andar com fé eu vou
Aconteceu ontem, às 20h20, a entrada do novo ano astrológico. Mesmo a astrologia não sendo considerada Ciência, mesmo com o surgimento de um novo planeta, Serpentário, e os muitos questionamentos à astrologia comercial, gosto de recomeços. Acredito que seja um portal para novas oportunidades. Ainda, no sábado, 19, uma super Lua Cheia no céu, devido à sua proximidade com a Terra, encerrou de forma brilhante o ciclo anterior. Os ventos também indicam mudanças, que realmente espero sejam para melhor, apesar dos pesares. Então, mais uma vez, feliz ano novo! Porque a fé não carece de explicação, mas de sentimento.
MINHA HISTÓRIA
Sueli de Fátima Carloni faz questão de afirmar que não conseguiu nada sozinha na vida.
Andar com fé, eu vou
Sueli de Fátima Carloni nasceu em 17.03.54, no bairro Cala Boca, na época, zona rural de Guaxupé, a primogênita de Emílio Carloni e Salima Elias Carloni. Sueli é uma mulher determinada, costuma ir atrás de tudo o que quer. Faz questão de dizer que não conseguiu nada sozinha na vida, sua família foi a base de tudo e, seus filhos, motivo de orgulho. Amparada pelos entes queridos e pela religiosidade, encontrou forças para superar desafios: “A fé nos faz entender que nada é eterno.”
“Papai trabalhava na cerâmica do meu avô, Primo Carloni, com quem emigrou da Itália. Mamãe, descendente de sírios-libaneses, era dona de casa. Depois de mim, tiveram mais dois filhos, Dimas e Zilda. Meu pai era muito enérgico, não admitia que sentássemos de qualquer jeito à mesa, nem com chiclete na boca, e tínhamos que comer de tudo.
Brincava de modelar barro e argila, na cerâmica, com minhas primas, meus primos e os moleques da vizinhança. Brincava muito, também, de subir em árvores e outras brincadeiras de criança. Nós morávamos numa espécie de vila, a casa principal, maior, dos meus avós, ficava ao lado das casas dos seus quatro filhos.
Uma vez, estava brincando de ‘boizinho’ com o Dimas - esta brincadeira consistia em se deixar guiar com uma corda amarrada no pescoço. Eu estava conduzindo meu irmão, que subiu no tanque, de quatro, para beber água. Achei que estava demorando e puxei a corda. O tombo foi grande, ele fraturou o braço. Passei o resto da tarde em cima de uma pereira, com medo de apanhar, mas não aconteceu nada, pois ficaram mais preocupados em socorrê-lo.
Aos cinco anos, entrei no Jardim de Infância e, em seguida, no pré-primário do Colégio Imaculada Conceição, junto com meus primos, Elaine e César. Adorava ir à escola, usar lancheira e caderninhos. A hora do recreio era uma delícia, meninos e meninas, juntos brincando no pátio do colégio.
Sempre gostei de estudar. Aos sete anos, entrei no primário da Escola Rural Teófilo Carloni, nome do meu bisavô italiano. Havia apenas uma sala de aula, onde ficavam as quatro séries, cada qual numa fileira de carteiras. Maria Cecília, professora, dividia a lousa em quatro partes. A gente recitava e cantava. Minha professora, tão querida, tomava o café em nossa casa, tudo muito familiar.
Aos nove anos, nos mudamos para a cidade. Nossa casa ficava em frente ao Grupo Coronel Antônio Costa. Esperava o servente, seo Sebastião, bater o sino para sair de casa. Na roça não tinha uniforme, nem lanche. Aqui, mudou tudo, horário, disciplina, colegas. Se não levasse lencinho, caneca e guardanapo, o aluno voltava para casa.
No 3º ano, minha professora foi a Ivone Ribeiro. No 4º, Munira Zaiat. Tínhamos aulas de teatro, também com a Ivone. Dona Lilian Mantovani dava aulas de Música e, dona Piedade Ribeiro, de Higiene, Puericultura e Religião.
