geografias imaginárias
O Instituto Artivisão (BH) e o Instituto 14 Bis de Educação e Cultura convidam a participar do projeto Geografias Imaginárias (exposição de arte e tecnologia), que será realizado em Guaxupé, de 13 a 16 de outubro de 2010. Geografias Imaginárias é um desdobramento do Festival vivo ARTE.MOV, que procura apresentar ao público parte do que está sendo produzido no Brasil e no mundo no campo das mídias móveis e artes locativas.
Em 2010, esse projeto acontece em quatro municípios mineiros – Diamantina, Cataguases, Tiradentes e Guaxupé.
Além da exposição, haverá encontros e debates no Teatro Municipal com a participação de artistas, professores e pesquisadores que abordarão sobre as experiências nas áreas de arte e tecnologia. Toda a programação é gratuita e aberta à comunidade.
(texto divulgação)
Olha que bacana, Guaxupé fazer parte dessa mostra. Isto porque o Instituto 14 Bis também é ponto de cultura (www.cultura.gov.br/culturaviva/).
Vamos prestigiar o evento, principalmente, porque dia 13, às 21h30, no Teatro Municipal, o publicitário e radialista Caetano Cury vai contar como seus quadrinhos ganharam projeção por meio da web. (Caetano, adorei minha xará poderosa, mas, pelo menos na ficção, o unicórnio (bicho) poderia ser mais bem-tratado, né? rs)
GEOGRAFIA REAL
Terça passada, aos 151 dias para o carnaval, foi solicitado ao departamento de obras que retirasse o "lixo de jardim" em frente ao número 43 da Rua João Pessoa. Infelizmente, até o momento, nenhuma providência foi tomada e a sujeira está aumentando, graças à falta de educação e consciência de alguns cidadãos, que depositam mais lixo no local. Hoje, faltam 145 dias para o carnaval.
MINHA HISTÓRIA
Augustinho Tavares revela que descobriu sua paixão pelas mulheres desde o ensino primário.
Um botafoguense apaixonado
Augusto Tavares Ribeiro Filho nasceu em 22.03.44, filho de Augusto Tavares Ribeiro e Maria de Lourdes Menezes Ribeiro, que tiveram outros quatro filhos: Ana Carmem, José, Paulo Sérgio e Vera. Do pai herdou a paixão pelo Botafogo e pela política. Natural de São Paulo recebeu o título de cidadão guaxupeano, em novembro de 2005. Dentre os méritos, destaca-se sua atuação na área de esportes, política e, como empreendedor, na construção do Hotel Marambaia.
“Nasci na Lapa, por acaso. Meus pais moravam em Foz do Iguaçu, no Paraná, onde só havia o hospital militar. Como era 2ª Guerra Mundial, meu pai achou prudente mamãe ter o filho na capital paulista. Minhas lembranças da infância começam aos sete anos, quando já morávamos em Guaxupé. Papai era gerente do Banco do Brasil e foi transferido para cá.
Estudei no Grupo Barão de Guaxupé, de 51 a 53. Primeiramente, no prédio do extinto Hotel Central, em seguida, no mesmo local do Grupo Delfim Moreira. Não sei o porquê, mas entrei direto no 2º ano. Lembro-me bem das professoras, dona Carlina e dona Lila, todas elas muito boas.
Não estava habituado a seguir horário, nem às comidas da merenda escolar: tinha a hora do lanche e da sopa. Achava uma beleza. A 1ª sopa que tomei, de fubá com couve, foi na casa do meu colega Rolando Souza Dias, nunca me esqueci daquele gosto. Aos oito anos, na crisma, precisei fazer jejum e desmaiei de fome.
Naquele tempo, imperava um machismo natural. A gente não brigava na escola, mas na saída o pau comia, era preciso provar coragem, senão virava motivo de gozação. Desde essa época descobri que gostava muito de mulheres. Nenhuma delas gosta de bundão. Por este motivo, eu brigava muito. Minhas colegas mais bonitas eram as irmãs Francisqueti, Edna e Magda, Ana Maria Simas e Célia Dias de Faria.
