crimes de vilipêndio


Tive que recorrer ao dicionário para relembrar o significado correto de vilipendiar, já que não é um termo comum do meu léxico pessoal, rs. Espero que a manchete inusitada do Correio tenha servido para aproximar mais o leitor do dicionário. Para quem ainda está em dúvida, vilipêndio é sinônimo de desprezo, aviltamento. Não sabia que é considerado crime ("No vilipêndio, pois, há o desejo de ultrajar, de profanar"). Também causa espanto a notoriedade alcançada pela imagem de Nossa Senhora das Dores, colocada há poucos meses na entrada da cidade (para quem vem do estado de São Paulo) por seu Gilberto Gallate, por meio do GAS - Grupo de Ação Social ou Clube dos Macados, não estou certa sobre qual das duas instituições está à frente desse projeto.

Sei que um santo é sempre bem-vindo, inclusive para nos lembrar de pedir proteção no começo de uma viagem ou de agradecer no final. Só que nem toda doutrina religiosa adota esse tipo de imagem em seus cultos. Aparente democracia, desde que somada à tolerância, indispensável a uma convivência pacífica. Mas eu nunca entendi essa coisa de o Brasil ou outro país qualquer se denominar um país católico, já que a diversidade religiosa é uma realidade. Nem por isso é prudente sair por aí desrespeitando santos ou templos religiosos (o texto do jornal refere-se a um rapaz que subiu na santa e foi pego pela polícia). A Lei não permite. O fato causou o maior bafafá, com muitos comentários e reflexões sobre a imagem. Mas não cabe a mim julgar, apenas acho que um projeto dessa envergadura, num ponto estratégico da cidade, deveria ter sido tratado com mais cuidado antes de posto em prática. É o prefeito que autoriza esse tipo de intervenção em local público.


A prefeitura também é destaque na seção de Classificados, com a reportagem sobre os foguetes que serão utilizados no dia do aniversário de 100 anos do município. Segundo consta, estão previstas 4.000 explosões para anunciar a festa. Cem não seriam mais adequadas? Qual foi o funcionário público que chegou a esse brilhante número de quatro mil estouros? Mais que sensibilidade, falta criatividade nessa festa do interior. E, mais uma vez, respeito à diversidade.

Muito boa a matéria do Silvio Reis, com dicas para amenizar o sofrimento dos animais domésticos, que por terem audição mais aguçada, sofrem demais com o som dos foguetes e fogos de artifício. Pena que muitos - mas muitos, mesmo  - proprietários de animais não têm o hábito de ler jornal. Tampouco têm consciência do perigo que correm seus bichos de estimação. Geralmente, os cachorros são deixados sozinhos, do lado de fora da casa. Ou, pior, presos por cordas ou correntes. Ao tentar fugir, assustados com o barulho, muitos morrem atropelados ou enforcados. Ainda bem que a padroeira está de costas para a cidade. Ela também se revoltaria com a falta de amor entre as diferentes criaturas.


Ser contra o novo Código Florestal Brasileiro é aliar-se aos defensores das florestas e do desenvolvimento sustentável, que estão embasados em estudos científicos, como os divulgados constantemente e amplamente pelos meios de comunicação, principalmente, por revistas especializadas como a Página 22.

Em Guaxupé, não sabemos o que fazer com o lixo reciclável. Os "catadores", quando aparecem, selecionam o que vão levar (ou o que pode ser vendido). A maioria do descarte vai para o aterro sanitário. Aliás, a gente (cidadãos) precisa saber a quantas anda o aterro sanitário municipal e encarar mais esse problema de frente. Estudar uma forma inteligente de implantar a coleta seletiva de lixo não deveria ser tarefa da prefeitura? Não digo apenas ceder um caminhão para a cooperativa de catadores, mas criar uma política pública eficaz, que atraia indústrias de reciclagem para o município. Eu gosto de um determinado creme dental, mas fico envergonhada por ele ter uma tampa de plástico exageradamente grande, ainda que reciclável. Certamente, sua produção ficaria mais barata se economizassem material. Melhor reclamar direto com o fabricante, certo?


Também está no jornal que Guaxupé vai receber, aproximadamente, 230 mil reais para "melhoramento das vias públicas". Resta saber se nossas quase centenárias ruas de paralelepípedos, cartão postal da cidade, serão devidamente recuperadas. Este sim, um fato histórico para ser alardeado, exemplo para ser seguido em toda a região, digno de orgulho aos cidadãos guaxupeanos.

Para ler o texto no site da revista, clique aqui.

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