um ou outro perfil

Hoje em dia, os óculos viraram gênero de primeira necessidade. Não apenas para quem possui problemas de visão ou quer se proteger dos raios ultravioletas. A moda, também, enche os olhos de quem se preocupa com estética: é mais uma opção do mercado fashion para enriquecer o visual.

Os óculos de gatinho já estiveram em alta. O estilo aviador permanece nas paradas de sucesso. Porém, cada vez mais o consumidor pode optar por variações do mesmo estilo e escolher aquela que se adapta melhor ao seu formato de rosto. Ou seja, na tendência atual, há óculos adequados para cada perfil.
As hastes deixaram de ser coadjuvantes e passaram a ocupar lugar de destaque. Tem para todos os gostos, com ou sem brilhos, pedras, argolas ou mesmo um design diferenciado. “O mercado óptico oferece muitas opções. Atualmente, é possível comprar um modelo fashion e com qualidade, com lentes que protegem os olhos do excesso de luz”, relata Paulo Macedo, empresário do ramo.
Até pouco tempo atrás, as grifes mais renomadas ofereciam modelos tradicionais. O aquecimento do mercado óptico aumentou não só o número das coleções anuais dessas marcas como incentivou o surgimento de novas empresas do ramo. “Ficou muito fácil trocar de óculos ou escolher mais de um modelo. O importante é combinar qualidade com preços acessíveis”, afirma Paulo.
Boutique de Óculos
Paulo Macedo está conectado com as novas tendências do mercado. Segundo ele, a Ótica Jussara, empresa que dirige há mais de 40 anos, virou uma boutique de óculos: “Atualmente, não vendemos óculos, somente. Vendemos design e moda para pessoas de diferentes estilos.”
Para inaugurar essa nova fase da loja, a Ótica Jussara está lançando, este mês, as coleções de óculos Perfil (www.perfilrc.com.br). De acordo com o especialista, esta marca reúne qualidade, preço e design.
A Perfil comercializa o que há de novo no mercado, mantendo o charme dos óculos retrô, o design do modelo receituário, o conforto dos esportivos e a elegância dos óculos de metal. Na coleção de 2011, a marca oferece, também, a modernidade dos modelos em alumínio. “Adequamos o espaço da loja para acomodar o expositor da Perfil e manter o conforto para nossos clientes”,
As mudanças no mercado óptico podem ser observadas nas fotos das celebridades que recheiam as páginas de revistas, sempre de óculos escuros em variadas versões. Na TV, por exemplo, Marília Gabriela, entrevistadora do Roda Viva, troca de óculos várias vezes durante um mesmo programa. Mais que acessório, os óculos definem seu estilo.


Agradecimentos especiais a Tamiris Coelho e Matheus Abrahão, pela participação neste ensaio fotográfico feito por mim.


MINHA HISTÓRIA - Lúcia Ribeiro Vairo


Livros, Culinária e Ioga

Lúcia Ribeiro Vairo nasceu em 16.02.40, em São Paulo, primogênita de Cássio da Costa Carvalho e Esméria Cândida da Costa Carvalho. Inicialmente, tinha cinco irmãos: Cássio, Francisco Márcio, Antônio Augusto, José Luiz e Maria Isabel. A família aumentou quando o pai, viúvo, casou-se com Marina, que também tinha três filhos, Fernando, Ricardo e Cecília, com idades aproximadas dos irmãos mais novos. Mulher de coração generoso, Lúcia sempre desenvolveu trabalhos de assistência social, seja na Ação Católica ou junto a entidades filantrópicas. De temperamento tranquilo e afável, em vez de uma vida social intensa, prefere literatura, culinária e Ioga.

