. Muitos guaxupeanos prestigiaram o evento. Inclusive Mestre Itamar, que na década de 80, fez várias apresentações com o grupo paulistano. Nos bastidores, matou saudades dos companheiros. Na plateia, emocionou-se ao ouvir os sucessos de outrora. Muitos amigos fizeram questão de serem fotografados ao lado do mestre guaxupeano.
MINHA HISTÓRIA
Nair Buffoni fala da sua paixão pelas flores e afirma que ajudar o próximo é o segredo para uma vida feliz.
Uma vida dedicada ao próximo
Nair Buffoni nasceu em Guaxupé, dia 28.11.30, uma entre os 21 filhos do italiano Vicente Buffoni. Solteira e católica por convicção, atualmente Nair dispõe grande parte do seu tempo a trabalhos beneficentes. Acredita que ajudar o próximo seja a chave para uma vida feliz. Outra paixão desta fiel devota: “Se no céu tiver que fazer algum serviço, quero cuidar das flores.”
“Papai foi casado três vezes. Chegou da Itália com a esposa, Pasqualina, dois filhos, Afonso e João, sendo que a terceira filha, Maria, nasceu em alto-mar, em águas brasileiras. No Brasil, teve mais seis filhos, Rafael, Francisco, Rosa, Adelina, Amélia e Antônio. Fixou residência em Guaranésia, onde plantava abacaxi. Com a morte da esposa, casou-se pela 2ª vez, com Maria Sianga, e se mudou para Guaxupé. Desta união, nasceram Mário e Silvio, falecidos ainda criança, Humberto, Jovino, Pasqualina e Brasilina. Novamente viúvo, desposou minha mãe, Maria Lamagna, natural de Monte Santo, também descendente de italianos, com quem teve mais seis filhos: Thereza, José, que também morreu criança, eu, Lourdes, Carlos Henrique e Wilma.
Visitávamos, sempre, nossa avó materna, Rosa, em Monte Santo. Lembro-me das fagulhas do trem da Mogiana e da mamãe nos mandando fechar a janelinha para elas não queimarem nossas roupas.
Naquele tempo, maçã vinha do estrangeiro. Quando meu irmãozinho José ficou doente, aos sete anos, ganhava a fruta, que mamãe escondia só pra ele. A gente morria de vontade de comer as maçãs. Meus tios tinham fazenda em Monte Santo, onde chupávamos jabuticaba nos pés. Dia de Reis, 6 de janeiro, comemorávamos o aniversário do papai. Todo ano nossos parentes enviavam, pelo trem, frango, cabrito e frutas para a festa. Chegamos a reunir 120 familiares nessa data.
Minha infância foi muito feliz, praticamente toda ela na Rua da Aparecida, onde reuníamos de 40 a 50 crianças para brincar. Naquele tempo não havia movimento de carros, nem TV. A gente brincava na rua até tarde: de Amarelinha, de 'Três mocinhas da Europa', de 'Seo Ratinho está em Casa?' e fazíamos muitos teatrinhos infantis.
Lembro-me, também, que um veículo retirava água do Rio Guaxupé, no Bebedouro, para aguar as ruas de terra da cidade. Junto com a criançada, levantava a roupa e seguia o carro, descalça, molhando pés e pernas.
Os padres da Igreja Ortodoxa frequentavam habitualmente nossa casa. Gostávamos, especialmente, da Festa do Quebra-ovo, na Páscoa. Todos ganhavam ovos coloridos e, no final da missa, ao bater o ovo de um contra o de outro, aquele que tivesse seu ovo quebrado tinha que entregá-lo para o vencedor.
Meu convívio com a colônia síria e armênia foi grande, com os Kirijian, Jundurian, Mussi e Zaiat. Minhas amigas gostavam de comida italiana e eu, da comida delas. Nossa amizade era tão íntima que comíamos nas casas umas das outras, com talheres individuais, mas sempre no mesmo prato. Mantenho essas amizades até hoje.
Escola e outros carnavais
Aos sete anos, entrei no Grupo Delfim Moreira. Minhas professoras foram Ivanira Melo, Candinha Baltazar e Marieta Grecco, todas muito carinhosas com os alunos. Depois, fiz o ginasial e normal no Colégio Imaculada Conceição. Tenho muito que agradecer às irmãs concepcionistas, não só pela minha formação profissional como pela religiosa. Uma pena elas terem ido embora.