Fiz o ginasial no Colégio São Luiz Gonzaga, dos irmãos lassalistas. Nessa idade, vivi uma fase mais complicada. Preferia ficar à toa a estudar, achava que aprendia mais na rua. Isso criou uma confusão em mim. No meu entender, papai era tão poderoso que eu não precisaria fazer esforço para conseguir nada. Era infernal, dei trabalho demais.
Na hora que seo Gilberto Pasqua entrava na sala para ensinar Inglês, eu pulava a janela. Também cabulava as aulas de Latim, de Canto Orfiônico e de Religião, não dava pra aguentar. Mesmo assim, repeti apenas um ano.
Tinha habilidade nos esportes, jogava de tudo e, modéstia a parte, bem. Durante as aulas, ficava nas quadras com alguns colegas como eu. Também me comportei da mesma forma durante os três anos de Científico, no colégio estadual, antigo ginásio. Me formei em 61.
Passei um ano jogando basquete, futebol e veraneando. Jogava futebol de salão no estádio municipal, com Pachá, Zé Áccula, Macalé, entre outros bons de bola. Fomos uns dos fundadores do Asas, clube de futebol de salão e basquete. Levantamos dinheiro para comprar o terreno e construir a quadra através de um livro de ouro. O Asas ficava lotado durante as partidas de basquete, disputadas com times de toda a região.
Futebol de salão era um esporte novo em Guaxupé, apresentado por Zequinha Barulho e Reginaldo Eclissato, universitários que saíram para estudar em cidades maiores. O time deles metia o couro em nós, que estávamos aprendendo. Nosso time, o Pantera, usava uniforme preto.
Nasce a responsabilidade
Em 63, entrei para o Tiro de Guerra, o TG83. Sargento Paulo foi uma pessoa que modificou minha vida. Me tratava de forma dura, ameaçando me mandar para o exército em Três Corações. Este sargento veio das Forças Armadas, do esquadrão paraquedista, para investigar se havia um foco revolucionário na cidade. Chegou em dezembro do ano anterior, à paisana, cabelo comprido, e se infiltrou na turma que frequentava, toda noite, a Churrascaria Bambu: Marcos Pasqua, Zé Caetano, Waltinho do Nascimento, Amarelão, Alcindo Nunes (o véio), eu e quem mais chegasse. A gente gostava de beber, dançar e namorar. Nessa época, estourou o rock’n’roll e o hully gully.
Quando nos apresentamos no TG, em fevereiro, o cara aparece fardado e de cabelo curto. Ele foi duríssimo. No mesmo dia, colocou todo mundo em forma e nos mandou correr até o antigo aeroporto, onde deitamos e rolamos no barro. Ele ainda subia na nossa bunda, gritando, ‘onde está o inimigo?’. Meu pai achou ótimo. Mudei muito, ganhei responsabilidade e novos valores, aprendi a confiar, a ser amigo e honesto.
No ano seguinte, comecei a trabalhar na Caixa Econômica Estadual, em Belo Horizonte. Quando cheguei, Dr. José Felippe da Silva, que era vice-presidente do banco, me encaminhou para o RH. Como sempre, tive a interferência de uma mulher na minha vida. Lurdinha, funcionária do gabinete, falou: por que não deixa ele aqui, estamos precisando de gente. Pouco tempo depois, tornei-me chefe de gabinete.
Fiquei cinco anos em BH. Cheguei a jogar futebol de salão no Minas Tênis Clube. Nesse ínterim, conheci Ana Amália Costa Ribeiro, em Guaxupé, começamos a namorar e pedi transferência para a agência de Monte Santo, onde Zé Borges tinha um armazém de café. Vinha de carona com ele, três vezes por semana. Voltava no trem da Mogiana, que contornava Guaranésia evitando os morros, numa viagem de horas.
Em 68, fui transferido para Guaxupé, onde fiquei mais um ano, até nosso casamento. A partir daí, trabalhei na Fazenda da Máquina, propriedade da família da minha mulher. Administrava a produção de 300 mil pés de café e cerca de 1.000 litros diários de leite. Nosso casamento durou sete anos, tivemos três filhos: Carlos Augusto, Paulo Marcelo e Ana Beatriz, que já me deram cinco netos.