“Meu pai era advogado. Mamãe, dona de casa, sempre fez trabalhos sociais por meio da Ação Católica e Legião de Maria. Nasci na casa dos meus avós maternos, Márcio e Genoveva. Demorei três dias para nascer, minha mãe com dores do parto.
Dei meus primeiros passos na Nova Floresta, em Guaxupé, terra da minha avó materna. A gente vinha visitar meu tio-avô, Paulo Ribeiro do Valle. Papai era muito ligado, afetivamente, aos parentes daqui.
A 2ª Guerra Mundial foi muito marcante para mim. Era muito medrosa, tinha medo do escuro. Lembro do blecaute, um treinamento para o caso de a cidade sofrer um ataque aéreo. Para não serem identificadas, as casas ficavam com todas as luzes apagadas. Apenas uma lâmpada especial, que iluminava só pra baixo, podia ficar acesa.
A gente morava numa casa boa, no Jardim Paulista. Brincava de casinha, andava de velocípede na calçada, jogava bola, andava a pé pelo bairro com meus irmãos, primos e amigos da vizinhança. Em 44, nos mudamos para o Jardim Paulistano, quando este bairro estava sendo formado.
Aos sete anos, fui estudar no Colégio das Cônegas de Santo Agostinho, no centro da cidade, somente para mulheres. Ia com minhas primas. Inicialmente, de bonde, depois, de ônibus elétrico. A escola tinha um jardim enorme, onde brincávamos no recreio. Depois do primário, fiz um ano de admissão para entrar no ginasial, do mesmo colégio.
Meu convívio social e de lazer sempre foi em ambiente familiar. Mamãe era muito animada, fazia festas em casa para reunir os parentes. Ela era, também, uma grande companheira, em todos os sentidos, levava os filhos pra todo lado.
Minha festa de quinze anos foi inesquecível, com a família e os amigos mais chegados. Sempre gostei muito de música, por este motivo, minha mãe contratou André Penazzi, o organista que animava as festas da família do meu pai. Eu fiquei encantada, foi muito bom. A família do papai teve mais homens que mulheres, sempre havia um ou outro primo que a gente ficava de olho.
Em 1956, mudei de escola, entrei para o curso normal do Sacré Coeur de Marie, perto de casa, também somente para mulheres. Depois de dois anos, as freiras resolveram fechar o curso. Completei o normal no Nossa Senhora de Sion, também católico.
Não havia outra possibilidade. Quando saí do ginásio queria estudar Química, mas mamãe insistiu que eu fosse professora. Ou você obedece ou obedece. Mas não me arrependo, ela tinha razão. Minha mãe morreu em abril de 58, no mesmo ano da minha formatura. Meus irmãos caçulas, gêmeos, tinham sete anos. Até o 2º casamento de papai, ajudei a cuidar deles.
Não sei se por influência da mamãe, sempre fui ligada em religião. Não só a católica, pois ela fazia questão que seus filhos conhecessem todas para poder escolher. Quando ela adoeceu, continuei o trabalho social e religioso dela. Fazia cursos para atualização de conhecimentos, como o do Catecismo Holandês, para praticar a religião dentro das novas orientações do concílio de 62.
Uma nova família
Ainda em 58, na época da minha formatura, conheci Jacques (Orlando Ribeiro Vairo), de Guaxupé, no aniversário do meu tio Isaac (Ferreira Leite), em São Paulo. Fazia tempo que meu tio queria nos apresentar. Era mais ligada aos primos da minha idade. Como Jacques era onze anos mais velho, não tínhamos tido a oportunidade de nos encontrar.
Achei ótimo conhecê-lo, mas já tinha um namorado. Mesmo assim, convidei Jacques para meu baile de formatura, pois éramos muitas mulheres e um par para dançar era sempre bem-vindo. Ele disse que iria se eu fosse com ele e a irmã, Marina Lia, a uma festa, uns dias antes. Eu topei.
No baile de formatura, meu namorado não apareceu. Daí, Jacques e eu passamos a nos encontrar mais vezes. No Natal, ele me deu dois livros de poesias e, aos poucos, foi me conquistando. Em janeiro, começamos a namorar. Em agosto, ficamos noivos e nos casamos, em abril de 1960.
Dividia meu tempo entre meu marido, meu pai e meus irmãos. Depois de casada, fiz questão de morar numa casa próxima ao meu pai. Em fevereiro do ano seguinte nasceu nosso filho, Jacquito, e papai se casou com Marina.
Desde pequena, sempre fiz exercícios físicos. Mamãe botava a gente pra fazer balé, sapateado, ginástica sueca (hoje, localizada). Depois que meu filho nasceu, tive anemia. Então, procurei uma atividade mais leve e, simultaneamente, eficaz. Em 61, comecei a fazer Ioga, não parei mais.
Em fevereiro de 64, nasceu Márcia, nossa segunda e última filha. Após alguns anos, fiz um curso de decoração, onde conheci uma grande amiga, Marília Jordan. Gostaria de ter trabalhado com ela neste ramo, mas não deu certo.