Adorava tomar sopa na escola. Na semana da criança, ganhava arroz-doce, canjica, cachorro-quente e refrigerante. Em casa, a gente só tomava guaraná-maçã, aos domingos. Nessa época, comecei a estudar piano com a Leda Pasqua.
Música, teatro e basquete
Após concluir o primário, fiz a provinha de admissão para entrar no ginasial do Colégio Imaculada Conceição. Além das aulas de piano e da escola, fui estudar pintura com dona Arlete De Simone e Inglês, no Yázigi. Minha rotina diária era corridíssima, mas minha mãe não me deixava lavar um copo, dizia que eu precisava estudar. Meu pai queria que meus irmãos e eu trabalhássemos, mas ela não deixava.
Participei de duas peças de teatro a convite da dona Geralda Toledo Russo. Uma delas, contava a história de uma sereia. Os ensaios aconteciam à noite. Contracenei com Braulina, minha irmã Zilda, Regina e Ligia Calicchio. O teatro ficava na avenida, nas imediações de onde hoje é o INPS. Como não se cobrava entrada, vivia lotado. Apresentamos a mesma peça, muitas vezes.
Adorava as aulas de basquete, aos sábados, no Colégio, com a professora Dora Santos. Faziam parte do time Cida, Elaine, Carmem Lídia, Mariângela, Ângela, Silvia Helena e Maria Eunice. Nunca competimos, só jogamos, mesmo, na escola, era muito bom.
Continuei no Colégio até receber o diploma de Normalista, em 1971. Teve baile no Clube Guaxupé. Naquela época, o diploma de Normalista era respeitado. Dancei a valsa com Dimas, meu irmão.
Durante esse tempo todo, estudei piano. Em Guaxupé, com Dilce Salgado, e no conservatório de São José do Rio Pardo. Uma vez por mês, passava por uma avaliação de desempenho no Conservatório Carlos Gomes, em Campinas. Também, comecei a dar aulas de piano. Selma Prado, Deborah e Denise Conti foram minhas alunas.
Tive dúvidas quanto à minha vocação profissional, então, minha mãe me levou a São Paulo para fazer um teste vocacional numa empresa especializada. O resultado apontou aptidão para Medicina, Matemática e Música. Minha mãe foi uma grande incentivadora na minha vida. Mas meu pai não achava certo que mulher estudasse fora.
Em 1972, entrei no curso de Matemática, na FAFIG-FACEG (atual UNIFEG). Diferentemente do colégio, os alunos entravam e saíam da sala de aula quando queriam. Chamou minha atenção, a displicência dos alunos com a faculdade. Os professores eram excelentes, como dona Selma e Frederico. O curso era muito puxado, tinha que estudar muito.
Em 74, me formei. Neste último ano, comecei a namorar Valdemar Dias Jorge, meu primo em 3º grau. Ele dançou a valsa comigo, na festa de formatura no Clube Guaxupé. Em 75, passei lecionar nas escolas rurais da Bom Jardim e Pinheiros. Ainda, substituí algumas professoras nos grupos da cidade. E continuei dando aulas de piano.
Simultaneamente, passei a me preparar para o concurso do Banco do Brasil, que prestei e passei. Em 1976, comecei a trabalhar na agência de São Sebastião do Paraíso. Após um ano, fui transferida para Muzambinho, onde estava quando me casei com Valdemar, em 05.02.77. Três meses depois, consegui transferência para Guaxupé.
Mamãe polvo
Nosso primeiro filho, Guilherme, nasceu em fevereiro de 1978. Quando ele estava com seis meses, passei um sufoco. Meu filho demonstrou intolerância à lactose e a carboidrato. A adaptação foi difícil, pois eu tinha que seguir uma dieta rigorosa para ele. Cheguei a me afastar do trabalho uns seis meses. Eu mesma, quando criança, tive que tomar caldinho de feijão porque não aceitava leite. Na época, não se falava em intolerância alimentar.
Em julho, de 1980, nasceu nossa segunda filha, Aline, e, dois anos depois, a caçula, Joice. Mesmo com duas ajudantes em casa, eu tinha que me desdobrar, virei um polvo para cuidar de tudo. Sempre fui muito criteriosa, queria que meus filhos fossem criados dentro de uma rotina.