No colégio, estudávamos três idiomas: Francês, Latim e Inglês. O estudo era puxado, mas tivemos ótimos professores. Nossa turma era considerada a mais levada, mas sempre com muito respeito. A gente gostava de brincar. Muitas colegas dessa época continuam minhas amigas.
Minha vida não era só escola, dancei muito. Nas tardes de domingo, íamos às matinês dançantes do Clube Guaxupé. Em seguida, no campo de futebol, assistíamos aos jogos entre União e Liberdade. Voltávamos para casa, nos arrumávamos, e novamente saíamos para a sessão das 18h do Cine São Carlos. Fechávamos a noite nas brincadeiras dançantes da Associação Comercial.
Quando Thereza foi Rainha do Clube Guaxupé e Dr. Benedito Leite Ribeiro, o rei, dançamos o minueto. Meu par foi o Rodeney Farah. Os ensaios começaram um mês antes. Aconteciam todas as noites, pois minueto é uma dança francesa, com muitos passos diferentes. Quem ensaiou a gente foi o Venícius Eclissato.
Época feliz e sadia, não havia bebida e nem conhecíamos a palavra droga. Num carnaval fizemos um bloco de marinheiras, com a turma da Rua da Aparecida. Todo mundo tinha um frasco de lança-perfume, que usávamos como confete, jogando uns nos outros. Nunca cheirei lança-perfume.
Também, nos carnavais em Monte Santo, tio Tonico não deixava a gente sem lança. Gostávamos de ver os carros alegóricos nos desfiles de rua. Tio Joaninho era integrante do Brás, um dos dois blocos da cidade.
Orações aos ex-alunos
Aos dezenove, comecei a lecionar. Fiquei um ano no Grupo Coronel Antônio Costa Monteiro e mais vinte anos no Delfim Moreira. Entre um e outro, dona Nilze Lambert, filha do Secretário de Educação de Minas, Levindo Lambert, me convidou para ser a primeira professora do Jardim de Infância Dr. Joaquim Libânio (ele foi o fundador do posto de puericultura da Santa Casa e fornecia leite para as crianças).
No início, os alunos pagavam mensalidades para manter a escola. Quando Juscelino Kubitschek esteve de passagem por Guaxupé, Nilze me chamou e formamos um grupo para ir até o aeroporto pedir ao governador que anexasse nossa escolinha ao Estado. Conseguimos, passando a funcionar no Delfim. Aprendi muito com ela, que sabia fazer festas comemorativas lindas, além de ser muito atualizada no magistério. Até hoje, vez ou outra, conversamos por telefone.
Quando cursei Letras, na FAFIG, dona Ceci de Almeida me convidou para dar aulas de Português na Escola Nossa Senhora Aparecida, de 5ª à 8ª série, onde trabalhei durante catorze anos. Lecionava para as crianças da zona rural. Eles tinham muita sede de aprender, quando faltava eletricidade, me pediam para levar vela ou lanterna, pois não queriam ir embora. É uma recordação que guardo com carinho.
Em 35 anos de Magistério, nunca tive problemas de disciplina com os alunos. Eles respeitavam o professor. Amei o que fiz, até hoje meus ex-alunos estão presentes nas minhas orações diárias.
Tempos de filantropia
Em 84, me aposentei. Desde então, passei a me dedicar ao trabalho voluntário, primeiramente, junto à Pastoral da Saúde. Só eu arrecado, mensalmente, 100 remédios para os doentes carentes. Todas as participantes trabalham com muito carinho e amor, são excelentes. Umas visitam os enfermos na Santa Casa. Outras, como eu, vão até suas casas.
Coordenei o setor 2, da Catedral, por vinte anos, grupo que se reunia para estudar o Evangelho. Faço parte da Pastoral da Oração, que agrega mais de 100 pessoas, toda 1ª sexta do mês, na Catedral, para rezar em conjunto por uma intenção especial.
Há oito anos, faço trabalhos manuais e ajudo a organizar festas beneficentes em prol do Horto Florestal, instituição atendida pelo Rotary Club. Recentemente, temos nos reunido no salão da Maçonaria, passando a beneficiar, também, a Creche da Santa Cruz.