Fomos juntas para a USP, em 1970. Eu cursei História e ela, Letras. Quando Marina terminou a faculdade, deu aulas de Inglês pra Márcia. E me convenceu a deixar minha filha fazer intercâmbio nos EUA.
Era época da Ditadura, vivíamos sob tensão. Os professores antigos da USP haviam sido cassados. Ficava aquela sensação de que a escola poderia ser fechada a qualquer momento. Fiz o curso num prazo mais longo, pois tinha que dar conta dos filhos, da casa e dos estudos. Recebi o diploma somente em 76.
Depois de formada, junto com colegas da faculdade comecei a prestar serviços para a Fundação Carlos Chagas. Elaborávamos o planejamento escolar para o Ensino Médio. Era muito bom porque continuamos estudando. A gente trabalhava em casa e se reunia sempre.
Novos horizontes
Desde que nos casamos, Jacques e eu tínhamos intenção de nos mudar de São Paulo. Sentíamos as dificuldades de morar numa metrópole. Tínhamos tudo à disposição, mas a correria do dia a dia não nos deixava aproveitar.
Em dezembro de 1978, apareceu uma oportunidade de trabalho para meu marido, em Mococa. Dia 1º de fevereiro, chegamos com a mudança no novo lar.
Nessa época, descobri que uma das minhas professoras de São Paulo estava dando aulas de Ioga, em Ribeirão Preto. Passei a fazer aulas com ela, uma vez por mês. Foi uma bênção, pois meus filhos adolescentes deixavam minha vida muito agitada.
Depois de um tempo, abriu um curso de Ioga em Mococa. Quando a professora foi embora, o pessoal me pediu para ficar no lugar dela e aceitei. Periodicamente, passava por uma supervisão, em São Paulo, que me orientava como dar aulas.
Diariamente, de 79 a 81, comecei a prestar serviço voluntário na creche da Ação Católica, em Mococa. Tinha uma classe de crianças de 3 a 4 anos. Era uma gostosura: eu contava histórias, pintava, cantava, fazia com eles o que dava para fazer. Orientada por uma fonoaudióloga e por uma psicóloga trabalhava o desenvolvimento motor e psíquico destas crianças.
Em agosto de 1981, comecei a dar aulas de História, de 5ª a 7ª série, na Escola Nova. A partir de 84, à tarde, auxiliava na alfabetização das crianças de 1ª série, com o método Piaget. Em 86, passei para a pré-escola. Dois anos depois, nos mudamos para Guaranésia. Mas continuei viajando todas as tardes para Mococa.
Gostei muito de Guaranésia. O pessoal é muito acolhedor, ainda guardo várias amizades de lá. No final de 91, viemos morar em Guaxupé. Nesta ocasião, parei com meu trabalho em Mococa. Passei a dar aulas de Ioga aqui.
De 92 a 97, fui presidente da APAE de Guaxupé. Em seguida, meu marido ocupou este cargo. A gente nunca se desligou totalmente desta instituição, sempre que possível, somos voluntários em eventos beneficentes.
Cheguei a participar da Casa da Amizade, do Rotary Club, no projeto do Horto Florestal. Até pouco tempo atrás, junto com a Cida Bolonha realizamos um trabalho muito bonito de formação dos adolescentes atendidos por esta instituição.
Em 2000, fiz o curso de formação de professores de Ioga, em Ribeirão Preto. Após dois anos e meio, tirei diploma. Volto sempre para participar de cursos de reciclagem e aprendizado de novas técnicas. Acho importante me manter atualizada. A gente não pode parar de aprender. A leitura também ajuda. Sempre gostei de ler, por influência do meu pai, que era rato de sebos.
Não tenho uma vida social intensa, nem quero. Estou numa boa, sossegadinha. Mas o contato com as pessoas é muito importante, me completa. Além de dar aulas de Ioga, faço atividades físicas com a Mara Borges. Adoro cozinhar. Assisto a várias aulas de cozinha na TV. Meu marido tem boca boa, serve de cobaia. To sempre engendrando algo novo. A cozinha é minha terapia.”
Atualmente, Lúcia tem duas netas biológicas, filhas do Jacquito, e quatro netas do coração, filhas do Carlinhos (Carlos Henrique Assunção), com quem desenvolveu uma bonita amizade. Não faz planos para o futuro. Pretende continuar cultivando a paz e harmonia familiar.

Fotos:

1) Lúcia Ribeiro Vairo, em frente ao quadro em que foi retratada, aos 18 anos, penteando o cabelo da irmã.
2) Em 1956, Lúcia, à direita, com os pais, Cássio e Esméria, e os irmãos.
3) Aniversário de 80 anos do pai, em 93, junto com irmãos e cunhados.
4) Entre o marido, Jacques, e a filha, Márcia.
5) Ao lado do filho, Jacquito, Lúcia segura o sobrinho, Gustavo.


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