Dia 10 de março de 1986, fui buscar meus pais em São Paulo. Na volta, capotei o carro, ao desviar de um cachorro. Caímos numa pirambeira de 40 metros. Meus pais tiveram ferimentos leves. Eu fui atirada para fora do carro e sofri diversas fraturas.
Tive que passar por onze cirurgias. Nessa época, nos mudamos para Sorocaba, onde meu marido já trabalhava e onde atuava meu médico, Dr. João Rosas. Quase perdi o braço devido a uma osteomielite. Entre 87 e 88, com o Plano Cruzado do Governo Collor, muitos remédios foram adulterados, os anestésicos não faziam efeito. Passei muita dor nas salas de cirurgia.
Fiquei dois anos afastada do trabalho, de cama, com braços e pernas engessados. Voltei para o serviço em julho de 88, no CESEC (unidade do BB) de Sorocaba, após passar por várias perícias médicas em BH. No final do ano, me matriculei numa escola de órgão para exercitar a perna, pois fiquei com os movimentos limitados.
Também no final do ano, sofremos um assalto de madrugada, em nossa casa. Acordei, atordoada por alguma substância que os assaltantes nos deram, e vi Aline, com oito anos, no colo de um homem mascarado. Ele a colocou no chão e entrou em um carro lotado com nossos eletrodomésticos. Quem falou que eu consegui continuar nessa casa? Em uma semana estava de volta, morando com mamãe.
Valdemar comprou uma serralheria e recomeçou os negócios. Encontramos muita dificuldade em alugar uma casa. Somente em 1994, nos mudamos para uma casa que construímos na mesma rua dos meus pais, e onde moro até hoje.
Novas e profundas mudanças
Em 1995, para facilitar os estudos dos nossos filhos, nos mudamos para Itu, onde vivi durante dez anos e onde me aposentei, em 98. Em 2004, meu marido e eu voltamos para Guaxupé. Só retornamos após fazer uma boa reforma em nossa casa, que, até então, havia estado alugada.
Infelizmente, meu casamento acabou, em 2006. Pra mim, casamento era para sempre, sofri demais com a separação. Mas reencontrei-me na fé em Deus, que se tornou meu sustento nos dias difíceis.
Depois de aposentada, viajei muito, conheço uns quinze países. Quando meu filho morou na Alemanha, fiquei com ele um mês. Em setembro de 2010, passei um mês no Chile, onde ele mora, atualmente. O mesmo aconteceu quando Joice morou em Chicago, nos EUA.
Meus filhos e eu temos cidadania italiana. É muito diferente viajar pela Europa com passaporte europeu. Em 1994, visitei minhas raízes italianas e fotografei Pérgola, a cidade dos meus avós paternos. Estas fotos estão no DVD que fiz para Giulia, a primogênita do Guilherme, com textos e fotos sobre a árvore genealógica dela, envolvendo seis gerações.
Atualmente, sou voluntária assídua da Casa da Cultura. Não sei fazer nada mais ou menos, sou muito dedicada. Ainda, dou aulas de Informática em domicílio, ensino o que a pessoa quer aprender. Meu projeto de vida é voltar a trabalhar ativamente e morar mais perto dos meus filhos e das minhas netas, Giulia e Luíza, em Campinas. Afinal, ainda tenho 57 anos, quero aproveitar mais minha vida sentimental, amorosa e familiar.”
Sueli é uma mulher antenada, seu sonho de consumo atual é um tablet (computador portátil de última geração). Ela tem página no Facebook e se comunica, diariamente, com seus filhos e amigos pela net. Também, gosta muito de assistir a filmes e de ouvir música, sua eterna paixão.
Fotos:
1) Aos três meses, com os avós maternos, Mariana Sabbag e João Turco.
2) Sueli, no aniversário de dois aninhos.
3) O casal Sueli e Valdemar com os filhos, Guilherme, Aline e Joice, numa viagem à Ilha Comprida, em 1985.