Tenho que agradecer muito a Deus pela minha vida, usando os dons que Ele me deu em favor do próximo e da minha família. Posso afirmar que tive infância, juventude e maturidade muito felizes. Dentro das minhas limitações, tento contribuir com a felicidade do próximo. Só entendo a vida desta forma. Por isso, sou feliz.”
Quando Maria Lamagna Buffoni faleceu, em 1983, seus cinco filhos cosanguíneos escolheram, sem saber, o mesmo ‘santinho’ para uma homenagem póstuma. Os irmãos sempre tiveram muitas afinidades. Nair não se lembra de dormir uma noite sequer com ressentimento de algum deles. Segundo ela, embora de gerações distintas, a grande prole de Vicente Buffoni nunca fez distinção entre si. Maria (Ia), filha do primeiro casamento, viúva aos 21 anos, foi morar com o pai, madrasta e irmãos. “Ela morreu aos 90 anos, foi nossa mãe do coração”, revela Nair com orgulho.
Fotos:
1) Nair, à direita (no meio), aos 11 anos, na comemoração de aniversário do pai, dia 06 de janeiro.
2) Nair, com um ano de idade.
3) O casal Joaquim e Wilma, Lourdes, a pequena Ana Vitória e Nair, no jardim florido de azaléias.
4) Alunos do jardim de infância, no aeroporto de Guaxupé, com o governador Juscelino Kubitschek.
5) Participantes da Pastoral da Saúde no aniversário de Padre Marcelo Prado Campos, fundador da entidade.
Patrocínio Minha História:
Além de tocar com sensibilidade, desenvoltura e habilidade, entre uma música e outra, Rodrigo forneceu informações e curiosidades de caráter histórico e cultural sobre os compositores e a época em que viveram, enriquecidas com imagens apresentadas por meio de um data show.
Estiveram presentes, no recital, diversas professoras de piano, de Guaxupé e São José do Rio Pardo. Hoje, o artista realizou um workshop para estudantes de piano.
“É preciso ressaltar que, infelizmente, mesmo entrando em contato com a Casa da Cultura alguns meses antes, o piano estava desafinado, comprometendo a qualidade do evento", ressalta Rodrigo.
De acordo com Silvana Pereira, secretária da instituição, o piano foi afinado no final de 2009, época em que acontecem diversos recitais. “É preciso trazer um profissional de fora, a Casa da Cultura não tem verba para esta finalidade, fica caro. Além disto, o piano é muito pouco utilizado e até agora ninguém havia reclamado”, explica Silvana.
Aniversário de Guaranésia
Na quarta, 15, aconteceu em Guaranésia show com os Demônios da Garoa, dentro da extensa programação de comemoração dos 109 anos de emancipação política do município durante o mês de setembro. As praças Dona Sinhá e Coronel Paula Ribeiro ficaram lotadas. Muitos guaxupeanos prestigiaram o evento. Inclusive Mestre Itamar, que na década de 80, fez várias apresentações com o grupo paulistano. Nos bastidores, matou saudades dos companheiros. Na plateia, emocionou-se ao ouvir os sucessos de outrora. Muitos amigos fizeram questão de serem fotografados ao lado do mestre guaxupeano.
MINHA HISTÓRIA
Nair Buffoni fala da sua paixão pelas flores e afirma que ajudar o próximo é o segredo para uma vida feliz.
Uma vida dedicada ao próximo
Nair Buffoni nasceu em Guaxupé, dia 28.11.30, uma entre os 21 filhos do italiano Vicente Buffoni. Solteira e católica por convicção, atualmente Nair dispõe grande parte do seu tempo a trabalhos beneficentes. Acredita que ajudar o próximo seja a chave para uma vida feliz. Outra paixão desta fiel devota: “Se no céu tiver que fazer algum serviço, quero cuidar das flores.”
“Papai foi casado três vezes. Chegou da Itália com a esposa, Pasqualina, dois filhos, Afonso e João, sendo que a terceira filha, Maria, nasceu em alto-mar, em águas brasileiras. No Brasil, teve mais seis filhos, Rafael, Francisco, Rosa, Adelina, Amélia e Antônio. Fixou residência em Guaranésia, onde plantava abacaxi. Com a morte da esposa, casou-se pela 2ª vez, com Maria Sianga, e se mudou para Guaxupé. Desta união, nasceram Mário e Silvio, falecidos ainda criança, Humberto, Jovino, Pasqualina e Brasilina. Novamente viúvo, desposou minha mãe, Maria Lamagna, natural de Monte Santo, também descendente de italianos, com quem teve mais seis filhos: Thereza, José, que também morreu criança, eu, Lourdes, Carlos Henrique e Wilma.
