ressaca de tv

Minha ressaca de TV vem de longa data. Mas procuro encarar o lado bom. Os programas que abordam artes e cultura, por exemplo, costumam ter minha preferência. O Metrópolis (Cultura) tem sido uma decepção, desde que trocaram o Cadão Volpato pela Adriana Couto. Por mim, esta apresentadora deveria fazer par com a "Lili", do Estúdio Móvel (TV Brasil), e, juntas, tirarem um bom período para estudos e aperfeiçoamento profissional ou, então, virarem "modelos". Não entendo o que elas fizeram para merecer o lugar que ocupam, principalmente a Adriana, num programa "filé" como o Metrópolis. Para tentar atenuar a performance ruim da moça, chamaram o competente Cunha Jr. pra dar uma força. Esta noite, em entrevista com o diretor e a atriz do filme Violeta foi para o céu, a morena (ou negra, talvez) de cachinhos (prova inequívoca de que a cor dos cabelos não interfere nos neurônios) se atrapalhou com uma pergunta sobre a falta de cronologia das cenas, pedindo socorro para o Cunha Jr., que logo emendou: A narrativa não é linear... É fato que ninguém nasce sabendo, mas seria interessante aprender primeiro antes de fazer feio no ar. Ah, seria bom demais ver esse filme chileno no 14 Bis.

Também fez parte da minha programação da noite assistir à parte do documentário Os Estados Unidos contra John Lennon, pois, infelizmente, perdi a versão legendada, na quarta, às 22h, na Cultura, que exibe os filmes da mostra internacional de cinema. E, também, porque antes assistia ao Globo Repórter, sobre os índios da região noroeste do Mato Grosso, os Enawenês. Fiquei envergonhada por me fartar de comida e saber que esses índios, segundo a reportagem, 640 indivíduos, não conseguem mais pescar no rio onde estavam acostumados por causa das hidrelétricas instaladas na região. Atualmente, a Funai fornece o pescado que os enawenês utilizam em seus rituais. E os índios se sentem envergonhados diante das suas divindades. E a Veja (que para mim também já perdeu a credibilidade), em reportagem de capa, em novembro do ano passado, teve a pachorra de chamar os artistas engajados no Movimento Gota D'Água de ecochatos. Chata é toda pessoa que não quer ver, que não sabe reconhecer as mudanças ou se adaptar a elas. Chata e perigosa. Como aqueles que mataram John Lennon.

De qualquer forma, agradeço ao Metrópolis por recordar esta bela interpretação da Elis Regina, de uma música da chilena Violeta Parra (mas que o Cunha Jr. daria conta do recado sozinho e com maior credibilidade, isso daria):

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