4) Em setembro de 92, Sueli com seus pais é irmãos, antes de embarcarem para Manaus.
5) Sueli entre as netas Luíza, à esquerda, e Giulia, no carnaval de 2011.
Patrocínio Minha História:
MINHA HISTÓRIA
Sueli de Fátima Carloni faz questão de afirmar que não conseguiu nada sozinha na vida.
Andar com fé, eu vou
Sueli de Fátima Carloni nasceu em 17.03.54, no bairro Cala Boca, na época, zona rural de Guaxupé, a primogênita de Emílio Carloni e Salima Elias Carloni. Sueli é uma mulher determinada, costuma ir atrás de tudo o que quer. Faz questão de dizer que não conseguiu nada sozinha na vida, sua família foi a base de tudo e, seus filhos, motivo de orgulho. Amparada pelos entes queridos e pela religiosidade, encontrou forças para superar desafios: “A fé nos faz entender que nada é eterno.”
“Papai trabalhava na cerâmica do meu avô, Primo Carloni, com quem emigrou da Itália. Mamãe, descendente de sírios-libaneses, era dona de casa. Depois de mim, tiveram mais dois filhos, Dimas e Zilda. Meu pai era muito enérgico, não admitia que sentássemos de qualquer jeito à mesa, nem com chiclete na boca, e tínhamos que comer de tudo.
Brincava de modelar barro e argila, na cerâmica, com minhas primas, meus primos e os moleques da vizinhança. Brincava muito, também, de subir em árvores e outras brincadeiras de criança. Nós morávamos numa espécie de vila, a casa principal, maior, dos meus avós, ficava ao lado das casas dos seus quatro filhos.
Uma vez, estava brincando de ‘boizinho’ com o Dimas - esta brincadeira consistia em se deixar guiar com uma corda amarrada no pescoço. Eu estava conduzindo meu irmão, que subiu no tanque, de quatro, para beber água. Achei que estava demorando e puxei a corda. O tombo foi grande, ele fraturou o braço. Passei o resto da tarde em cima de uma pereira, com medo de apanhar, mas não aconteceu nada, pois ficaram mais preocupados em socorrê-lo.
Aos cinco anos, entrei no Jardim de Infância e, em seguida, no pré-primário do Colégio Imaculada Conceição, junto com meus primos, Elaine e César. Adorava ir à escola, usar lancheira e caderninhos. A hora do recreio era uma delícia, meninos e meninas, juntos brincando no pátio do colégio.
Sempre gostei de estudar. Aos sete anos, entrei no primário da Escola Rural Teófilo Carloni, nome do meu bisavô italiano. Havia apenas uma sala de aula, onde ficavam as quatro séries, cada qual numa fileira de carteiras. Maria Cecília, professora, dividia a lousa em quatro partes. A gente recitava e cantava. Minha professora, tão querida, tomava o café em nossa casa, tudo muito familiar.
Aos nove anos, nos mudamos para a cidade. Nossa casa ficava em frente ao Grupo Coronel Antônio Costa. Esperava o servente, seo Sebastião, bater o sino para sair de casa. Na roça não tinha uniforme, nem lanche. Aqui, mudou tudo, horário, disciplina, colegas. Se não levasse lencinho, caneca e guardanapo, o aluno voltava para casa.
No 3º ano, minha professora foi a Ivone Ribeiro. No 4º, Munira Zaiat. Tínhamos aulas de teatro, também com a Ivone. Dona Lilian Mantovani dava aulas de Música e, dona Piedade Ribeiro, de Higiene, Puericultura e Religião.
Adorava tomar sopa na escola. Na semana da criança, ganhava arroz-doce, canjica, cachorro-quente e refrigerante. Em casa, a gente só tomava guaraná-maçã, aos domingos. Nessa época, comecei a estudar piano com a Leda Pasqua.
Música, teatro e basquete
Após concluir o primário, fiz a provinha de admissão para entrar no ginasial do Colégio Imaculada Conceição. Além das aulas de piano e da escola, fui estudar pintura com dona Arlete De Simone e Inglês, no Yázigi. Minha rotina diária era corridíssima, mas minha mãe não me deixava lavar um copo, dizia que eu precisava estudar. Meu pai queria que meus irmãos e eu trabalhássemos, mas ela não deixava.