Visitávamos, sempre, nossa avó materna, Rosa, em Monte Santo. Lembro-me das fagulhas do trem da Mogiana e da mamãe nos mandando fechar a janelinha para elas não queimarem nossas roupas.
Naquele tempo, maçã vinha do estrangeiro. Quando meu irmãozinho José ficou doente, aos sete anos, ganhava a fruta, que mamãe escondia só pra ele. A gente morria de vontade de comer as maçãs. Meus tios tinham fazenda em Monte Santo, onde chupávamos jabuticaba nos pés. Dia de Reis, 6 de janeiro, comemorávamos o aniversário do papai. Todo ano nossos parentes enviavam, pelo trem, frango, cabrito e frutas para a festa. Chegamos a reunir 120 familiares nessa data.
Minha infância foi muito feliz, praticamente toda ela na Rua da Aparecida, onde reuníamos de 40 a 50 crianças para brincar. Naquele tempo não havia movimento de carros, nem TV. A gente brincava na rua até tarde: de Amarelinha, de 'Três mocinhas da Europa', de 'Seo Ratinho está em Casa?' e fazíamos muitos teatrinhos infantis.
Lembro-me, também, que um veículo retirava água do Rio Guaxupé, no Bebedouro, para aguar as ruas de terra da cidade. Junto com a criançada, levantava a roupa e seguia o carro, descalça, molhando pés e pernas.
Os padres da Igreja Ortodoxa frequentavam habitualmente nossa casa. Gostávamos, especialmente, da Festa do Quebra-ovo, na Páscoa. Todos ganhavam ovos coloridos e, no final da missa, ao bater o ovo de um contra o de outro, aquele que tivesse seu ovo quebrado tinha que entregá-lo para o vencedor.
Meu convívio com a colônia síria e armênia foi grande, com os Kirijian, Jundurian, Mussi e Zaiat. Minhas amigas gostavam de comida italiana e eu, da comida delas. Nossa amizade era tão íntima que comíamos nas casas umas das outras, com talheres individuais, mas sempre no mesmo prato. Mantenho essas amizades até hoje.
Escola e outros carnavais
Aos sete anos, entrei no Grupo Delfim Moreira. Minhas professoras foram Ivanira Melo, Candinha Baltazar e Marieta Grecco, todas muito carinhosas com os alunos. Depois, fiz o ginasial e normal no Colégio Imaculada Conceição. Tenho muito que agradecer às irmãs concepcionistas, não só pela minha formação profissional como pela religiosa. Uma pena elas terem ido embora.
No colégio, estudávamos três idiomas: Francês, Latim e Inglês. O estudo era puxado, mas tivemos ótimos professores. Nossa turma era considerada a mais levada, mas sempre com muito respeito. A gente gostava de brincar. Muitas colegas dessa época continuam minhas amigas.
Minha vida não era só escola, dancei muito. Nas tardes de domingo, íamos às matinês dançantes do Clube Guaxupé. Em seguida, no campo de futebol, assistíamos aos jogos entre União e Liberdade. Voltávamos para casa, nos arrumávamos, e novamente saíamos para a sessão das 18h do Cine São Carlos. Fechávamos a noite nas brincadeiras dançantes da Associação Comercial.
Quando Thereza foi Rainha do Clube Guaxupé e Dr. Benedito Leite Ribeiro, o rei, dançamos o minueto. Meu par foi o Rodeney Farah. Os ensaios começaram um mês antes. Aconteciam todas as noites, pois minueto é uma dança francesa, com muitos passos diferentes. Quem ensaiou a gente foi o Venícius Eclissato.
Época feliz e sadia, não havia bebida e nem conhecíamos a palavra droga. Num carnaval fizemos um bloco de marinheiras, com a turma da Rua da Aparecida. Todo mundo tinha um frasco de lança-perfume, que usávamos como confete, jogando uns nos outros. Nunca cheirei lança-perfume.