Um hotel sofisticado
Em 78, comprei do Zé Áccula a Churrascaria Bambu, que precisava passar por uma grande reforma. Como o BDMG oferecia financiamento para construção de hotel, decidi construir um, de quatro andares. Instalei a Bambu no 2º andar. O arquiteto Márcio Coscarelli e eu passamos cinco dias em São Paulo, conhecendo as boates mais modernas. Comprei tudo de primeira linha. O hotel foi o primeiro prédio de Guaxupé a ter elevador.
Fiz um investimento alto. Os juros (na época, RTN) aumentaram demais minha dívida, em 82, precisei vender o imóvel. Há dois anos estava casado com Valéria Cury. Nosso filho, Kaled, nasceu em 81, e nossa filha, Maria Tereza, em 84. Novamente, me separei. Morei alguns anos em São Paulo, trabalhando como consultor na área financeira da Carlos Duarte e Associados.
Retornei em 86, para abrir uma indústria e comércio de produtos alimentícios, com Zezinho, meu irmão. Nossa sociedade durou pouco, logo alterei as atividades para confecção de camisas, com a marca Studio A. Novamente, tomei um empréstimo do BDMG. Com a abertura do mercado de importação pelo então presidente FHC, a concorrência externa atrapalhou meus negócios, tive que fechar: se eu comprar um circo, o anão cresce.
Política, Futebol e Carnaval
Ingressei na política em 74, pela Arena 2, como o 2º vereador mais votado. Meu pai foi candidato a prefeito, mas perdeu para o Walmor Russo. No cargo, promovi a reforma do Cine São Carlos, que estava em situação crítica, e ajudei na negociação da compra do prédio do Banco do Brasil pela Prefeitura.
No mesmo ano, eu e um grupo de amantes do futebol reiniciamos as atividades da Sociedade Esportiva de Guaxupé. Ocupei o cargo de presidente por quatro anos. Nosso time participou do Campeonato Mineiro, empatando com o Cruzeiro numa partida memorável no Carlos Costa Monteiro. Lembrando que o Cruzeiro tinha acabado de vencer a Copa Libertadores da América.
Nessa época, participei, também, da diretoria do Guaxupé Country Club. Foram tempos movimentados. Em 1979, ajudei, como presidente, Os Bicancas a fazer um belo desfile de carnaval. Houve até concurso para escolha do samba-enredo: selecionamos dois, um do Wilson Caetano, outro do Ailton Paulino. Trouxemos Oscar Ferreira pra puxar os sambas na avenida.
Precisei interromper minha vida política, por questões pessoais. Retornei em 90, como um dos fundadores do PDT, junto com Ditinho Rezende e Peninha. Concorri a deputado estadual, em 94, mas não ganhei, assumindo a presidência do partido em Guaxupé (em 2003, deixei o PDT pelo PPS).
Em 96, fiz parte da coligação que ajudou a eleger o prefeito Heber Hamilton Quintela. No ano seguinte, comecei a trabalhar na prefeitura, como coordenador de fiscalização. Fui funcionário público por doze anos. Atuei, também, nas campanhas a prefeito posteriores, uma que reelegeu Dr. Heber e, outra, Abrãozinho. A partir de 2009, passei a curtir minha aposentadoria, mas estou à disposição para trabalhar novamente por Guaxupé, que anda muito mal administrado.”
Augustinho, como é chamado por todos, continua um boêmio inveterado, frequentando bares de segunda a segunda. Faz exercícios físicos três vezes por semana, numa academia de ginástica instalada nos fundos da sua casa. Mora num apartamento anexo à residência da mãe. Comemorou com euforia a eleição de José Serra para o 2º turno: a política está no seu sangue.
Fotos:
1) Os irmãos Zezinho, que faleceu em 1999, e Augustinho.
2) Augustinho, agachado, com parte da turma do TG83 em homenagem ao Sargento Paulo (o 2º, a partir da esq.), na Bambu, em 88. Entre eles, Fernando Pasqua, Macalé e Garrincha.
3) Entre os filhos Carlos e Ana Beatriz, com a neta Marina, filha do primogênito.
4) Entre Maria Tereza e Kaled, filhos do segundo casamento.
5) Com a mãe, Lourdes, grande companheira.