Participei de duas peças de teatro a convite da dona Geralda Toledo Russo. Uma delas, contava a história de uma sereia. Os ensaios aconteciam à noite. Contracenei com Braulina, minha irmã Zilda, Regina e Ligia Calicchio. O teatro ficava na avenida, nas imediações de onde hoje é o INPS. Como não se cobrava entrada, vivia lotado. Apresentamos a mesma peça, muitas vezes.
Adorava as aulas de basquete, aos sábados, no Colégio, com a professora Dora Santos. Faziam parte do time Cida, Elaine, Carmem Lídia, Mariângela, Ângela, Silvia Helena e Maria Eunice. Nunca competimos, só jogamos, mesmo, na escola, era muito bom.
Continuei no Colégio até receber o diploma de Normalista, em 1971. Teve baile no Clube Guaxupé. Naquela época, o diploma de Normalista era respeitado. Dancei a valsa com Dimas, meu irmão.
Durante esse tempo todo, estudei piano. Em Guaxupé, com Dilce Salgado, e no conservatório de São José do Rio Pardo. Uma vez por mês, passava por uma avaliação de desempenho no Conservatório Carlos Gomes, em Campinas. Também, comecei a dar aulas de piano. Selma Prado, Deborah e Denise Conti foram minhas alunas.
Tive dúvidas quanto à minha vocação profissional, então, minha mãe me levou a São Paulo para fazer um teste vocacional numa empresa especializada. O resultado apontou aptidão para Medicina, Matemática e Música. Minha mãe foi uma grande incentivadora na minha vida. Mas meu pai não achava certo que mulher estudasse fora.
Em 1972, entrei no curso de Matemática, na FAFIG-FACEG (atual UNIFEG). Diferentemente do colégio, os alunos entravam e saíam da sala de aula quando queriam. Chamou minha atenção, a displicência dos alunos com a faculdade. Os professores eram excelentes, como dona Selma e Frederico. O curso era muito puxado, tinha que estudar muito.
Em 74, me formei. Neste último ano, comecei a namorar Valdemar Dias Jorge, meu primo em 3º grau. Ele dançou a valsa comigo, na festa de formatura no Clube Guaxupé. Em 75, passei lecionar nas escolas rurais da Bom Jardim e Pinheiros. Ainda, substituí algumas professoras nos grupos da cidade. E continuei dando aulas de piano.
Simultaneamente, passei a me preparar para o concurso do Banco do Brasil, que prestei e passei. Em 1976, comecei a trabalhar na agência de São Sebastião do Paraíso. Após um ano, fui transferida para Muzambinho, onde estava quando me casei com Valdemar, em 05.02.77. Três meses depois, consegui transferência para Guaxupé.
Mamãe polvo
Nosso primeiro filho, Guilherme, nasceu em fevereiro de 1978. Quando ele estava com seis meses, passei um sufoco. Meu filho demonstrou intolerância à lactose e a carboidrato. A adaptação foi difícil, pois eu tinha que seguir uma dieta rigorosa para ele. Cheguei a me afastar do trabalho uns seis meses. Eu mesma, quando criança, tive que tomar caldinho de feijão porque não aceitava leite. Na época, não se falava em intolerância alimentar.
Em julho, de 1980, nasceu nossa segunda filha, Aline, e, dois anos depois, a caçula, Joice. Mesmo com duas ajudantes em casa, eu tinha que me desdobrar, virei um polvo para cuidar de tudo. Sempre fui muito criteriosa, queria que meus filhos fossem criados dentro de uma rotina.
Dia 10 de março de 1986, fui buscar meus pais em São Paulo. Na volta, capotei o carro, ao desviar de um cachorro. Caímos numa pirambeira de 40 metros. Meus pais tiveram ferimentos leves. Eu fui atirada para fora do carro e sofri diversas fraturas.
