o que realmente importa?

"Esta é a pergunta. Nós queremos ter mais tempo para conviver com os nossos amigos, nossos filhos, para buscar o conhecimento, para usufruir da natureza? Ou nós queremos competir violentamente para consumir cada vez mais e ficar com uma sensação crescente de falta de tempo?

Esse é um dos grandes paradoxos dessa história toda. Tudo nos é vendido como tecnologia para economizar o tempo e, no entanto, nós carecemos cada vez mais de tempo para fazer aquilo que desejamos. Werner Herzog, cineasta alemão, dizia que a solidão humana aumentará na proporção exata do avanço dos meios de comunicação. Nós estamos no mundo das solidões interativas. As pessoas estão hiperconectadas e cada vez mais solitárias. E têm muita dificuldade de estabelecer vínculos humanos permanentes. São relações muito fluidas, superficiais. Eu tenho milhares de amigos numa rede social e não conheço ninguém."


(Eduardo Giannetti - Página 22. Na íntegra:
http://pagina22.com.br/index.php/2011/03/a-pergunta-motriz/ )

NA CONTRAMÃO

- No ar, a campanha publicitária de uma empresa de calçados em que aparecem várias modelos e o slogan é mais ou menos assim: Você pode ter quantos pares de sapatos quiser para ficar ainda mais bonita.

- Porto Sul, em Ilhéus, a Cubatão baiana, com investimento de R$ 6 bilhões, cobertos pelo PAC, para construção de uma ferrovia. Uma área de Mata Atlântica deverá ceder espaço a um aeroporto e uma siderúrica. Leia mais: http://www.acaoilheus.org/news/2610-uma-cubatao-baiana

- Zeca pagodinho na rede. De repente, a publicidade quer acabar com o gostinho simples de tomar uma boa cerveja. Pra que mais um fator de diferenciação, fulano é brahmeiro, sicrano, skolzeiro? Ainda mais quando se sabe que o sabor da cerveja depende da água, do transporte, da conservação? Ou seja, quem é brahmeiro em qualquer lugar é burro. Ainda mais quando frequenta muitos churrascos (nada contra, mas incentivar o consumo excessivo de carne, neste momento de desconstruir valores ultrapassados, não é nada inteligente). Ou melhor, pra quem, cara pálida?

- A supertela quente da Globo, com o filme Homem de Ferro. Quando vc pensa que o cara vai retornar e fazer algo bem melhor para o planeta, em vez de fabricar armas, ele come vários Big Macs e pede pra sua loiríssima secretária enfiar a "mãozinha" dentro de um buraco que ele tem no peito. Poxa, num local tão clean e high tecnology, nem uma pinça? Aí, só desligando a TV ou mudando de canal.

Estamos carentes de super-heróis. Até Gotham City está fora de moda. Atualmente, só em Pandora.

(encontrei a foto desta post na internet, não sei quem é o autor ou autora)

Comentários

No dia do jornalista, uma palavrinha para a brilhante Sheila Saad: temos orgulho de ti. Continue com esse pensamento positivo e esse engajamento em fazer do jornalismo uma ferramenta de valorização das pessoas batalhadoras e de promoção dos temas invisíveis do nosso mini mundo. As imagens e palavras deste blog são um gole de esperança e alegria pra todos os que se entusiasmam e ainda acreditam no jornalismo do bem.
bisteca disse…
Oi, dileto radialista.
Gostei demais das suas palavras, acho até que vc pode se enveredar pelos caminhos do conto ou da poesia. Jornalismo do bem é muito poético.
Até me esqueci que é comemorado o Dia da Imprensa e do Jornalista. Afinal, estão tentando acabar com nossa moral, ultimamente, eliminando a necessidade do diploma, por exemplo. Toda profissão tem sua ética, ou melhor seria uma ética universal?
Toda vez que ocorre uma tragédia, fico envergonhada por meus colegas de profissão. Em nome do furo de reportagem, da abordagem mais audaciosa, de imagens sensacionalistas, muitas vezes, desrespeitam a dor alheia e o direito à privacidade. Ou seja, cadê a ética?
Nas cidades do interior não existe o cargo de revisor, pois o lucro é mais importante que a qualidade dos textos. Em meio a tantos valores equivocados, tento manter meu tesão pela profissão com este blog.
Valeu seu precioso apoio,
conte comigo, tbm!
bjs

Postagens mais visitadas