A partir da última edição, o jornal Correio Sudoeste ganhou um novo layout, ficou muito mais "limpo" e bonito. A organização da capa facilitou a leitura e a visualização. O responsável pela mudança é o publicitário Eloadir Filho (Nena), que está de volta à redação do semanário. Parabéns a todos.
Em 2010, esse projeto acontece em quatro municípios mineiros – Diamantina, Cataguases, Tiradentes e Guaxupé.
Além da exposição, haverá encontros e debates no Teatro Municipal com a participação de artistas, professores e pesquisadores que abordarão sobre as experiências nas áreas de arte e tecnologia. Toda a programação é gratuita e aberta à comunidade.
(texto divulgação)
Olha que bacana, Guaxupé fazer parte dessa mostra. Isto porque o Instituto 14 Bis também é ponto de cultura (www.cultura.gov.br/culturaviva/).
Vamos prestigiar o evento, principalmente, porque dia 13, às 21h30, no Teatro Municipal, o publicitário e radialista Caetano Cury vai contar como seus quadrinhos ganharam projeção por meio da web. (Caetano, adorei minha xará poderosa, mas, pelo menos na ficção, o unicórnio (bicho) poderia ser mais bem-tratado, né? rs)
GEOGRAFIA REAL
Terça passada, aos 151 dias para o carnaval, foi solicitado ao departamento de obras que retirasse o "lixo de jardim" em frente ao número 43 da Rua João Pessoa. Infelizmente, até o momento, nenhuma providência foi tomada e a sujeira está aumentando, graças à falta de educação e consciência de alguns cidadãos, que depositam mais lixo no local. Hoje, faltam 145 dias para o carnaval.
MINHA HISTÓRIA
Augustinho Tavares revela que descobriu sua paixão pelas mulheres desde o ensino primário.
Um botafoguense apaixonado
Augusto Tavares Ribeiro Filho nasceu em 22.03.44, filho de Augusto Tavares Ribeiro e Maria de Lourdes Menezes Ribeiro, que tiveram outros quatro filhos: Ana Carmem, José, Paulo Sérgio e Vera. Do pai herdou a paixão pelo Botafogo e pela política. Natural de São Paulo recebeu o título de cidadão guaxupeano, em novembro de 2005. Dentre os méritos, destaca-se sua atuação na área de esportes, política e, como empreendedor, na construção do Hotel Marambaia.
“Nasci na Lapa, por acaso. Meus pais moravam em Foz do Iguaçu, no Paraná, onde só havia o hospital militar. Como era 2ª Guerra Mundial, meu pai achou prudente mamãe ter o filho na capital paulista. Minhas lembranças da infância começam aos sete anos, quando já morávamos em Guaxupé. Papai era gerente do Banco do Brasil e foi transferido para cá.
Estudei no Grupo Barão de Guaxupé, de 51 a 53. Primeiramente, no prédio do extinto Hotel Central, em seguida, no mesmo local do Grupo Delfim Moreira. Não sei o porquê, mas entrei direto no 2º ano. Lembro-me bem das professoras, dona Carlina e dona Lila, todas elas muito boas.
Não estava habituado a seguir horário, nem às comidas da merenda escolar: tinha a hora do lanche e da sopa. Achava uma beleza. A 1ª sopa que tomei, de fubá com couve, foi na casa do meu colega Rolando Souza Dias, nunca me esqueci daquele gosto. Aos oito anos, na crisma, precisei fazer jejum e desmaiei de fome.
Naquele tempo, imperava um machismo natural. A gente não brigava na escola, mas na saída o pau comia, era preciso provar coragem, senão virava motivo de gozação. Desde essa época descobri que gostava muito de mulheres. Nenhuma delas gosta de bundão. Por este motivo, eu brigava muito. Minhas colegas mais bonitas eram as irmãs Francisqueti, Edna e Magda, Ana Maria Simas e Célia Dias de Faria.
Fiz o ginasial no Colégio São Luiz Gonzaga, dos irmãos lassalistas. Nessa idade, vivi uma fase mais complicada. Preferia ficar à toa a estudar, achava que aprendia mais na rua. Isso criou uma confusão em mim. No meu entender, papai era tão poderoso que eu não precisaria fazer esforço para conseguir nada. Era infernal, dei trabalho demais.