Também, nos carnavais em Monte Santo, tio Tonico não deixava a gente sem lança. Gostávamos de ver os carros alegóricos nos desfiles de rua. Tio Joaninho era integrante do Brás, um dos dois blocos da cidade.
Orações aos ex-alunos
Aos dezenove, comecei a lecionar. Fiquei um ano no Grupo Coronel Antônio Costa Monteiro e mais vinte anos no Delfim Moreira. Entre um e outro, dona Nilze Lambert, filha do Secretário de Educação de Minas, Levindo Lambert, me convidou para ser a primeira professora do Jardim de Infância Dr. Joaquim Libânio (ele foi o fundador do posto de puericultura da Santa Casa e fornecia leite para as crianças).
No início, os alunos pagavam mensalidades para manter a escola. Quando Juscelino Kubitschek esteve de passagem por Guaxupé, Nilze me chamou e formamos um grupo para ir até o aeroporto pedir ao governador que anexasse nossa escolinha ao Estado. Conseguimos, passando a funcionar no Delfim. Aprendi muito com ela, que sabia fazer festas comemorativas lindas, além de ser muito atualizada no magistério. Até hoje, vez ou outra, conversamos por telefone.
Quando cursei Letras, na FAFIG, dona Ceci de Almeida me convidou para dar aulas de Português na Escola Nossa Senhora Aparecida, de 5ª à 8ª série, onde trabalhei durante catorze anos. Lecionava para as crianças da zona rural. Eles tinham muita sede de aprender, quando faltava eletricidade, me pediam para levar vela ou lanterna, pois não queriam ir embora. É uma recordação que guardo com carinho.
Em 35 anos de Magistério, nunca tive problemas de disciplina com os alunos. Eles respeitavam o professor. Amei o que fiz, até hoje meus ex-alunos estão presentes nas minhas orações diárias.
Tempos de filantropia
Em 84, me aposentei. Desde então, passei a me dedicar ao trabalho voluntário, primeiramente, junto à Pastoral da Saúde. Só eu arrecado, mensalmente, 100 remédios para os doentes carentes. Todas as participantes trabalham com muito carinho e amor, são excelentes. Umas visitam os enfermos na Santa Casa. Outras, como eu, vão até suas casas.
Coordenei o setor 2, da Catedral, por vinte anos, grupo que se reunia para estudar o Evangelho. Faço parte da Pastoral da Oração, que agrega mais de 100 pessoas, toda 1ª sexta do mês, na Catedral, para rezar em conjunto por uma intenção especial.
Há oito anos, faço trabalhos manuais e ajudo a organizar festas beneficentes em prol do Horto Florestal, instituição atendida pelo Rotary Club. Recentemente, temos nos reunido no salão da Maçonaria, passando a beneficiar, também, a Creche da Santa Cruz.
Tenho que agradecer muito a Deus pela minha vida, usando os dons que Ele me deu em favor do próximo e da minha família. Posso afirmar que tive infância, juventude e maturidade muito felizes. Dentro das minhas limitações, tento contribuir com a felicidade do próximo. Só entendo a vida desta forma. Por isso, sou feliz.”
Quando Maria Lamagna Buffoni faleceu, em 1983, seus cinco filhos cosanguíneos escolheram, sem saber, o mesmo ‘santinho’ para uma homenagem póstuma. Os irmãos sempre tiveram muitas afinidades. Nair não se lembra de dormir uma noite sequer com ressentimento de algum deles. Segundo ela, embora de gerações distintas, a grande prole de Vicente Buffoni nunca fez distinção entre si. Maria (Ia), filha do primeiro casamento, viúva aos 21 anos, foi morar com o pai, madrasta e irmãos. “Ela morreu aos 90 anos, foi nossa mãe do coração”, revela Nair com orgulho.
Fotos:
1) Nair, à direita (no meio), aos 11 anos, na comemoração de aniversário do pai, dia 06 de janeiro.
2) Nair, com um ano de idade.
3) O casal Joaquim e Wilma, Lourdes, a pequena Ana Vitória e Nair, no jardim florido de azaléias.
4) Alunos do jardim de infância, no aeroporto de Guaxupé, com o governador Juscelino Kubitschek.
5) Participantes da Pastoral da Saúde no aniversário de Padre Marcelo Prado Campos, fundador da entidade.
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