Tive que passar por onze cirurgias. Nessa época, nos mudamos para Sorocaba, onde meu marido já trabalhava e onde atuava meu médico, Dr. João Rosas. Quase perdi o braço devido a uma osteomielite. Entre 87 e 88, com o Plano Cruzado do Governo Collor, muitos remédios foram adulterados, os anestésicos não faziam efeito. Passei muita dor nas salas de cirurgia.
Fiquei dois anos afastada do trabalho, de cama, com braços e pernas engessados. Voltei para o serviço em julho de 88, no CESEC (unidade do BB) de Sorocaba, após passar por várias perícias médicas em BH. No final do ano, me matriculei numa escola de órgão para exercitar a perna, pois fiquei com os movimentos limitados.
Também no final do ano, sofremos um assalto de madrugada, em nossa casa. Acordei, atordoada por alguma substância que os assaltantes nos deram, e vi Aline, com oito anos, no colo de um homem mascarado. Ele a colocou no chão e entrou em um carro lotado com nossos eletrodomésticos. Quem falou que eu consegui continuar nessa casa? Em uma semana estava de volta, morando com mamãe.
Valdemar comprou uma serralheria e recomeçou os negócios. Encontramos muita dificuldade em alugar uma casa. Somente em 1994, nos mudamos para uma casa que construímos na mesma rua dos meus pais, e onde moro até hoje.
Novas e profundas mudanças
Em 1995, para facilitar os estudos dos nossos filhos, nos mudamos para Itu, onde vivi durante dez anos e onde me aposentei, em 98. Em 2004, meu marido e eu voltamos para Guaxupé. Só retornamos após fazer uma boa reforma em nossa casa, que, até então, havia estado alugada.
Infelizmente, meu casamento acabou, em 2006. Pra mim, casamento era para sempre, sofri demais com a separação. Mas reencontrei-me na fé em Deus, que se tornou meu sustento nos dias difíceis.
Depois de aposentada, viajei muito, conheço uns quinze países. Quando meu filho morou na Alemanha, fiquei com ele um mês. Em setembro de 2010, passei um mês no Chile, onde ele mora, atualmente. O mesmo aconteceu quando Joice morou em Chicago, nos EUA.
Meus filhos e eu temos cidadania italiana. É muito diferente viajar pela Europa com passaporte europeu. Em 1994, visitei minhas raízes italianas e fotografei Pérgola, a cidade dos meus avós paternos. Estas fotos estão no DVD que fiz para Giulia, a primogênita do Guilherme, com textos e fotos sobre a árvore genealógica dela, envolvendo seis gerações.
Atualmente, sou voluntária assídua da Casa da Cultura. Não sei fazer nada mais ou menos, sou muito dedicada. Ainda, dou aulas de Informática em domicílio, ensino o que a pessoa quer aprender. Meu projeto de vida é voltar a trabalhar ativamente e morar mais perto dos meus filhos e das minhas netas, Giulia e Luíza, em Campinas. Afinal, ainda tenho 57 anos, quero aproveitar mais minha vida sentimental, amorosa e familiar.”
Sueli é uma mulher antenada, seu sonho de consumo atual é um tablet (computador portátil de última geração). Ela tem página no Facebook e se comunica, diariamente, com seus filhos e amigos pela net. Também, gosta muito de assistir a filmes e de ouvir música, sua eterna paixão.
Fotos:
1) Aos três meses, com os avós maternos, Mariana Sabbag e João Turco.
2) Sueli, no aniversário de dois aninhos.
3) O casal Sueli e Valdemar com os filhos, Guilherme, Aline e Joice, numa viagem à Ilha Comprida, em 1985.
4) Em setembro de 92, Sueli com seus pais é irmãos, antes de embarcarem para Manaus.
5) Sueli entre as netas Luíza, à esquerda, e Giulia, no carnaval de 2011.
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Comentários
Vi que vc tem um blog e entrei . Achei muito legal, como sempre cheia de garra!!!
Lindas suas netas, mas claro só filhos bonitos!! Fihos de peixe !!!
Quer dizer que andas correndo o mundo!! Que legal, muito mesmo !!!
parabens pelo blog
abs
glaucia