Na hora que seo Gilberto Pasqua entrava na sala para ensinar Inglês, eu pulava a janela. Também cabulava as aulas de Latim, de Canto Orfiônico e de Religião, não dava pra aguentar. Mesmo assim, repeti apenas um ano.
Tinha habilidade nos esportes, jogava de tudo e, modéstia a parte, bem. Durante as aulas, ficava nas quadras com alguns colegas como eu. Também me comportei da mesma forma durante os três anos de Científico, no colégio estadual, antigo ginásio. Me formei em 61.
Passei um ano jogando basquete, futebol e veraneando. Jogava futebol de salão no estádio municipal, com Pachá, Zé Áccula, Macalé, entre outros bons de bola. Fomos uns dos fundadores do Asas, clube de futebol de salão e basquete. Levantamos dinheiro para comprar o terreno e construir a quadra através de um livro de ouro. O Asas ficava lotado durante as partidas de basquete, disputadas com times de toda a região.
Futebol de salão era um esporte novo em Guaxupé, apresentado por Zequinha Barulho e Reginaldo Eclissato, universitários que saíram para estudar em cidades maiores. O time deles metia o couro em nós, que estávamos aprendendo. Nosso time, o Pantera, usava uniforme preto.
Nasce a responsabilidade
Em 63, entrei para o Tiro de Guerra, o TG83. Sargento Paulo foi uma pessoa que modificou minha vida. Me tratava de forma dura, ameaçando me mandar para o exército em Três Corações. Este sargento veio das Forças Armadas, do esquadrão paraquedista, para investigar se havia um foco revolucionário na cidade. Chegou em dezembro do ano anterior, à paisana, cabelo comprido, e se infiltrou na turma que frequentava, toda noite, a Churrascaria Bambu: Marcos Pasqua, Zé Caetano, Waltinho do Nascimento, Amarelão, Alcindo Nunes (o véio), eu e quem mais chegasse. A gente gostava de beber, dançar e namorar. Nessa época, estourou o rock’n’roll e o hully gully.
Quando nos apresentamos no TG, em fevereiro, o cara aparece fardado e de cabelo curto. Ele foi duríssimo. No mesmo dia, colocou todo mundo em forma e nos mandou correr até o antigo aeroporto, onde deitamos e rolamos no barro. Ele ainda subia na nossa bunda, gritando, ‘onde está o inimigo?’. Meu pai achou ótimo. Mudei muito, ganhei responsabilidade e novos valores, aprendi a confiar, a ser amigo e honesto.
No ano seguinte, comecei a trabalhar na Caixa Econômica Estadual, em Belo Horizonte. Quando cheguei, Dr. José Felippe da Silva, que era vice-presidente do banco, me encaminhou para o RH. Como sempre, tive a interferência de uma mulher na minha vida. Lurdinha, funcionária do gabinete, falou: por que não deixa ele aqui, estamos precisando de gente. Pouco tempo depois, tornei-me chefe de gabinete.
Fiquei cinco anos em BH. Cheguei a jogar futebol de salão no Minas Tênis Clube. Nesse ínterim, conheci Ana Amália Costa Ribeiro, em Guaxupé, começamos a namorar e pedi transferência para a agência de Monte Santo, onde Zé Borges tinha um armazém de café. Vinha de carona com ele, três vezes por semana. Voltava no trem da Mogiana, que contornava Guaranésia evitando os morros, numa viagem de horas.
Em 68, fui transferido para Guaxupé, onde fiquei mais um ano, até nosso casamento. A partir daí, trabalhei na Fazenda da Máquina, propriedade da família da minha mulher. Administrava a produção de 300 mil pés de café e cerca de 1.000 litros diários de leite. Nosso casamento durou sete anos, tivemos três filhos: Carlos Augusto, Paulo Marcelo e Ana Beatriz, que já me deram cinco netos.
Um hotel sofisticado
Em 78, comprei do Zé Áccula a Churrascaria Bambu, que precisava passar por uma grande reforma. Como o BDMG oferecia financiamento para construção de hotel, decidi construir um, de quatro andares. Instalei a Bambu no 2º andar. O arquiteto Márcio Coscarelli e eu passamos cinco dias em São Paulo, conhecendo as boates mais modernas. Comprei tudo de primeira linha. O hotel foi o primeiro prédio de Guaxupé a ter elevador.
Fiz um investimento alto. Os juros (na época, RTN) aumentaram demais minha dívida, em 82, precisei vender o imóvel. Há dois anos estava casado com Valéria Cury. Nosso filho, Kaled, nasceu em 81, e nossa filha, Maria Tereza, em 84. Novamente, me separei. Morei alguns anos em São Paulo, trabalhando como consultor na área financeira da Carlos Duarte e Associados.
Retornei em 86, para abrir uma indústria e comércio de produtos alimentícios, com Zezinho, meu irmão. Nossa sociedade durou pouco, logo alterei as atividades para confecção de camisas, com a marca Studio A. Novamente, tomei um empréstimo do BDMG. Com a abertura do mercado de importação pelo então presidente FHC, a concorrência externa atrapalhou meus negócios, tive que fechar: se eu comprar um circo, o anão cresce.
Política, Futebol e Carnaval
Ingressei na política em 74, pela Arena 2, como o 2º vereador mais votado. Meu pai foi candidato a prefeito, mas perdeu para o Walmor Russo. No cargo, promovi a reforma do Cine São Carlos, que estava em situação crítica, e ajudei na negociação da compra do prédio do Banco do Brasil pela Prefeitura.
No mesmo ano, eu e um grupo de amantes do futebol reiniciamos as atividades da Sociedade Esportiva de Guaxupé. Ocupei o cargo de presidente por quatro anos. Nosso time participou do Campeonato Mineiro, empatando com o Cruzeiro numa partida memorável no Carlos Costa Monteiro. Lembrando que o Cruzeiro tinha acabado de vencer a Copa Libertadores da América.
Nessa época, participei, também, da diretoria do Guaxupé Country Club. Foram tempos movimentados. Em 1979, ajudei, como presidente, Os Bicancas a fazer um belo desfile de carnaval. Houve até concurso para escolha do samba-enredo: selecionamos dois, um do Wilson Caetano, outro do Ailton Paulino. Trouxemos Oscar Ferreira pra puxar os sambas na avenida.
Precisei interromper minha vida política, por questões pessoais. Retornei em 90, como um dos fundadores do PDT, junto com Ditinho Rezende e Peninha. Concorri a deputado estadual, em 94, mas não ganhei, assumindo a presidência do partido em Guaxupé (em 2003, deixei o PDT pelo PPS).
Em 96, fiz parte da coligação que ajudou a eleger o prefeito Heber Hamilton Quintela. No ano seguinte, comecei a trabalhar na prefeitura, como coordenador de fiscalização. Fui funcionário público por doze anos. Atuei, também, nas campanhas a prefeito posteriores, uma que reelegeu Dr. Heber e, outra, Abrãozinho. A partir de 2009, passei a curtir minha aposentadoria, mas estou à disposição para trabalhar novamente por Guaxupé, que anda muito mal administrado.”
Augustinho, como é chamado por todos, continua um boêmio inveterado, frequentando bares de segunda a segunda. Faz exercícios físicos três vezes por semana, numa academia de ginástica instalada nos fundos da sua casa. Mora num apartamento anexo à residência da mãe. Comemorou com euforia a eleição de José Serra para o 2º turno: a política está no seu sangue.
Fotos:
1) Os irmãos Zezinho, que faleceu em 1999, e Augustinho.
2) Augustinho, agachado, com parte da turma do TG83 em homenagem ao Sargento Paulo (o 2º, a partir da esq.), na Bambu, em 88. Entre eles, Fernando Pasqua, Macalé e Garrincha.
3) Entre os filhos Carlos e Ana Beatriz, com a neta Marina, filha do primogênito.
4) Entre Maria Tereza e Kaled, filhos do segundo casamento.
5) Com a mãe, Lourdes, grande companheira.
A partir da última edição, o jornal Correio Sudoeste ganhou um novo layout, ficou muito mais "limpo" e bonito. A organização da capa facilitou a leitura e a visualização. O responsável pela mudança é o publicitário Eloadir Filho (Nena), que está de volta à redação do semanário. Parabéns a todos.
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